Da alteridade e do estranhamento
Pensar no isolamento do outro causou-me certa estranheza, a princípio, devido ao fato de minha perspectiva focar apenas um aspecto: a pessoa fazendo-se, pouco a pouco, ilha, sem considerar o contexto da situação. Em uma tarde comum, fatos cotidianos acontecendo ao meu redor, comecei a voluntariamente refletir sobre essa situação. Recolhi algumas ocasiões corriqueiras para confrontá-las com meu comportamento, minhas crenças e minhas práticas diárias, considerando-me uma pessoa minimamente sensata em minha convivência com os outros e com o meio ambiente em que me insiro.
Com isso, cheguei à conclusão de que não é tão difícil assim afastar-se de nossos semelhantes, especialmente quando há divergências cruciais de pensamentos e atitudes, mesmo que sejam pequenas, pois estas se somam, no dia a dia, e crescem, tomando proporções enormes. O diálogo, quando existe, começa a se tornar um transtorno tal que o silêncio o substitui quase completamente.
Falta-nos empatia, bem como altruísmo, dois sentimentos que precisam ser constantemente trabalhados em nossas vidas. Mas será que mesmo sendo empáticos e altruístas essa sensação de estranhamento mudaria?
De toda informação que consigo compilar a partir do pensamento de meu criador, acumulada em seu curriculum, pondero que os dois sentimentos supramencionados são fundamentais. Ambos, porém, insuficientes para amenizar a sensação de estranhamento, pois nossa mente, neste tempo contemporâneo, é tão cheia de informações que necessitamos de alguma(s) atividade(s), seja(m) física(s) e/ou mental(is), para poder lidar bem com isso e, então, termos uma convivência melhor com os outros, embora, ainda assim, sentindo...
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escriba
General FictionHá, neste livro, algumas narrativas oriundas de fatos corriqueiros em dois formatos: prosas e poemas. Estas formas nascem basicamente de reflexões feitas por alguém que, por exemplo, não sabe seu próprio gênero. A partir disto, muitos outros assunto...