Nota finais

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     Quando eu comecei a escrever Por favor, não se aproxime eu estava quebrada. Eu me automutilava, me destruia lentamente e destruia também a minha família, assim como a Enya. Minha irmã mais nova sofria com meu descaso assim como a Eva sofria com o da nossa protagonista. Tudo que me dava forças para continuar era a amizade dos meus melhores amigos.

     Eu estava tão cega pela minha dor que não via o quão fria eu era com pessoas que só queriam o meu bem, pois, na minha cabeça, as únicas pessoas que não me decepcionariam eram os meus melhores amigos... No final, eles me decepcionaram assim como todo mundo. Eu também os decepcionei e acabei me dando conta de que colocar expectativas nas pessoas só iria me machucar, já que as pessoas são tão humanas quanto eu. Com tantas idas e voltas me dei conta de que nem tudo seriam flores pelo caminho, mas que não importava o quanto eles fossem embora, sempre voltariam para mim. Eu havia conquistado a amizade deles. Isso não significava que íamos ficar bem sempre, mas significava que a nossa amizade era sólida o bastante para durar apesar dos desentendimentos. Quando eu terminei de escrever Por favor, não se aproxime no final de 2018 eu não era mais a mesma de quando comecei. E estava feliz com isso. O livro me mudou, espero que tenha causado uma mudança boa em vocês também.

     Ao longo do tempo tudo ficou diferente, mas eu já sabia lidar com tudo. Não era mais uma menina, a dor me fez ser uma mulher. Uma mulher forte pra caramba que não abaixa a cabeça pra ninguém. Partiram o meu coração, eu partir o coração de outras pessoas. E tudo isso foi aprendizado para mim. Hoje em dia não me corto mais e as poucas cicatrizes que ainda ficaram em meu braço servem pra me lembrar todo dia de que eu sobrevivi aos meus piores dias e ainda estou aqui. Viva. De pé, mesmo quando fica difícil. Eu não seria essa pessoa se não fosse as pessoas que me apoiaram durante a minha jornada.

     Portanto, sou grata ao Victor (não o da Enya, o meu), que me ligava do Amazonas e me fazia rir quando tudo ficava difícil. Ele passava horas trocando mensagens comigo e, por um bom tempo, isso foi um motivo para eu não ficar tão triste durante o dia.

     Sou grata ao Wes, que me levou às nuvens sem me tirar do chão e, com isso, me deixou bem o suficiente pra aguentar mais um pouco.

     Sou grata a Thalyta que por vezes me ouviu falar das minhas experiências paranormais e dizia com o sotaque mais lindo que eu já vi "ai, credo, Anny".

     Sou grata a Duda por ter me feito rir com suas frases extremamente fofas e me ajudado a sobreviver em meio a tudo que aconteceu.

     Sou grata ao Junior por torrar a minha paciência e ainda dizer que é um anjo (sabemos que ele não é).

     Mas acima de tudo eu sou grata ao Vinícius, que cuidava de mim e racionalizava os meus pensamentos sombrios. Me acalmava durante as crises de ansiedade e  todas as outras... Eu não esperaria sentir paz nesse mundo, não quando tudo era confuso e difícil... Mas eu senti paz quando deitei minha cabeça em seu peito e ouvi seu coração bater... Jamais esquecerei desse dia, da sensação e do seu olhar curioso... Por essas e outras razões ele sempre será o meu melhor amigo e em meu coração ele sempre terá um lugar só dele... Não me esqueci disso e não esquecerei, espero que ele também não esqueça. :)

     E sou grata a Dária, que me ensinou o verdadeiro significado da amizade. "Eu te amo incondicionalmente, você não é só uma amiga. É minha irmã agora."

     E sou grata a cada leitor que leu esse livro. Eu espero que vocês tenham gostado de casa pedacinho dessa história, tanto quanto eu gostei de escrever.

     Nunca sabemos pelo que o outro está passando, por isso é sempre bom tratar as pessoas da melhor forma possível. Seu amigo tá triste e você não entende? Então não julgue ou chame de frescura, isso pode matar alguém. Não aprendeu nada com esse livro? Então não adiantou lê-lo! 🙁 Se você não aprendeu que hipocrisia leva ao suicídio, então eu falhei como escritora! Se você não entendeu que quem se automutila precisa de ajuda e não de julgamento, ou eu sou uma péssima escritora ou você é muito idiota. 🤦
Perdão, mas é a verdade.

    Enfim, tudo que tenho a dizer é muito obrigada a todos que leram esse livro e deixaram votos e comentários. Obrigada por darem chance a Enya para que ela contasse a história de muitos anjos suicidas que tem por este mundo.

     Fiquem bem! ❤️
Até a continuação que, sim, vai haver em algum momento.




Por favor, não se aproximeOnde histórias criam vida. Descubra agora