Capítulo I

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Sol ainda era uma adolescente, com apenas 15 anos de idade, seu corpo já estava pronto para a vida. Ela tinha um tronco robusto, nos seus 1,65 de altura, os seios fartos ainda em formação e curvas invejáveis, seus olhos verdes demonstravam uma alma inquieta. O olhar inocente e curioso daquela menina moça era capaz de fascinar o homem mais virtuoso e levá-lo direto a perdição. Com um cabelo abaixo dos ombros enrolados em cachos cor de mel, torneavam seu roto rosado e complementava a beleza dos lábios carnudos. Seu modo de viver, com uma mãe separada que trabalhava fechada todos os dias, de cedo à noite em uma fábrica de móveis, deram a ela um desenvolvimento e amadurecimento bem mais cedo do que as outras meninas de sua idade. Desde pequena acostumou-se com a rua e a casa dos vizinhos, por isso não se intimidava com estranhos, sentia-se a vontade em qualquer ambiente, entrava e saía de qualquer assunto, muitas vezes causando espanto em adultos. Nas cidades do norte paranaense, como Arapongas, é normal quando uma mãe vive sozinha a vizinhança é sempre prestativa e as crianças acostumam desde pequenas a ficar com os vizinhos para a mãe cumprir certas obrigações. Por isso Sol passava a maior parte do dia na casa da vizinha da frente, pois lá ela sempre encontrava uma companhia.

Marina tinha a mesma idade de Sol, porém tinha o troco roliço sem curvas, que escondia até os seios. Marina era filha única e, como sua mãe não trabalhava fora, estava sempre a sua disposição, isso fazia dela uma pequena patroa para a mãe. Sol e Marina se tornaram amigas no ginásio, pois estudavam no mesmo colégio, na mesma sala e moravam frente a frente. No bairro onde elas moravam as casas antigas construídas no sistema de casa popular do governo eram muito próximas, as ruas estreitas e as casas ficavam porta à porta, isso facilitava as amizades e os trabalhos da escola.

A convivência entre as duas parecia se completar, Sol era como uma irmã mais velha, que brigava com as mal criações de Marina e sustentava sua carência, em troca disso, Sol ganhava atenção familiar. Mesmo que a amiga não estivesse em casa, Sol sabia que lá sempre tinha alguém para conversar, as vezes era a mãe dela, em outras vezes era o pai. Com este sim, não faltava assunto, pois ele gostava de se manter atualizado sobre os assuntos da juventude. Apesar de estar próximo dos cinquentão tinha um porte atlético devido a fidelidade ao treino de muay thai. Os cabelos escuros e os olhos castanhos eram realçados pela pele morena que apesar da idade continuava com o viço jovem. A barba já com alguns fios brancos poderiam denunciar a idade, talvez por isso, a mantinha sempre muito bem raspada. E também pelo trabalho de motorista que o obrigava a manter o zelo constante da aparência, esse trabalho ainda era condicionado de horários diversos, por isso quase sempre no meio da tarde ele estava em casa. Sol ficava encantada pelo uniforme de calça preta e camisa social branca que davam elegância a estatura mediana do pai de Marina sua melhor amiga.

Um dia Sol estava em casa sozinha e como de costume, logo depois da aula foi para a casa da amiga, afinal, essa era uma rotina entre as duas, quase todas as tardes elas passavam juntas; A amiga até tinha falado de um passeio que faria com a mãe, num shopping na cidade vizinha para fazer compras, mas como a mãe dela era muito indecisa não sabia ao certo a data do passeio, porém foi exatamente neste dia que elas resolveram, de última hora, sair para as compras. Outra coisa que Sol não sabia é que era o dia da folga do pai de sua amiga. Ela atravessou a rua, destravou a tranca do portão de grade e foi entrando, só depois que estava no meio da sala percebeu que não tinha mais ninguém além do pai de Marina, ela até pensou em sair rápido, pois sentiu um calafrio atravessar seu corpo ao cruzar seu olhar no dele, mas na verdade, ela adorava as conversas que tinha com ele, era divertido e entendia de todos os assuntos, ele dava liberdade de falar qualquer coisa e ainda achava graça, ou seja, talvez era uma boa oportunidade para aproveitar, Sol estava completamente enfeitiçada por aquele olhar, cada dia procurava mais oportunidades de estar perto dele. Ela admirava todo o carinho que ele dedicava a filha e as vezes até a invejava, afinal Sol desconhecia um carinho de pai e vivia fantasiando ideias com o pai da melhor amiga. Já que estava sozinha com ele era melhor aproveitar, sentou-se ao lado dele no sofá e perguntou se a amiga ia demorar, ele logo respondeu que sim, mas que ela poderia ficar o quanto quisesse, com isso ela ficou à vontade, deitou-se no sofá da sala e puxou conversa, elogiando o quanto ele era carinhoso com a filha:

— Sabe minha amiga é de muita sorte, ter um pai legal e bonitão como o senhor.

