Capítulo 19

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Rodrigo narrando:

Com tanta mulher nesse mundo, meu Deus, por que eu tenho que querer logo a mais complicada, a mais teimosa e a mais durona? Deve ter alguma de errado comigo, principalmente por eu estar pensando nela em uma noite de chuva como essa.

O Raul entra correndo todo molhado, ofegante e com uma metralhadora.

Raul: Os filho da puta invadiram tudo aí mano preciso da sua ajuda, pegaram nossos soldados de surpresa, eles vieram em peso irmão eu preciso de tu.

Droga! A Monique deve estar aí.

Rodrigo: Beleza arruma uma dessa pra mim.

Ele me dá um fuzil e eu coloco a camiseta, descemos correndo na chuva. Odeio me envolver com essas paradas mas meu pai tá doente e não tá indo mais para os confrontos, e quando é pego de surpresa assim eles destroem tudo.

Nos separamos e a troca de tiros fica cada vez mais intensa, até eu, Biel, Sergio e Marlon sermos cercados por 5 policiais e entre eles quem eu não queria ver: Monique.

Ela me olha assustada.

Policial: Larguem as armas.

Taco o fuzil no chão olhando pra ela que engole seco.

Policial: Torturamos ou levamos presos?

Ela me olha e depois olha pro policial.

Monique: Eles estão protegendo território...

Major: Está defendendo marginal, comandante?

Ela olha pra mim.

Monique: Longe disso, torture-os.

Um dos policiais entrega a ela uma arma, e com toda sua força ela primeiro acerta o Marlon dando um soco com a arma em seu rosto por ele não ter respondido a pergunta que o major fez.Ela faz o mesmo com os que estavam comigo, que caem no chão e os polícias avançam dando chutes e ponta pés.

Ela chega em mim e olha nos meus olhos.

Monique: Onde está o Siqueira?

Dou a mesma resposta dos meus amigos dizendo que não sei, então ela me olha balançando a cabeça negativamente e bate forte com a arma em meu rosto, me fazendo cuspir sangue.

Policial: Pergunte mais uma vez comandante.

Me levanto e então ela pergunta de novo.

Rodrigo: Não sei e mesmo que soubesse eu não falaria.—falo firme.

Ela mais uma vez bate forte com a ponta da arma em meu rosto, o que me faz cuspir mais sangue caindo no chão.Ela se vira de costas e então os outros policiais avançam em mim me dando socos e chutes que nem fizeram com meus amigos.

Monique narrando:

Pela primeira vez em minha carreira, eu desejo não estar aqui, desejo fugir e acabar com tudo isso.

Monique: Já chega.—ordeno.

Os policiais param de espanca-los e volto a subir o morro. Olho pro Rodrigo que está caído no chão.

Rodrigo: Bate mais.—diz com dor cuspindo sangue.

Balanço a cabeça negando e tento falar alguma coisa, mas não dá. Viro as costas e saio correndo.Continuamos trocando tiros mas a chuva está muito forte—o que pesa muito por causa dos coletes.— e estamos perdendo gente.

Major: Comandante não conseguimos mais.

Olho pra ele.

Monique: Conseguimos sim.

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