Fruto Proibido

7-O primeiro beijo

Pov's Dag

Entrei em casa e bati a porta com força, furioso.

- Eita! - comentou Astrid incrédula, sentada no sofá - Tem geladeira em casa não?

- Você não vai acreditar! - alertei começando a andar de um lado pro outro - Seeylfe está namorando Vinícius pra me fazer ciúmes! Dá pra acreditar?

Foi então que parei e percebi que Astrid cerrava os lábios, segurando o riso.

Arregalei os olhos chocado.

- Você sabia! - deduzi incrédulo - Sua bipolar! De que lado você está?

- Eu não estou do lado da Seeylfe, mas também não estou a impedindo - explicou - Eu acho a relação de vocês muito arriscada pelos motivos que já te falei, mas quando ela começou a falar dos sentimentos dela por você e que queria lutar por você, eu senti sinceridade nas palavras dela. Eu nunca vi Seeylfe desse jeito e acredito nela.

- Eu nunca duvidei dos sentimentos de Seeylfe - afirmei - Eu quero apenas protegê-la. Não quero que ela se magoe.

- Você já está magoando ela e a si mesmo - alertou.

Ela suspirou.

- Eu não acredito que vou dizer isso, mas acho que já é tarde demais para você e Seeylfe fugirem do que sentem um pelo outro - comentou.

Pov's Seeylfe

Parei na porta aberta do quarto de Soluço e o avistei sentado em sua cama, usando seu óculos de leitura e lendo um livro.

Bati na porta e ele ergueu o olhar.

- Posso entrar? - perguntei receosa.

Ele franziu a testa.

- Você nunca pediu - relatou.

Adentrei o quarto e fechei a porta atrás de mim.

- Eu já sei que tem algo de errado no momento em que você pediu pra entrar - declarou fechando o livro e retirando o óculos enquanto eu me aproximava - O que aconteceu?

Suspirei, me sentando na sua frente.

- Soluço... Eu tô gostando de alguém... - confessei.

- Eu sei e ainda estou pensando seriamente em te internar por isso - avisou.

- Não é pelo Vinícius seu idiota! - rolei os olhos - É por outro cara!

Ele ergueu as sobrancelhas curioso.

- Outro cara? - indagou.

- Sim - confirmei - Mas o problema é que ele é mais velho e é...

- Nosso professor - completou me fazendo arregalar os olhos - Admito que é meio estranho.

- Você sabia!?! Como!?! - exclamei assustada.

- Seeylfe, eu sou seu irmão gêmeo, te conheço mais do que qualquer um -respondeu - E além do que, pelo jeito como vocês se olham, já é tarde demais pra te dar bronca.

Abaixei o olhar, ruborizando.

- Eu não escolhi isso mano - confessei envergonhada.

- Eu sei - deu um sorriso mínimo - E pelo visto ele também não. Por Dag ser um cara legal, não irei quebrar a cara dele e vou tentar salvá-lo da ira do nosso pai.

Soltei uma risada.

- Você gosta dele? - perguntou.

Sorri boba, corando.

- Gosto. Gosto muito! - Respondi risonha.

Ergui meu olhar para encarar Soluço, que sorria.

- Sabe que eu te amo e sempre estarei ao seu lado, né? - questionou.

- Sei sim - confirmei - Eu te amo também. Confio tanto em você que quis te contar isso, mesmo que já tenha descoberto antes.

Ele suspirou e me abraçou.

- Só tenha cuidado - pediu.

- Pode deixar - garanti.

(...)

Uma semana depois...

Pov's Dag

Hoje era dia de prova e vários alunos já haviam feito e saído.

Soluço foi o primeiro - o que não foi nenhuma surpresa - em seguida foi Perna de Peixe, Heather, Dylan, Anna, Punzi e mais alguns. Os que restaram foram Seeylfe, Melequento, Vinícius e os gêmeos Thorston.

Todos terminaram e entregaram, porém, Seeylfe só levantou quando éramos só nós dois na sala.

Ela se aproximou da mesa e me estendeu a prova.

- A prova estava tão difícil assim? - questionei pegando a folha da sua mão e colocando-a em cima das demais.

- Não - negou balançando a cabeça - O Soluço me ajudou a estudar. Eu enrolei de propósito apenas para ficar à sós com você.

Suspirei derrotado.

- Seeylfe, por favor... - pedi.

- Eu que digo por favor! - me cortou aflita - Para de torturar à mim e à você mesmo desse jeito!

- A prova já terminou - alertei firme - Você pode ir, Srta.Strondus.

Os olhos dela se encheram de lágrimas.

- O problema sou eu? Não sou bonita? É isso? - perguntou chorosa.

- Não! - me alterei me pondo de pé e saindo de trás da mesa - Você é linda. Linda até demais pro seu próprio bem. Mas eu posso perder meu emprego e você pode decepcionar o seu pai!

- É isso mesmo? - desafiou - Ou acha que sou nova e imatura demais?

- Tem isso também - Comentei.

Ela franziu a testa determinada.

- Pois eu vou provar que eu não sou nem um pouco nova e imatura demais - afirmou.

Ela agarrou o colarinho da minha camisa e me beijou com tudo.

Meu coração quase explodiu.

OH MERDA!

Fechei os olhos e agarrei sua cintura, retribuindo o beijo e colando seu corpo ao meu. Seeylfe brincava com meus cabelos enquanto nos beijávamos ferozmente.

Quando o ar começou a faltar, Seeylfe se afastou e eu abri meus olhos, respirando tão ofegante quanto ela.

Ela sorriu.

- Espero que eu tenha tirado 10 professor - desejou antes de ir até sua carteira e pegar suas coisas.

Assim que ela saiu da sala, um sorriso escapou, porém fiquei na dúvida sobre sua última frase.

Ela se referiu ao beijo ou à prova?