A Jornada de Um Shinobi

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Caminho pelas ruas de Konoha de cabeça baixa, não desejo falar com ninguém, algumas pessoas até tentam me cumprimentar e falar comigo, mas não prolongo muito qualquer diálogo. Ultimamente quando saio de casa, meu destino é certo e não me desvio da rota por nada; no último mês Hinata e eu recebemos o apoio e a solidariedade dos nossos amigos, cada um a sua maneira, demonstrou o quanto sentiu a nossa perda, e agora estamos tentando recomeçar, reencontrar nosso caminho.

Konoha também está em obras, apesar de a batalha ter acontecido bem longe daqui, a vila sofreu as consequências, algumas explosões de Bijudamas ocorreram bem próximas daqui, e isso causou alguns estragos. Chego ao prédio em minutos, o guarda faz menção de me barrar, mas quando ergo meu rosto, ele recua assustado e me deixa entrar sem perguntar mais nada. Ultimamente têm sido assim, algumas pessoas voltaram a ter medo de mim, mas não daquela forma de quando eu era criança, eles me temem de um jeito admirado, como se eu pudesse não ser real; principalmente depois que ficaram sabendo o que fiz ao conselho Hyuuga; o que ninguém sabe é o que aqueles malditos fizeram a Hinata, só podem supor que teve algo haver com ela e isso gera muita especulação e fofoca na vila. Também me chamam de aquele que matou Uchiha Madara, como se eu precisasse de mais algum nome, isso é tão irritante, antes ninguém me notava, agora me seguem por onde vou com falsos pretextos para chamar minha atenção.

Não deixe isso te afetar garoto, você não quer voltar a estaca zero comigo, quer? — ouço Kurama dando uma de sabichão para cima de mim.

Suspiro resignado e concordo com ele, não preciso levar as coisas tão para o pessoal, nunca fiz isso, não vou fazer agora. Passo pelos corredores e os guardas me cumprimentam da mesma forma que fazem com a vovó Tsunade, digo o nome de quem vim ver a um deles que prontamente me guia até lá, ninguém questiona nada, apenas fazem o que pedi, e no momento seguinte estou parado a frente da sela mais afastada de todo o complexo. O vejo parado ao fundo, os olhos vendados e as mãos presas atrás do corpo, além de estar coberto por vários inibidores de Chakra; acho que não querem arriscar e decidiram tomar todas as providências para que ele não escape, como se isso fosse bastar, sei melhor que ninguém que se Sasuke quiser sair daqui, ele sairá e não há nada que o pare, o que é um mistério para mim agora, é por que ele está aqui e por que se entregou de tão boa vontade? Sentindo minha presença, ele caminha até a luz, olho para o guarda e faço sinal para que abra a sela, ele fica indeciso e com medo, e isso faz um pouco da minha paciência ir para o ralo.

— Abra logo isso, ele não vai fugir, se quiser me tranque ali dentro também. — digo irritado e ouço Sasuke dar uma risadinha — Não vou ficar o tempo todo em pé aqui do lado de fora!

Muito assustado ele abre a sela, não antes de sacar uma kunai e se preparar para qualquer ataque, como se isso bastasse, reviro os olhos indignado. Entro na sela e ele logo a fecha, nem um segundo a mais nem a menos, ouço seu suspiro de alívio; ele certamente me acha maluco por entrar aqui, mas eu não ligo, parei de me importar com a opinião alheia já tem um tempo.

— Não achei que viria, não depois de tudo. — Sasuke começa, sondando o terreno — Sabia que mal humorado assim, você fica muito parecido comigo?

— Você pediu que eu viesse, aqui estou. — suspiro cansado, sentando na cama — O que precisa falar comigo?

— Como estão as coisas? Quero dizer, além do obvio. — ele pergunta incerto e eu estranho.

— O que foi agora Sasuke? Você nunca foi disso, por que agora? O que te aconteceu? — pergunto intrigado.

— Eu senti também Naruto. — ele fala e eu entendo de pronto — Toda noite lembro cada segundo daquela ultima hora, aquilo me atormenta incansavelmente. Não sei como você ainda está em pé, não sei como consegue...

O Despertar dos SentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora