Capítulo 22 - "Aquela" Conversa.

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POV Marinette

Adrien e eu estávamos sentados e plenos na sala da estar da casa da minha mãe.

Tirando o fato que eu estava mais vermelha que uma pimenta e Adrien estava com a camiseta ao contrario pela agilidade que havia colocado a camisa (sequer se importando em olhar qual lado era o "correto") parecíamos dois adolescentes que saíram de um filme. Eu parecia a mocinha angelical, e ele o mocinho doce.

Mamãe e Nathalie não estavam pensando assim.

Elas estavam em nossa frente, nos analisavam. Com certeza, corria em suas mentes a cena anterior, onde Adrien e eu estávamos na cama e não era conversando ou fazendo uma guerra de travesseiros. E eu, naquele momento, não sabia o que fazer (se é que eu podia fazer algo) que mudasse suas expressões para algo menos amedrontador ou ameaçador.

- Bom... – Mamãe pigarreou. Adrien e eu trocamos um olhar. – Acho que... está na hora de termos aquela conversa.

Uhhhh oh...

- Q-Que conversa? – Balbuciei. No fundo, minha mente girou e eu sentia como se fosse cair dura no chão. Na autopsia, a causa da morte seria "vergonha".

- Você sabe muito bem qual conversa, mocinha! – Sabine se levantou. – Nathalie, você quer...?

- Não. – A mulher ajeitou os óculos. – Você... pode falar sobre isso. Eu não... sou tão boa com esse assunto, bem, não para conversar sobre isso com adolescentes.

Sabine riu.

- Como quiser. – Mamãe soltou um suspiro antes de nos olhar. – Bem, vocês sabem... até demais sobre o sexo, então eu não acho que vou ter que explicar como é feito um bebê, certo?

- Mamãe! Não é preciso nem que comente o resto! – Grunhi. – Nós... usamos camisinha... pronto.

- Mas, crianças! Precisamos falar sobre isso! – Ela revirou os olhos. – Vamos lá! Sei que estão na fase dos hormônios, sentem... coisas até sem querer e é normal! Muito mais normal do que pensam! Porém, precisam... tomar cuidado com isso. Vocês são jovens, saudáveis, com um ótimo futuro e, sabem, crianças é algo para o futuro.

- Com certeza, tia Sabine. – Adrien sorriu. – Pode deixar que sou responsável nessa parte.

- Entende bem sobre camisinhas, querido?

Ele corou, e eu ri.

- O necessário.

- O necessário não é o mesmo que o suficiente, e se não é o suficiente, não garante que não serei vovó mais cedo do que espero.

Adrien se calou e eu ri.

Os minutos seguintes foram uma sessão de tortura que poderia ser comparada a medieval. Mamãe ficou falando sobre a atualidade, métodos que evitavam a gravidez e como era diferente na sua juventude. Eu cheguei a beira de virar um tomate, e quase tive um ataque ao tentar prender uma risada, algo que culminou em um desastre.

Adrien foi o primeiro a se safar, aquele bendito burguês safado! Nathalie teve que leva-lo e acabou sobrando para mim o resto do monologo de mamãe, pelo menos até papai chegar.

Tentei inventar uma desculpa e fugir, mas vi que estava ainda mais fodida quando ela disse que conversaríamos mais tarde no meu quarto.

[...]

Na manhã seguinte, eu estava mais perdida que cego em tiroteio.

Não tão assim, mas... bem... eu estava tentando me acostumar com a ideia de que Adrien Agreste era Chat Noir e que, na noite anterior, ele estava no meu quarto, literalmente me comendo com uma parte que eu nunca pensei que ele me comeria.

Bad Habits.Onde histórias criam vida. Descubra agora