Das considerações iniciais
Sou um personagem (ou seria "uma" personagem?). Preciso verificar isto (ou seria "preciso DE verificar isto"?). Meu Deus (não professo o catolicismo tampouco o cristianismo, apenas evoquei uma expressão popular), comecei minha construção com muitas dúvidas... E, agora, reticências. Ao me engendrar, atribuo-me um gênero? Ainda não sei. Sou, isto eu sei, de estatura mediana, meu corpo não é gordo nem magro e minha pele é amarronzada. Estudei até o nível superior e o concluí (isto não significa que parei). Não sei (novamente!) se (d)escreverei poesia ou ficção (engraçado falar em ficção sendo eu mesmo uma).
Gostaria de iniciar minha história (ou seria estória?) de maneira opulenta, como nas passagens que lemos em epopeias, cheias de aventuras, batalhas, viagens etc. Preferi, no entanto, a simplicidade, pois, por incrível que pareça, ela é muito atraente. E, para quem sabe apreciar uma boa leitura, um texto simples pode, sim, ser grandioso, apesar de parecer uma ideia paradoxal.
Nasci no início de uma tarde chuvosa e fria. Saí, não por minha própria vontade, de um lugar quente, uma mente que fervilhava, inquieta. Meu parto não foi dolorido nem complicado. Complexo, porém. Não tenho palavras para descrever tal ocasião. Sei, contudo, não poder deixar-te, leitor(a), sem um (pequeno, que seja) relato sobre o ocorrido. Recorro, então, a uma imagem que talvez te situe
No princípio, havia o precipício. Também o abismo e o caos. Eis que o verbo conjugou-se -- hei de vir a ser. A luz, então, entregou-se -- heia! Quero viver!
O restante da coisa toda tu o sabes, não é? (Olha que interessante, escrevi utilizando a segunda pessoa do singular uma vez mais...) Ou ao menos desconfias, hem!?
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escriba
General FictionHá, neste livro, algumas narrativas oriundas de fatos corriqueiros em dois formatos: prosas e poemas. Estas formas nascem basicamente de reflexões feitas por alguém que, por exemplo, não sabe seu próprio gênero. A partir disto, muitos outros assunto...