Capítulo 24

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Após duas semanas, Henri e Helena se reconciliaram. Finalmente, Helena escutara Nana, Jonathan e Marise, que não parava de atormenta-la dizendo que queria seu noivo de volta, a colocar Louise novamente na cozinha. A menina saiu do cafezal acompanhada pelos feitores sem nem ao menos dizer o porquê estavam levando-a. Olhares curiosos a observavam partir por cima das folhagens discretamente, inclusive Raquel, que tinha uma expressão de horror.

-Pegue suas coisas e volte para a cozinha - disse rispidamente o mesmo feitor que a trouxera para o cafezal, com cara de poucos amigos.

-Voltarei a cozinhar? - Perguntou a menina esperançosa.

O homem não respondeu, mas deixou a entender que ela voltaria a cozinhar. Um sorriso se fez nas feições cansadas dela, mas logo sumiu, pois saberia que ficaria longe de Raquel, que nesses últimos dias, se tornou uma amiga inseparável.

Nana havia concordado em fazer uma festa de noivado por insistência de sua mãe. Já que tudo havia se resolvido empolgou-se também pela festa. Seria esta noite. Helena organizada todos os preparativos juntamente com a filha. Marise por sua vez não se agradou nem um pouco com a atenção que Nana recebia, afinal ela também iria se casar, noivou antes mesmo da garota conhecer Eric e não ganhara nem uma comemoração de boas vindas. A loira andava pelos cantos murmurando palavras inaudíveis, mas parou ao ver Henri a repreender.

Eles mal se falavam e em nenhum momento tocaram no assunto do casamento, apesar de ter ouvido de Henri, em uma noite dessas, que não tinha motivo para ela estar naquele lugar. Helena tentou convencer o filho a esperar alguns dias até esfriar a cabeça, mas ele simplesmente virou as costas. Marise engasgou de tanto ódio. Apenas Helena se alegrava ou pelo menos se atentava em perceber que ela estava presente, morando na mesma casa.

As três, e mais uma escrava, estavam no quarto de Nana, vendo-a experimentar o vestido que havia comprado mais cedo. Sua cor tomava um rosa perolado, a renda branca rodeava delicadamente a parte de baixo, estava preso por pequenos laços da mesma cor. O espartilho modelava sua cintura deixando-a mais fina e desenhada, as mangas ficavam rente aos ombros, com finas pregas dando um aspecto mais volumoso.

-Mamãe, o que achou? - Perguntou Nana.

Helena estava sorridente desde que Henri voltara para casa, depois de uma enorme choradeira, inclusive agora, deixando suas rugas visivelmente aparente.

-Está perfeita, querida, perfeita. Ainda nem imagino que irá se casar.

-Finalmente - intrometeu Marise, olhando suas unhas.

Nana respirou fundo, nem se deu ao trabalho de olha-la, ainda não a havia perdoado e se dependesse dela nunca iria, mas sua mãe a atormentava constantemente para fazerem as pazes, como se não ouvisse os inconvenientes que, às vezes, Marise soltava.

-Ainda não entendo - continuou ela. - Vocês se conhecem há quanto tempo? Dois meses? E já estão noivos?

Nana virou-se para a loira e sorriu.

-Sim, na verdade faz quase um ano, mas creio que quando duas pessoas se gostam de verdade não tem porque esperar, certo? Ao contrário de outros casais.

-Nana - repreendeu Helena.

A menina revirou os olhos.

-Tudo bem, Helena - disse Marise. - Não ligo para essas indiretas. Só estou dizendo que é pouco tempo para se noivar, ainda mais para um homem, quer dizer, eles não gostam de serem apressados...

-É por isso que não se casará mais? - Disse Nana rispidamente - Ou é porque Henri viu que sua noiva é uma cobra pestilenta e desprezível, ou vai ver é porque fora chutada. Não me venha com esse conversa de boa entendedora de homens porque o seu casamento está prestes a acabar.

Era uma vez uma épocaOnde histórias criam vida. Descubra agora