Raul narrando:
Depois de exatamente 1 ano e 3 meses dentro de uma clinica psiquiátrica, voltei ao meu mundo, ao meu chão.
Abro a porta e dou de cara com os inúmeros quadros e porta retratos da Raíssa e do meu filho.
Olho pro fuzil que está encostado ao lado da porta e de imediato me recordo da Raíssa gritando "pelo amor de Deus Raul tira essa coisa daí!" e acabo dando risada.Olho novamente para as paredes e móveis recheados de fotos nossas e pego o fuzil, o seguro firme e atiro em todas as fotos, em todos os quadros.
Vou até um que se estourou com a foto do meu menino. Pego e olho a foto, sem conseguir segurar o choro, abaixo a cabeça e depois olho novamente.
Raul: Papai te ama —falo chorando.— papai te ama muito filho.—soluço.
Coloco o fuzil no chão e entro na banheira com um copo de whisky, chorando de saudade, tudo aqui me lembra eles, principalmente ela, pra onde quer que eu olhe parece que posso vê-la sorrindo.
Pego a garrafa de whisky e fico olhando. Não posso ficar bêbado, tenho que ir jantar na casa do meu pai hoje. Meu irmão, preciso pedir desculpas para o meu irmão e de joelhos.
Tomo um banho e coloco uma roupa.Volto pra sala e com uma vassoura e rodos limpo toda a sujeira e guardo todas as fotos.
Aproveito e já passo um pano na casa e lavo a louça que estava lá apodrecendo já.Vou para o quarto e coloco todas as roupas da Raíssa e do bebê dentro de uma mala. Saio de à pé e vou até a casa da dona Marieta.
Raul: Ô dona Marieta.—grito no portão.
Ela vem abrir
Marieta: Você voltou menino! Graças a Deus você parece melhor, tá mais bonito.
Raul: —rio.— Olha, aqui nessas malas é roupa, muita roupa boa de mulher e de criança, roupa de marca, de boa qualidade mesmo. Pode doar tudo, vê aí da comunidade quem tá precisando, quem teve filho recentemente, é muita roupa dá pra abastecer muita mulher e muita criança pequena.
Marieta: Era da sua mulher e do seu filho né?
Olho pra ela e respiro fundo.
Raul: Era sim, e eu deixar lá é pior pra mim.
Coloco as malas dentro da casa dela e me despeço.Preciso voltar a morar com o meu pai, preciso amar ele mais.
Olho no relógio e são exatamente 20h, 17 minutos e 35 segundos.Me arrumo e vou sozinho para a casa do meu pai.
Rodrigo narrando:
A Mo foi pra casa com a Maria pra tomar banho e se arrumar. Desço pronto e vejo a Aline indo embora com o meu filho.
Rodrigo: Deixa ele aqui.—pego ele do colo dela.
Aline: Que? Não.
Rodrigo: E manda por algum pia a bolsa dele pra mim que hoje ele vai pra minha casa.
Aline: Rodrigo...
Rodrigo: essa semana eu ainda não fiquei com ele. Eu fico hoje, amanhã e no domingo a noite te devolvo.
Vejo que ela vai protestar.
Rodrigo: E é bom tu não achar ruim não, por que eu tô te sustentando mesmo minha mulher não gostando. Aproveita esse final de semana que eu vou ficar com o garoto e vai atrás de um trabalho por aqui.
Aline: Eu mando a bolsa dele por um vapor.
Rodrigo: Já é.
Vou com o Miguel pra cozinha e tiro a camiseta dele, o deixando só de fralda.
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𝐎𝐇𝐀𝐍𝐀
Teen FictionE uma hora o amor chega, sem pedir licença e sem muita cerimônia. Ele chega, ocupando todo o espaço do coração, criando necessidades dentro da gente. E devagarzinho ele vai se instalando cada vez mais , até se transformar em algo vital. O amor nos e...