Deixando claro...

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...a pergunta;

-o que sente por mim?

Senti a raiva que estava quase sendo apaziguada, retornar com força;

-o que disse?

Agora ele também se alterou;

-sei que entendeu, agora responde.

-está testando a minha paciência revoltadinho estúpido, eu não sinto nada...

-não sente nada? Não sou burro caipira, eu vejo como olha pra mim e como ficou perturbado na cozinha hoje...

-se sabe e viu tanto, então não deveria me perguntar nada.

-se estou perguntando é pra confirmar outra coisa...

-quer saber se estou apaixonado por você? Não estou- não sabia o que era estar apaixonado, mas não era paixão, ele me desafiava com um olhar, eu pensava nele e sonhava com ele, mas absolutamente nada que me ligava á ter alguma vida próximo a ele, só pensamentos sexuais, eróticos e analisando friamente, aquilo não era uma paixão, não mesmo e era questão de me desenganar, nós dois, não tínhamos nada e duvidaria muito que depois de uma noite de sexo eu começasse a gostar dele a ponto de o querer por perto, por isso esclareci-o máximo que sinto é vontade de te foder ate não aguentar mais, agora sai de minha frente.

Falei e ele abaixou a cabeça e saiu mesmo, passei pra cozinha, tomei uma água sentindo meu estomago se revirar e depois fui para o quarto, ele ficou na sala no mesmo lugar onde o deixei, me arrumei e quando abri a porta dei de cara com ele e tentei desviar, mas ele não deixou, respirei fundo com tentando não me descontrolar, ainda não tinha engolido aquela historia dele;

-vai me deixar sair ou vou ter que passar por cima?

Ele se afastou o suficiente pra me deixar sair do quarto, mas quando fiz isso ele se aproximou tão rápido que não tive tempo de reação, me pressionou contra a parede do corredor imobilizou meus braços e me beijou, não esperava uma coisa dessas nem em um milhão de anos e tudo o que fiz foi mero instinto, não consegui me livrar da imobilização, mas consegui retribuir ao beijo. Não sei por quanto tempo durou, mas sei que ele simplesmente parou o e saiu como se estivesse atrasado para algum compromisso de vida ou morte, e eu fiquei ali parado com o corpo todo em chamas, tentando digerir se o que tinha acontecido foi real ou uma ilusão criada pelo meu cérebro.

Escorreguei na parede que ainda estava escorado e sentei no chão espichando as pernas no corredor, posição era desconfortável por causa do meu pau extremamente duro, meu coração estava muito acelerado e minha cabeça estava confusa, muito confusa, mas apesar da confusão a minha palavra máxima se ativou e que ele fosse a merda, mas eu ia tirar aquilo a limpo.Fiquei ainda ali sentado no chão e só voltei a mim quando meu celular tocou, era meu pai e eu atendi, depois de dar a benção e ele receber, foi direto, meu pai conseguia identificar meu estado mesmo pelo telefone e eu estava um pouco nervoso com o que tinha acontecido;

-qual é o problema? tá parecendo um touro confinado.

-aconteceu uma coisa aqui e vou resolver primeiro antes de voltar.

Falei e ele quis saber;

-quer dizer que não vai voltar essa semana?

-não.

Ele demonstrou preocupação assim que respondi;

-a capital é perigosa menino, não quero receber noticia ruim de nenhum dos meus filhos...

-não vai receber noticia ruim pai, vou resolver isso como sempre resolvo.

Tentei o tranquilizar, mas não deu certo, meu pai me conhecia bem;

AutobiografiaOnde histórias criam vida. Descubra agora