13°- CAPÍTULO ✝

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Niall e Valerie não demoraram para chegar, por isso, não tive muito mais tempo para me preparar para grande noite. Com todos reunidos, acabamos por pegar um caminho mais deserto, pelo qual, Valerie fez questão de nos mostrar. Ela disse que seria melhor evitar qualquer tipo de contato com o resto dos moradores, mas, a verdade, é que não vi nenhum deles até agora, pelo menos, não fora daquela escola estranha. Setealém era como uma grande cidade fantasma. E tendo uma pequena amostra de como eles são, eu realmente prefiro continuar sem vê-los.

A noite era densa, assim, como, a costumeira cor do céu. O vento gelado balançava meu longo vestido preto de um lado para o outro. Foi surpreendente ver quais eram as roupas que Angeline e Jack separaram para nós, tudo parecia perfeito para um velório, mas nada que fugisse do padrão de Setealém. De qualquer forma, é bem melhor do que aquele uniforme escolar destruído.

– Acho que chegamos. – Valerie para de andar e aponta para a casa do outro lado da rua. Tudo ao redor daquela casa era escuro, sendo assim, a única que se destacava entre aos poucos que a cercavam, já que algumas luzes emanavam das janelas.

Fora Mark e Valerie, ninguém realmente parecia querer estar aqui hoje. Então, o silêncio era quase absoluto.

– Se todos já entenderam quais são os nossos motivos essa noite, vamos indo. – Valerie nos dá uma última olhada, enquanto tem os cabelos esvoaçados pelo vento gelado.

Ela faz um gesto de mão para que a seguíssemos, e assim acabamos por fazer. Sem pressa, atravessamos a rua, indo em direção a outra calçada. Passamos pelo caminho de pedras, chegando na porta vermelha. Valerie que ainda estava à frente, dá três batidas na porta, esperando até que fossemos atendidos, o que, para minha infelicidade, não demora a acontecer. Logo a imagem sorridente de Ada preenche nossos campos de visões. A mulher alta estava com os cabelos presos e um avental branco - ou quase branco - amarrado em sua cintura.

– Vocês vieram! – A mulher leva as mãos até o quadril. Parecendo bastante satisfeita em nos ver. – Por que está tão escondida, Mae? – Ela se esgueira em seu lugar, tentando me olhar melhor.

Dou um sorriso forçado, me colocando para mais perto de Ada, querendo evitar qualquer reação estranha da minha parte para que não suspeite de nada.

– Você me convidou e eu aceitei. – Mantenho o sorrido forçado, que parece a convencer.

– Isso me deixou muito satisfeita. – Ada segura a maçaneta da porta, a empurrando para trás e dando mais espeço. – Vamos, entrem. – Ela indica o interior da casa com as mãos.

Todos se mantêm parados, esperando que eu faça o primeiro movimento. E depois de um suspiro mental, sou a primeira a entrar na casa, dando de cara com o pequeno corredor que já vi antes. Quando todos já estão do lado de dentro, Ada fecha a porta, caminhando por entre nós e tomando a frente. Nós cinco a seguimos, parando em frente a duas entradas, das quais, ela indica o lado esquerdo que levava para uma grande sala de estar um tanto quanto similar à da minha casa.

Sentados sobre o sofá de estofado sujo, estavam Zayn e Sophie; ele com um sorriso de escárnio em seu rosto e ela de braços cruzados e com uma expressão fechada.

– Nossos convidados chegaram. – Ada anuncia, atraindo a atenção dos dois.

Sophie é a primeira a demonstrar alguma reação ao nos ver, parecendo estar totalmente desacreditada. Já Zayn, pareceu empolgado, deixando que seu sorriso tomasse proporções maiores.

– Por que eles estão aqui? – Sophie pergunta enquanto encara seriamente sua mãe.

– Porque eu os convidei, Sophie. Por isso, tente ser um pouco menos chata. – A mulher imita o gesto da sua filha, cruzando os braços e estreito os olhos para a garota, que logo desfaz sua carranca, parecendo temer Ada.

SETEALÉM || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora