27°- CAPÍTULO ✝

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Depois de fazer o que Eve me pediu, resolvi que deveria ocupar meu tempo com outra coisa até que minha irmã e Mark voltassem da escola. E no final, me encontrei no meio da destruída cozinha da Angeline, enquanto mexia nos armários e na geladeira, em busca do que poderia me ajudar a fazer uma pequena refeição de agrado. Confesso que foi um pouco confuso distinguir o que poderia ser cada coisa devido ao cheiro e coloração diferente que as comidas de Setealém tinham, mas, bastaram algumas tentativas que me arrancaram dois mil e setecentos minutos, para que tudo estivesse finalizando. E mesmo com cores escuras e de aparência duvidosa, meus olhos saltavam para tudo que coloquei na mesa. Eu não tive fome alguma desde que comecei a beber o sangue das pessoas desse mundo, ele era como uma grande refeição, mas agora eu realmente quero comer tudo que fiz.

Para minha sorte, não precisei esperar por tanto tempo. Assim que a manhã começou a se despedir e a tarde chegava, eu pude escutar a porta da frente sendo aberta, trazendo quatro imagens familiares.

– O que é isso? – Valerie pergunta assim que entra na cozinha, seguida por Mark, Niall e Eve, que olhava atentamente tudo que estava posto na mesa.

– Fiz o almoço.

Eve olha por mais alguns segundos a comida, e acaba dando as costas, saindo da cozinha e seguindo pelo corredor dos quartos.

Niall encolhe os ombros, com os olhos caídos.

– Eu vou atrás dela. – Ele diz, antes de fazer o mesmo caminho que minha irmã.

A cozinha entre em silêncio, mas isso não impede Mark de caminhar até à mesa e se sentar em uma das cadeiras de madeira, logo pegando um dos pratos que também estavam sobre a mesa para fazer sua refeição. Talvez, ele sinta falta disso, já o vi comendo uma coisa ou outra por aqui, mas sei que Mark não sabe cozinhar, pois, nunca o vi fazendo.

Valerie suspira, e se junta a Mark, na cadeira do lado.

– O que há com ela? – Pergunto, me sentando na cadeira na frente deles.

– Sua irmã ainda se importa, mas está irritada com tudo que fizemos, Niall me contou. Acho que ela me odeia. – Valerie comenta em um riso seco, antes de pegar o pão de coloração escuro e mergulhar na pequena panela ao centro da mesa, com uma sopa que eu fiz com algumas junções de ingredientes.

Valerie mastiga um pedaço do pão molhado na sopa, e me olha com curiosidade.

– O que é isso? Tem um gosto diferente. – Ela apoia seus cotovelos na mesa, enquanto Mark, ao seu lado, estava concentrado em tomar sua sopa.

– Sangue. Eu usei um pouco do sangue da Angeline e Jack, isso irá nos ajudar. – Respondo sem muito interesse, já que Eve é a única coisa em minha cabeça nesse momento.

Valerie ri por curtos segundos com uma expressão divertida em seu rosto ao escutar minha resposta.

– Eve está fazendo isso para me afetar, ela sempre age assim quando quer que eu me sinta culpada e vá até ela. – Respondo em meio a um suspiro realmente cansado.

– Isso não é bom? – Mark diz, nos fazendo olhá-lo. Ele segura no ar sua colher com a sopa escura. – Assim ela não pode nos atrapalhar.

– Ele tem razão. – Valerie completa, apoiando seu rosto na mão esquerda enquanto a direita leva o pão mordido até à panela de sopa, para molhá-lo outra vez.

– De qualquer forma, vamos esquecer minha irmã por agora. Tenho uma grande novidade para contar. – Um mínimo sorriso borda meus lábios.

– O que é? – Valerie pergunta de boca cheia.

SETEALÉM || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora