Capítulo 3 - Pipipi popopo.

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POV Adrien

Conversava com os garotos, mesmo que eu não estivesse dando a mínima para o que diziam. Estava ocupado demais olhando para uma das garotas que estavam ali, a garota era realmente bonita.

Trocávamos alguns olhares e ela parecia ser tímida. Desviava o olhar, mantendo o seu mais no chão. Aquilo me deixava um pouco irritado, mas eu continha a vontade de revirar meus olhos perante tais atos tão...idiotas.

Somente desviei meu olhar da tal garota quando ouvi um grito, não só eu, mas todos que estávamos ali. Nos entreolhamos, um pouco confusos, tentando descobrir de onde havia saído aquilo. Eu tinha uma leve ideia, e discretamente olhei para o lado, onde ficava a padaria dos Dupain-Cheng, e consequentemente, a casa onde Marinette morava. Olhei para cima e avistei sua figura, contra uma janela e parecendo...nervosa?

Arqueei a sobrancelha. O que estava acontecendo?

O que quer que fosse, deveria ser alguma coisa foda, porque era difícil ver Marinette nervosa ou assustada. A garota tinha um gênio fodidamente desafiante.

Em instantes, seu olhar se encontrou com o meu, e ela fez uma careta. Fechou a janela, e saiu dali, puxando a cortina. Soltei uma gargalhada, antes de ajeitar a mochila no ombro. Dei uma última tragada no cigarro antes de joga-lo no chão, e puxei meu celular. Merda! Tinha dez minutos para sair dali, antes que Nathalie aparecesse.

— Melhor eu ir indo. — Murmurei, enfiando o celular no bolso da calça. Dei um último sorriso para a garota, que ficou sem jeito perto da amiga. — Vejo vocês amanhã.

Me virei e saí andando, em direção ao parque. Estava fugindo dos compromissos da minha agenda, não por não querer realiza-los, mas somente para irritar meu pai. Gabriel era um verdadeiro fodido, que parecia ter prazer ao foder com a minha vida sem nenhum motivo aparente.

Estava andando discretamente. Não queria que ninguém viesse encher a porra do meu saco, o que acabaria chamando a atenção e culminaria em Nathalie e Gorilla aqui em menos de dez minutos. Sabia como os capachos do meu pai eram, apareceriam nem que tivessem que voar.

Não os culpava, não sabia o que passavam, mas sabia que deveriam fazer aquilo pelo emprego, e por temer o tão grande Gabriel Agreste, que não tinha piedade em acabar com a carreira de alguém por descumprir alguma ordem. O que esperar de um cara que fode a vida do próprio filho, privando-o de quase tudo?

Bufei, não iria pensar em Gabriel. Que ele se fodesse.

Voltei a realidade quando ouvi alguns risos debochados, olhei para o lado, e porra! Revirei os olhos. Crianças de doze anos se passando por rebeldes. Haviam derrubado um cara, e um deles segurava o que parecia ser a bengala do idoso. Não estava com vontade de me meter em brigas, mas... aqueles pestinhas mereciam de uma lição.

Andei a passos lentos, e não disse nada. Apenas ouvia a conversa enquanto me aproximava.

— Vai fazer o que, velhote? — Um dos garotos disse. Senti uma repulsa enorme. - Nos bater, com esses bracinhos de mulher?

— Olha aquela pulseira! — Outro garoto disse. - Ficaria um show no meu braço!

— Não, por favor! — O senhor disse, como uma suplica. Não conseguia se levantar, um dos garotos o impedia. — Eu suplico! É uma relíquia de família! Minha mãe que me deu!

— Deveria ter pensado nisso antes de passar pela gente! — Um outro garoto riu. — Pega logo essa merda e vamos embora! Antes que alguém chame a polícia.

— A polícia eu te garanto que eu não chamaria. — Murmurei baixo, e eles me olharam. Não pude conter um sorriso ao ver a cara de assustados que fizeram. — Pelo contrário, eu mesmo teria o prazer de dar uma lição em vocês, pirralhos.

Bad Habits.Onde histórias criam vida. Descubra agora