Um dia nublado e sem indícios de que o sol de ontem viesse a aparecer, uma previsão do que seria e do que me esperava. Acordei antes do dia amanhecer, sabia o que estava por vir, e tentava a todo custo bolar um novo plano, mas sabia que seria aquele mesmo, e apesar de todo meu desagrado, a missão tinha que ser concluída. Olho o rosto sereno de Hinata ao meu lado, dormindo tranquila em meus braços; essa foi sem dúvidas, a melhor noite de sono da minha vida. Sinto seu corpo se remexer, mas não acorda, apenas se aconchega mais em meu peito; por vezes a ouvi sussurrar meu nome enquanto dormia, e isso foi tão prazeroso quanto beijar seus lábios, ou vislumbrar seu belo corpo. Olhar para ela é tão fascinante, que me perco no tempo, esqueço da vida e de todo o resto. Vejo seus lindos olhos se abrindo, lacrimosos e sonolentos, se acostumando ao ambiente e se fixarem em mim. Ela sorri delicada, e como sempre meu coração palpita, errando uma batida.
- Bom dia Naruto-kun, está acordado faz tempo? - ouço sua voz de anjo.
- Bom dia pequena, acordei um pouco mais cedo. - respondo acariciando seus cabelos.
- E por que não me acordou? Temos que por o plano em prática. - diz se pondo em pé.
- Eu sei, mas ainda temos tempo, na verdade o dia nem amanheceu ainda. Eu que acordei mais cedo que o normal. - falo a puxando para meus braços, lhe beijando a testa, inalando seu perfume.
Como pode em tão pouco tempo, estar tão viciado nela?
- Sei que te desagrada, mas vai dar tudo certo, eu confio em você! - ela tenta me acalmar.
- Minha garota corajosa! Sei que é o único jeito, mas ainda tenho esperança que o Shikamaru pense em outra estratégia.
E como se fosse requisitada sua presença, ouvimos sua voz do lado de fora da barraca.
- Naruto, Hinata? Já estão acordados? - Shikamaru sussurra.
- Falando no diabo! Já estamos saindo. - respondo antes que ele fique estressado.
Hinata ri da minha expressão e mesmo sem nenhum humor eu a acompanho, só ela para me dar forças, caso contrário já teria feito tudo do meu jeito. Saímos da barraca e encontramos Shikamaru e Sakura nos esperando, mais perto das árvores.
- Bom dia! - falamos baixinho quando nos aproximamos.
- Bom dia! - eles respondem.
- Sei que você é contra Naruto, e eu te juro que pensei em várias outras maneiras, mas nenhuma vai funcionar - ele começa - o cara está obcecado, você viu isso ontem, e suas atitudes protetoras só contribuíram, tornaram um grande desafio. É realmente difícil e eu sinto muito colocar vocês nessa situação, mas nós somos Shinobis da Folha, temos que agir como tal.
- Mas que droga Shikamaru, como o cara mais inteligente não consegue ver outra opção? - me exalto um pouco.
- Naruto, seja um pouco racional, nós vamos estar perto o tempo todo, não pense que nos agrada fazer as coisas desse modo, e se pudesse eu trocava de lugar, mas é como o Shikamaru disse, ele está obcecado! - Sakura intervem.
- Você não quer levar isso até a vila, quer? Pense o quanto vai ser dificil quando estivermos lá, as instruções da Shizune foram bem claras. - Shikamaru pede meio cansado da nossa discussão.
- Está tudo bem Naruto-kun, vai dar tudo certo! Também não posso deixar que ele veja minha irmã, ou as outras garotas da vila, e se eu posso ajudar eu vou. - Hinata fala decidida, sei que perdi no momento que ela apoiou o plano.
- Eu sei, eu sei, ah mas que droga! - digo colocando as mãos na cabeça, eles me colocaram contra parede, fico nervoso com tudo isso.
Ando de um lado para o outro, exasperado, buscando uma saída. Também não quero que esse problema chega a vila. Hanabi, Moegi, todas elas, todas aquelas crianças estão em perigo, todas as minhas amigas. Mas que droga de vida, penso e soco a árvore mais próxima, a deixando em pedaços, tamanha é minha raiva. Vejo Hinata esperando paciente minha resposta e meu olhar se suaviza, sei o quanto ela é forte e que pode dar conta da tarefa, mas não posso evitar me sentir assim, eu jurei protege-la e agora tenho que atira-la aos leões.
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O Despertar dos Sentimentos
RomanceNunca em minha vida, algo fez tanto sentido como naquele momento. O momento mais horrível e doloroso que já passei. A sensação de impotência, o desespero em cada súplica, o gosto amargo do ódio; aquele turbilhão de emoções que me foram apresentadas...