Capítulo 43

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Raíssa narrando:

Tá cada dia mais difícil, o Raul não para em casa pois está com uns problemas pra resolver no morro, e o Guilherme pode nascer a qualquer momento. Em dois dias ele vai ter uma operação contra a polícia e contra um morro rival, isso está colocando a vida dele em perigo e ele está ansioso, nervoso mas não quer me preocupar.

Raul: Raíssa, arrume suas coisas.—entra em casa no tiro.

O olho sem entender.

Raíssa: O que?

Raul: Pega uma mala só, sua e do bebê. Preciso te tirar daqui até amanhã.—fala abrindo o guarda-roupa.

Raíssa: Espera aí Raul o que tá acontecendo?

Raul: Bateram um rádio de que até amanhã cinco hora da tarde o Complexo da maré tá colando aí.

Raíssa: Você tá falando que aquela..

Raul: É porra —me interrompe.—adiantou o bagulho. Era pra ser só daqui dois dias, os viado quis me pegar de surpresa mas fui mais rápido.

Raíssa: E o que você vai fazer comigo? Raul, o seu filho vai nascer em no máximo 5 dias!—grito nervosa e desesperada.

Raul: Eu sei caralho, é por isso que eu tô te tirando daqui merda e não grita comigo, aqui quem grita sou eu porra -fala se alterando.

Raíssa: Não —falo alto.— comigo você não vai gritar. Experimenta pra você ver se eu não saio daqui e não deixo você ver teu filho nunca na sua vida.—o enfrento.

Vejo ele fechando o punho de raiva o que faz eu ter medo, mas não abaixo a cabeça, ele não seria louco de fazer mal pra mim, sou mãe do filho dele além de esposa.

Raul: Desculpa.—vem até mim.

Ele deita a cabeça no meu ombro e eu o abraço forte.Nos sentamos na cama e ele continua abraçado comigo

Raul: Foi mal pelo que eu falei, eu tô nervoso. Quando me falaram, a primeira coisa que eu fiz foi vir te tirar daqui. Se acontece alguma coisa contigo eu piro, mulher.

Beijo o rosto dele e acabo chorando.

Raul: Não chora não.

Raíssa: Só por favor, volte pra mim.—suplico chorando.

Raul: Te prometo que vou.

Continuamos trocando carinhos.

Raíssa: Vou arrumar minhas coisas.

Ele vai pro banho e eu faço duas malas pra mim e pego 4 bolsas pro neném, vai que acontece né, não sei até quando irei ficar afastada do morro. Sinto falta de ar a todo momento e sinto muito cansaço.

Raul: Tá pesando?

Afirmo com a cabeça.

Monique narrando:

Monique: Sai —empurro forte eles.— vou correndo pra fora.

Rodrigo: Monique.—grita.

Paro e fecho os olhos fortes, ele me chamou, ele falou o meu nome.Me dá vontade de virar as costas e olhá-lo bem, mas então saio apressada.

Vou correndo até o carro e limpo a chave no vestido, pois estava molhada com cerveja.Entro no carro e o vejo no começo da rua, acelero ameaçando a passar por cima se ele não sair.

Rodrigo: Desce desse carro.—grita.

O que me assusta é vê-lo daquele jeito, parecendo um marginal, com um fuzil nas costas, sem camisa e com cara de drogado.

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