Respiro fundo inúmeras vezes, antes de voltar para dentro da casa, outra vez, sendo recebida fervorosamente por Ada.
– Mae, pequenina, se apresse. O jantar está já será servido. – Ada leva suas mãos até meus ombros, me impulsionando a andar para frente.
Ela me guia pelo pequeno corredor de entrada, passando pela sala e indo em direção à cozinha.
– Espera. – Ela cessa seus passos, me obrigando a parar também.
A mulher de longos cabelos escuros, se inclina para frente, olhando-me.– Acho que Sophie está no quarto dela, você pode chamá-la para mim? – Seus olhos com tons esbranquiçados, me fitam em busca de uma resposta.
Eu deveria negar, dizer que ela mesma deveria chamar a filha, mas algo dentro de mim me fez assentir, aceitando seu pedido. Com um sorriso no rosto, ela retira suas mãos de meus ombros e passa do meu lado, indo sozinha para cozinha.
Sem me importar muito com o que podia acontecer e sem entender os meus motivos para isso, caminho lentamente em direção ao corredor com algumas portas. E logo me recordo - na primeira vez que vim até essa casa - de ver Sophie em frente a porta que ficava no meio do corredor. Me encontrando sozinha no corredor de portas, vou em direção a que eu julgava ser a dela, parando em frente a uma porta de tom roxo claro repleta por marcas pretas de sujeira. E sem cerimônia alguma, seguro na maçaneta, a girando e empurrando a porta para dentro, revelando o ninho do pequeno diabo de cabelos longos.
O quarto era pintado de rosa claro com várias rachaduras pela tintura. Algumas bonecas de porcelanas ocupavam as prateleiras na parede, e o chão não era coberto por nada a não ser o assoalho gasto de madeiro. As mobílias faziam contraste com o assoalho marrom, e a janela e cama eram cobertas por cortinas e lençóis de cores claras que estavam encardidos.
Sophie estava parada perto da sua cama, de costas para mim, talvez, ainda não tivesse me notado, o que me deu tempo para dar uma rápida examinada em seu quarto, vendo perto da porta onde eu me encontrava parada, uma pequena cômoda com alguns produtos sobre ela, assim, como, uma tesoura pontuda manchada por sangue seco. Eu realmente posso imaginar mil coisas sobre o que Sophie faz em seu tempo livro, envolvendo essa tesoura.
Ainda sem ser notada e de forma discreta, me aproximo da cômoda, pegando o objeto manchado sobre ela e o escondendo atrás de meu corpo. Alguns segundos depois, Sophie finalmente parece notar minha presença, me olhando sobre seus ombros e formando uma grande carranca ao pregar seus olhos contra minha imagem.
– O que você está fazendo aqui? – Ela se vira totalmente em minha direção.
– Sua mãe pediu que eu viesse te chamar. O jantar está pronto. – Dou um passo falsamente receoso em sua direção.
– Não me importo. Agora saia do meu quarto antes que você se arrependa. – Ela aperta os olhos e enruga o nariz.
– E por que eu me arrependeria?
– Você já se esqueceu de tudo que eu te disse? É melhor não me fazer te matar antes da hora. – Sophie fecha as mãos em punhos, dando alguns passos em minha direção até ficar cara a cara comigo.
– Escute bem, Sophie, hoje eu tenho algumas coisas para você... Não pense que eu sou uma pobre coitada amedrontada. Eu sei exatamente os motivos por trás do seu plano. Você acha que eu manteria minha boca fechada já que se Harry soubesse da razão do seu plano, provavelmente, te ajudaria. – Sinto que depois de tudo que soube, eu, finalmente, de alguma forma, poderia me impor contra Sophie. – Isso até funcionária se eu não soubesse das suas reais intenções por trás dessa mentira. Então, eu sugiro que você seja mais gentil daqui para frente, já que eu tenho certeza que o Harry não ficaria nada feliz em saber que sua irmã é uma traidora egoísta.
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SETEALÉM || H.S
Fanfic❝Onde fica e o que é Setealém?❞ ❝Ninguém sabe, mas está em todo lugar e lugar nenhum.❞ ⇨ Se estiver lendo essa história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad ou Espaço Criativo, provavelmente, você está correndo o risco de sofrer um at...