Capítulo IV

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Sol estava feliz com sua vida, apesar da dor de ser usada, ela conseguiu voltar para a escola e retomar sua vida normalmente. Era o último ano do 2º grau e todos da turma estavam eufóricos com a proximidade da formatura, os quatro amigos não se separavam, e Sol estava levando a sério a ideia de menina honesta, de vez em quando ela e Roger o menino alto, inteligente e de boa família, não se resistiam e se pegavam aos exageros entre amaço e beijos quentes, Sol sempre fugia quando sentia seu limite se aproximando. Afinal ela sabia que ele era um bom partido para se namorar e casar, e se fosse se entregando assim poderia ser usada novamente e descartada como antes fora. Marina não estava contente com isso, mas não se afastava deles para não ficar só, já Luiz vendo Roger e Sol se pegando de vez em quando, alimentava a esperança de passar de consolador a namorado de Marina, por isso não se afastava deles também.

Todos planejavam a formatura e se apressavam com as roupas, enquanto Sol não tinha a certeza de nada, já que sua mãe trabalhava em uma firma com um salário apertado e com pesados descontos por causa de muitas faltas que cometia no trabalho, por essa razão não fazia parte dos planos dela gastar com algo tão desnecessário como festa de formatura da filha. Felizmente, Roger apostava em bons momentos com Sol, principalmente no baile da formatura.

A família de Roger tinha uma lanchonete no centro da cidade. A pedido dele, seu pai contratou Sol como atendente. Ela correspondeu sendo uma ótima funcionária, muito séria e prestativa. O pai de Roger a tratava muito bem, já a mãe era um pouco mais reservada, tratava Sol como uma boa empregada, mas reservava sempre uma desconfiança sobre a amizade de dela com seu filho. Jane era uma mãe superprotetora e sonhava com a faculdade de engenharia civil para Roger, por isso, ele raramente aparecia na lanchonete à trabalho, tinha os estudos como prioridade.

A formatura já se aproximava e Sol só teve tempo de guardar dinheiro para comprar a roupa do baile para ir como convidada pela amiga, pois o baile era a única coisa que interessava a ela.

No dia da formatura Sol chegou logo de manhã na casa de Marina, elas iriam enfrentar uma maratona de beleza e aproveitar o dia já que Sol ganhou folga da lanchonete por causa da formatura. O dia passou rápido entre bobs, esmaltes, batons e maquiagens. Finalmente chegou à tarde, a mãe de Marina estava encarregada de levar as duas até o salão onde o baile aconteceria, mas Roger apareceu com o carro do seu pai para busca-las:

—Boa noite, Sra. Eu vim buscar a Marina e a Sol para o baile, meu pai liberou o carro.

— E você não vai beber? — perguntou ela desconfiada.

— Pode ficar tranquila Sra. Entrego elas sãs e salvas a noite. Prometo!

— Tudo bem, mas tenham juízo, ein. — recomendou a mãe de Marina.

A mãe de Marina não achou nada ruim, sempre estava indisposta, aborrecida pelos cantos e fazia qualquer negócio para evitar sair de casa, vivia indiferente a realidade da filha, desde que fora abandonada pelo marido.

O baile acontecia num salão afastado da cidade, em uma chácara. Logo que chegaram os olhares se voltaram para elas, por estarem sozinhas com Roger, o garoto mais cobiçado do colégio. As meninas com olhares derrotados, enquanto Sol e Marina estavam radiantes. Sol usava um vestido preto com uma gola que parecia coleira presa ao pescoço deixava à mostra os ombros a saia justa que desenhava seu corpo, liberava discretamente uma das pernas por uma fenda enquanto caminhava. O sapato de salto disfarçava sua estatura e dava elegância ao caminhar. O cabelo levantado e preso em forma de coque com duas mechas soltas uma de cada lado do rosto delineava os olhos verdes acinzentados e destacava os lábios grandes no batom vermelho.

O salão estava repleto de jovens, todos muito bem vestidos em trajes esporte fino recomendado pela direção da escola. As mesas dispostas estrategicamente com quatro lugares, um vaso de rosas vermelhas ao centro e placas de identificação. Em um canto do salão estava reservado à pista de dança e no centro as mesas de comidas para se servirem a vontade, já as bebidas eram servidas pelos garçons contratados.

Os Fantasmas Da Sol    (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora