Capítulo V

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O pai de Roger era o marido que toda mulher queria ter, vivia para o trabalho e para a família. A única coisa que fazia para si era uma boa corrida pela manhã, depois um banho e o resto do dia era o caixa na lanchonete. Quando precisava sair para resolver algo fora, o que raramente fazia, pois esta era a função de Jane sua esposa, deixava Sol responsável pelo caixa, afinal ela era a funcionária mais antiga, os outros cargos vivia se renovando por causa dos horários e finais de semana comprometidos com a lanchonete. Isso favoreceu uma proximidade de Sol com o patrão, que de vez em quando ele pedia para Sol ficar até mais tarde para fazer os acertos de caixa.

D. Jane zelava pela aparência da lanchonete e exigia o uniforme impecável, para as meninas camisete, calça social e avental, o único que não usava o uniforme era seu marido, se bem que ela tentou, mas isso ele nunca aceitou.

Num dia de muito movimento, Sol teve que ficar no caixa e depois consequentemente, até mais tarde para fechar as contas. Ela aproveitou que estava sozinha com o patrão foi até o banheiro soltou os cabelos e abriu um botão do uniforme. Quando ele a viu, ficou desconfortável e ela disse:

— O senhor não se importa, não é? Estou com dor de cabeça com este cabelo preso e não estou suportando o calor.

— Ah, tudo bem! Desde que Jane não te veja assim. Fique como quiser. Já é tarde e ela não vai aparecer aqui, e outra, as portas já estão fechadas. Isso quer dizer que o expediente já se acabou.

Durante as contas Sol percebeu que o patrão tinha um olhar malicioso para seu corpo e aproveitou para estreitar a intimidade com brincadeiras bobas. Ele ficou mais relaxado e adorou aliviar o stress com boas risadas. Quando terminaram Sol foi para o banheiro e tirou o uniforme colocando um vestido bem leve e curto, enquanto ela se ajeitava para sair ele não tirava os olhos das pernas dela, e ela fazia de propósito, como passar um creme porque estava com dores nas pernas, ainda se abaixava na frente dele deixando os seios quase amostra pelo decote do vestido.

Com a mudança de Roger a convivência entre seus pais ficava cada vez mais complicada. D. Jane sempre muito preocupada com o filho longe, pressionava o marido para o rendimento da lanchonete para ajudar nas despesas do filho, com isso a distância entre os dois só aumentava. Enquanto isso ele buscava aliviar sua tensão no trabalho se aproximando cada vez mais de Sol. Que aproveitava cada momento e cada palavra para envenenar sua vida de casado.

— Você só pensa em dinheiro, Jane! Só fala comigo em contas, não aguento mais tudo isso! Vou para o trabalho e talvez durma por lá, já que é só o maldito dinheiro de lá que te interessa. — dizendo isso saiu abrindo a porta com violência.

— Vai mesmo, já que teu filho não te interessa pelo menos traz dinheiro quando voltar. — disse ela friamente, fechando a porta em seguida.

Á tarde chovia muito, quase não tinha movimento na lanchonete, as ruas estavam desertas, poucas pessoas se arriscavam sair com tantos raios e trovões. Então o patrão, que estava calado o dia todo, fechou as portas da frente da lanchonete, depois foi até a cozinha e dispensou os funcionários, mas disse para Sol:

— Espere que vou fazer uma ligação e quero te passar algumas coisas para melhorar o depósito. Vai ser rápido! Me espere um pouco.

Os funcionários saíram todos, e Sol ficou na cozinha esperando enquanto ele ligava para Jane, dizendo que não ia se atrasar por causa da chuva. Quando voltou Sol o acompanhou até o depósito, e logo percebeu que estava impecável. Sol sentou-se sobre uma mesa e disse:

— Arrumamos tudo hoje durante o dia. Com a chuva não teve movimento e ficamos arrumando para matar as horas. O que mais quer que eu faça aqui? —Ele se posicionou em pé à sua frente, olhou nos olhos dela e disse:

Os Fantasmas Da Sol    (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora