De um desejo diferente
Se eu, já sendo personagem, vivenciar o papel de outro personagem qualquer, seria isto uma espécie de metapersonagismo?
Você, leitor(a), pode me ajudar com uma resposta?
Uma vontade acentuada, hoje, invadiu-me as entranhas: viver outra vida, como se a minha própria e a de meu criador fossem insuficientes.
Minha própria vida vive cheia de virtualidades, de falta de lógica e de façanhas ilimitadas. Na contramão, a vida de meu criador. Eu não dependo de sol nem chuva, de vento nem calmaria, de calor nem frio. Eu estou no Brasil e, em um átimo de segundo, apareço na Nova Zelândia. Eu estou com os pés fincados no concreto e, em um estalar de dedos, ponho-me a flutuar entre galáxias remotas. O outro, aquele que vive na realidade, depende de vários fatores, nem sempre favoráveis, na hora de tomar decisões. Se sair vai, verifica o clima; se viajar quer, checa o orçamento. Tudo muito palpável, muito pragmático...
Se eu mesmo, enquanto escriba, posso realizar, ou melhor, imaginar a realização de acontecimentos extraordinários, por que essa vontade de ser (mais) outro?
A única resposta plausível que consigo confabular no momento é que o campo da realidade supera o da imaginação. Você, leitor(a), conseguiu encontrar resposta diferente? Poderia me contar na forma de comentário, por obséquio?
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escriba
General FictionHá, neste livro, algumas narrativas oriundas de fatos corriqueiros em dois formatos: prosas e poemas. Estas formas nascem basicamente de reflexões feitas por alguém que, por exemplo, não sabe seu próprio gênero. A partir disto, muitos outros assunto...