Capítulo 59

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Camile narrando:

Vou por um caminho desconhecido para fugir de uma blitz, uma hora dessa minha irmã já deve ter acionado todas as forças armadas do Rio de janeiro.Vou por uma estrada de terra e chego a um lixão, desses que moram pessoas pobres que catam lixo e fedem pra caramba.

Coloco meu capuz pra ninguém me ver e tiro a Maria do carro, mas ela acaba acordando. Merda!

Camile: Oi filhinha, pode voltar dormir, a mamãe só trouxe você pra passear.—finjo ser a Monique.

Maria: Voxi não é minha mãe. É a tia Camile.—me olha bem.

Camile: Claro que não filha, é a mamãe sim.

Maria: Não voxi é a tia Camile. Tia, me leva de volta pra casa, o que a gente faz aqui?

Fico com raiva e então coloco ela no carro. A deito no banco de trás e então coloco a mão na sua boca e no seu nariz para tampar sua respiração.

Camile: Não quis calar a boca por bem vai calar por mal.

Ela começa a se debater e tentar tirar minha mão, começa a chorar sufocada e relutando então forço mais a mão.

Ela acaba desmaiando.

Tiro a do carro e a enrolo na manta que eu peguei na casa da Monique. Vou correndo até o meio do lixo.

Camile: Que cheiro horrível.— coloco ela lá no meio e jogo uns sacos de lixo por cima.

Saio correndo e entro no carro torcendo para que ninguém tenha me visto.Dou partida no carro e saio correndo de lá.

Camile: —gargalho alto.— EU ME IDOLATRO!

Vou comemorando até em casa.

Katia: Filha onde você estava?—diz ao me ver entrando em casa.

Camile: Hã.. saí com umas amigas?

Olho pra sala e vejo o Vinicius, a Natália e até aquele sarnento do Gaúcho, todos com cara de preocupados.

Camile: O que aconteceu gente?

Vinicius: Sequestraram a Maria, ela sumiu.

Minha mãe começa a chorar pedindo pela neta e o Gaúcho a abraça.

Camile: Oh meu Deus!—me sento no sofá fingindo estar triste.—que coisa horrível! Como podem querer o mau de uma coisinha tão... fofinha.

Katia: Coitada da minha filha—diz chorando.— ela está desesperada.

Camile: Estou desolada! Depois vou ligar pra minha irmã. Mas vocês não tem notícias nem nada por enquanto?

Vinicius: Ainda não, o Rodrigo já organizou uma tropa de soldados do Morro e a Monique também já colocou blitz e polícias a procura por tudo quanto é lado.

Monique narrando:

Monique: Eu te pedi pra cuidar dela! —grito chorando.— eu voltei em menos de 20 minutos e você não foi capaz de cuidar dela por 20, 20 minutos. Você chamou a vagabunda aqui, e iria transar com ela na minha casa, com a minha filha aqui dentro, seu canalha!—grito com ele.

Rodrigo: Não é isso! Não é! Ela mentiu, você não ta vendo que ela quis acabar com nós dois e você tá deixando.—grita comigo.

Monique: —ri nervosa e chorando.— Não, não venha me culpar por erros seus.

Rodrigo: Não venha me culpar VOCÊ, pelo sumiço da Maria, por que eu tô tão desesperado quanto você, ela também é minha filha e eu mato e morro por ela. Então você para de me culpar Monique. A vadia da Aline veio aqui dizendo que o meu filho não parava de chorar pedindo por mim, eu já tava mandando ela embora e você chegou. Eu não sei como que entraram aqui e pegaram a nossa filha, mas você não pode me culpar por que eu preferia ter ido no lugar dela.

Olho pra ele chorando sem parar.

Monique: E ela chegou como aqui você não viu? Sozinha?

Rodrigo: Parece que tinha um carro aí. Eu já liguei pros cara e perguntei se foi alguém de lá que trouxe ela e não foi.

Monique: Isso é armação. Ela entrou aqui e abriu passagem pra alguém e você idiota não viu a pessoa entrando.

Monique: Eu quero essa menina na delegacia hoje —falo firme.—eu vou por detector de mentiras, eu vou ameaçar tirar o filho dela, eu vou fazer de tudo pra ela confessar.

Pego a chave do meu carro.

Monique: Aproveita que você é tão amigo dela e busca ela, se não eu vou entrar com viatura naquele Morro. Eu quero ela na delegacia hoje.—repito seca.

Vou indo em direção a porta e começo a chorar. Me viro pra trás e o olho.

Monique: Se acontecer alguma coisa com a minha filha, eu juro que eu não vou querer mais ver a sua cara.—falo chorando.

Saio de casa e entro no carro.Vou pra casa da minha mãe.

Vinicius: Acharam?—vem até mim.

Olho pra ele e começo a chorar. Meu irmão me abraça forte e eles atu mutuam em cima de mim.

Kátia: Calma minha querida calma —diz chorando.— tenha fé minha filha, ela vai voltar pra você.

Gaúcho: Nois vai trazê a Mariazinha de volta Muniqui, nois vai acha fia.

24 dias se passaram|

Rodrigo narrando:

Gaúcho: Eu não quero mais que tu chegue perto daquela menininha sem vergonha, tu tá miuvindo Rudrigo?—grita comigo.

Rodrigo: Tô.

Gaúcho: Eu já tumei o Miguel, ele vai mora na minha casa e se ela me afrontá ela já sabe que acuntece com ela.

Rodrigo: A gente levou ela na delegacia pai, já fizemos isso 3 vezes e ela não fala nada. Já tem mais de três semanas que a minha filha tá desaparecida, ela pode nem estar viva. A minha mulher está enlouquecendo, não consegue dormir uma noite direito, mal tá comendo e nem trabalhando tá indo.

Rodrigo: A gente não sabe mais o que fazer pai, eu tô tentando ser forte, tô tentando não entrar em desespero pra não apavorar mais a Monique só que eu não to aguentando mais, só de eu ver a Monique daquele jeito lá isso já acaba comigo.

Gaúcho: Nois vai achar Rodrigo. Eu tenho certeza que vai.—me abraça.

Raul: A gente podia ir nesses orfanatos, nessas casas de freiras até aterro ou lixão, a gente tem que procurar por tudo quanto é quanto, eu vou te ajudar.

Narradora|

Eunice e José, um casal bondoso que cata lixo, acabaram achando a Maria e acolhendo a menina.O casal se apegou a princesinha e não foram atrás da Polícia para devolver a menina.

Maria agora corre pra lá e pra cá no meio do lixão, come a comida humilde e aprende a cultura de todos que o cercam. Brinca com as crianças de lá, veste a roupa que eles vestem.

Eunice: Maria venha! —grita a menina que corre atrás do passarinho.— hoje é dia de tomar banho.

Maria vai correndo até Eunice para tomar o banho que é 2 ou no máximo 3 vezes por semana.

Maria: Ta gelada a aguinha. Lá na casa da minha mamãe e do meu papai, a água era sempre quentinha.

Eunice: —ri.— Eu sei que sente falta de sua mãe.

Maria: Quando eles vão vir me buscar tia?

Eunice: Daqui uns dias querida, daqui uns dias.

Na hora da janta:

Eunice: Temos um pãozinho e duas colheres de sopa com batata pra Maria, um pro titio José e outro pra mim.—diz sorridente.

Maria: Tá uma delícia.—sorri com fome.

Eunice, no fundo, lamenta pela situação da menina, mas não quer se afastar de Maria.

José: Maria, olha que eu achei hoje.—retira de um saco uma boneca velha.

Maria: Uma boneca!—sorri feliz.

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