Cheguei a casa, estavam todos sentados à volta da televisão, em cima da mesa de café haviam pipocas e o ambiente era animado. Fechei a porta e todos ficaram a olhar para mim, os seus olhos diziam tudo. O que é que aconteceu? Essa era a interrogação que tinham aqueles olhares.
- Está tudo bem. - Disse sorrindo.
- Conta! Como é que foi? - Perguntou Sarah visivelmente entusiasmada.
- Vi os meus pais... outra vez. E agora já sei o que posso fazer... Mas tenho a sensação que algo está errado. - Disse sentado-me. - Mas mais não posso contar... Desculpa Sarah.
O silêncio que se tinha instalado quando cheguei, despareceu e a animação voltou, porque na realidade aquelas eram as nossas mini-férias de Primavera, mesmo que a primavera só comece daqui a uma semana.
Depois de uma bonita sessão de cinema, Sarah e Richard foram para a cama.
- 'Belle, espero por ti na cama. - Disse Matt enquanto se levantava e subia as escadas de madeira.
Eu e Jake ficamos sentados no sofá, ele aproximou-se de mim e abraçou-me, não pode evitar a cara de espanto.
- Sei o quão dificil é isto para ti, mas tens de ser forte. - Disse Jake com um tom amigável.
Não sei porquê, mas essas palavras fizeram com que o meu coração desse um salto dentro do meu peito. As lágrimas começaram a cair, e Jake abraçou-me ainda mais forte.
Ele levou até ao exterior, fomos dar um passeio pelas redondezas.
- Não sei o que se passa comigo... Daqui a alguns meses terminarei ao doutorado em criminologia, não deveria ser assim...- Disse enquanto limpava as lágrimas.
- Estás a tirar um doutorado e ainda não trabalhas numa esquadra. - Disse ele com um olhar perplexo.
- Achei melhor terminar os estudos e depois começar a trabalhar numa esquadra, além do mais o dinheiro dos meus pais dava para eu viver bem durante muitos e muitos anos. - Disse. - Achas que com o dinheiro que ganho da biblioteca daria para pagar os estudos e o meu super apartamento.
- Sim... Ok, tens razão. - Disse ele com um sorriso. Os seus olhos azuis brilhavam à luz da lua.
Os nosso olháres cruzaram-se, o meu coração começou a bater rápidamente, pus-me na ponta dos pés e beijei-o, com lentidão para que o beijo durasse mais. Quando me ía afastar, ele agarrou-me pela cintura com força e voltou-me a beijar com desejo.
- Não, não podemos fazer isto. - Disse, mas de nada valeu, ele voltou-me a beijar e eu deixei-me levar.
- Não posso fazer isto, estou com o Matt! - Disse empurrando o Jake.
- Porque é que resistes? Tu não sentes o mesmo? - Perguntou, olhando-me nos olhos.
Naquele momento fiquei bloqueada, não sabia o que responder, por um lado gostava dele, mas depois estava Matt... Com Jake tenho uma conexão inéxplicavel, é como se lhe podesse ler os pensamentos. E o Matt fazia-me sentir especial, amada, única.
Ele voltou-me a beijar, mas desta vez não o impedí.
- Só quero que saibas uma coisa... Eu nunca desistirei de ti... aconteça o que acontecer. - Disse ele olhando-me nos olhos.
Voltamos a casa, e cada um foi para o seu quarto. Quando entrei Matt já estava a dormir, tinha medo de o acordar, assim que fui até à porta do quarto do Jake. Ele abriu, estava sem a camisola. Fiquei bastante surprendida, Jake tinha um corpo tremendo, tinha os abdominais bem definidos e uma pele perfeita. Corei um pouco e virei as costas, ele agarrou-me o braço e puxou-me para dentro.
- Desculpa, mas não aguento mais. - Disse Jake dando-me um beijo.
- Não podemos fazer isto aqui! O Matt stá a dormir na porta da frente. - Disse sussurando.
- Não importa, Annabelle. Eu quero-te a ti e só a ti. - Disse voltando-me a beijar.
E apesar de eu saber que era um erro, deixei-me levar pelo desejo.
Enquanto me vestia desajeitadamente, a culpa invadia-me como um veneno. Deixei o quarto sem olhar para trás. Eu tinha cometido um erro.
Os raios de sol que entravam pela janela acordaram-me, tinha acabado por dormir no sofá. Era muito cedo então decidi fazer jogging para aclarar as ideias. Fui discretamente ao quarto, buscar umas leggins, uma t-shirt e um casaco. Saí e comecei a correr, agora que já era de dia o lugar parecia ainda mais bonito que ontem. As árvores, a natureza, tudo... era lindo.
Depois de correr durante meia hora, cheguei à capela onde costumava ir quando era pequena. Entrei, estava exatamente da mesma maneira que ontem, mas era normal, estava praticamente abandonada. Fui até ao pé do altar, proximei-me da parede, alguma coisa me dizia que ali havia mais alguma coisa. Bati na parede até que num certo sítio o som mudou, parecia que ali não era uma parede, comeceu a tocar a parede até que senti um clik, e uma porta abriu-se. As escadas pouco iluminadas desciam até ao vazio. Mesmo com um pouco de medo decidi descer. As paredes eram feitas de pedra, notavasse que ninguém passava ali à muito tempo, pois havia teias de aranha por todo lado.
No fundo das escadas havia uma pequena sala, também pouco iluminada, nas paredes havia diversos documentos, artigos de jornal e fotografias. Aproximei-me e vi o ano em que foram publicados alguns artigos.
" Setembro, 1999
Foi encontrado cadáver no Stonehenge.
A noite passada foi encontrado um cadáver meio-queimado.
Autoridades da zona encontraram, a noite passada, um cadáver decapitado. Segundo a policia ninguém sabe o que se passou. O cadáver ainda não foi identificado, mas existem rumores que apontam para que seja o Doutor Zacarias Collins. As autoridades levaram o cadáver para descobrirem, através dos dentes, de quem realmente se trata."
Também haviam outros artigos sobre os Collins. Não conseguia entender, quem é que se interessaria pela minha família?
Além desses artigos, também existiam alguns documentos, relatório das autópcias dos meus pais, relatório da investigação. Mas quem teria acesso a essas coisas?
Aproximei-me de uma mesa que estava no fundo da sala. Lá em cima haviam vários documentos escritos há mão. Eu conhecia aquela letra.
- Então foi aqui onde vieram parar os documentos da minha investigação. - Disse para mim mesma.
- Não devias estar aqui! - Disse uma voz grave, mas bastante suave.
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Diário do Destino [Em Revisão]
FantasyIMPORTANTE: O livro encontra-se em processo de revisão. Annabelle Collins é uma jovem universitária que trabalha a tempo parcial numa biblioteca pública em Londres. Numa noite de tempestade, enquanto trabalhava, encontrou um pequeno livro no chão d...