— Então me acha legal e bonitão? — Disse ele, rindo em seguida.

— Sim, eu acho. Pena que é casado, que é tão mais velho e que é pai da minha amiga. — As palavras saíram sem ser processada pela boca de Sol. Que em seguida, corou as bochechas de vergonha.

— Pois, eu penso que não há nada que queira que não se pode fazer, as vezes diferença de idade pode ser bom.

— Sim, mas não tanta diferença assim. Eu falo do caso entre namorados e o senhor já é casado, dessa forma, não poderia namorar uma garota como eu. Apesar que poderia ser meu pai.

Ele logo se prontificou em demonstrar para ela como poderia ser carinhoso com ela, assim como era com Marina.

— Olha só, para dar carinho não é preciso ser pai e nem namorado basta querer bem o outro que se pode fazer feliz. Venha cá, para eu te mostrar!

Sol não era de pura inocência, mas deitar com a cabeça no colo de um homem por quem ela estava encantada, não lhe parecia pecado algum, já que ele sempre fazia isso com a filha. Lógico, que ela percebeu que não era a mesma coisa, mas achou tão bom que preferiu continuar.

Sol sentiu pela primeira vez uma mão de homem (pai de família) tocar seus cabelos, seu rosto, seu corpo... Ela sabia que não era as mesmas carícias que ele fazia na filha, mas era tão diferente de tudo que já sentira, era um sentimento tão novo, que preferia pagar pra ver onde terminaria. Assim ela foi permitindo tudo que ele queria. E ele quis tudo que poderia fazer com uma jovem bonita e inexperiente como Sol, que estava totalmente entregue aos seus desejos pela paixão ou pela carência, talvez.

Finalmente, quando tudo terminou, ele exausto deitou-se sobre o sofá para retomar o fôlego, olhou para Sol e disse:

— Olha o que você fez comigo? Menina você tem futuro! Você é melhor do que muitas mulheres maduras que conheço. Você é demais! Tem medo mais o desafia. Não achei que tivesse coragem pra isso. Agora estou apaixonado por você. — Dizendo isso, puxou-a pela mão sentando-a em seu colo.

Sol se sentiu envaidecida com as palavras daquele homem e perguntou:

— Jura que gostou? Vai querer tudo isso outras vezes?

— Com certeza, vou querer isso sempre. Já estou apaixonado neste teu corpo maravilhoso! Só para você saber o quanto gostei vou te dar todo o dinheiro da minha carteira, isso se você não contar pra ninguém, este será nosso segredo. Marina não pode nem imaginar uma coisa dessa, se ela ou a mãe desconfiar você nunca mais vai poder me ver. Dizendo isto pegou a carteira que estava sobre a mesa de centro, tirou uma quantia de dinheiro e entregou a ela, e ainda acrescentou:

— Olha compre um presente pra você, isso é para agradecer por você me fazer tão feliz. — E ainda acrescentou:

— Se quiser, tome banho no banheiro da minha filha, por que se entrar comigo no meu não vou ter mais dinheiro e isso não seria justo.

Sol se sentiu muito feliz com o presente, pois nunca havia pegado numa quantia tão grande de dinheiro, porém confusa com tanta emoção desconhecida. Surgiram muitas perguntas, mas ela não queria que ele percebesse isso, ela era orgulhosa demais e resolveu calar-se, afinal, já tinha acontecido e não podia negar que tinha gostado muito. Pegou as roupas espalhadas pelo chão e foi para o banheiro da amiga, tomou um banho rápido e logo saiu, caminhou pelo corredor entre os quartos, passou pela sala e chegou até a cozinha onde ele estava, tomando um copo de água, que a recomendou:

— Saia devagar e olhe se não tem vizinhos na rua, lembre-se este é nosso segredo, não quero que você se afaste daqui. Eu não quero ficar longe de você nunca mais, gostei muito de tudo isso. — Dizendo isso, sorriu.

Sol saiu depressa sem dizer uma palavra, carregando vários fantasmas consigo, oscilava entre o orgulho e a vergonha, a vaidade e o medo, mesmo contudo, se envaidecia com o sentimento de ser capaz de provocar e enlouquecer um homem "pai de família". Ela acabara de entrar por um caminho perigoso e sem volta, pois mesmo sem a real consciência de seus atos, ela tinha acabado de realizar seu primeiro programa.

Os Fantasmas Da Sol    (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora