Um acordo de casamento.

CAPÍTULO 19- CHRISTOFER

Virei para o lado e capotei em questão de segundos eu acho. Na manhã seguinte sentado à mesa pego o jornal para ver as notícias do dia, encontro uma foto minha com a Sofie saindo da boate com os seguintes dizeres em negrito e letras garrafais, " CHRISTOFER VAI CASAR". Não me senti nenhum pouco incomodado e não é porque se trata da verdade e sim porque a garota em questão é a Sofie.

Segurei o celular nas mãos e procurei por seu nome para logo em seguida seleciona-lo e ligar, chamou poucas vezes até que uma voz sonolenta atendeu.

-alô.

-bom dia Sofie, tudo bem?

- sim, acordei um pouco mal mais está tudo bem.

-já foi buscar o resultado dos exames, isso é muito importante gata.

-acabei esquecendo nesta correria que está a minha vida.

-eu ia perguntar se já tinha visto o jornal hoje mais como você acordou agora vejo que não.

-não mesmo mais o que tem o jornal?

-tem uma foto nossa na primeira página falando sobre nosso casamento.

-não acredito que vergonha, espero pelo menos ter saído bonita na foto.

-você está muito bonita e elegante.

-então menos mal, fico aliviada já pensou eu estar com a cara horrorosa?

-não tem como isso acontecer Sofie.

-eu queria te ver hoje.

Ela falou suspirando e isso encheu o meu coração com algum sentimento que não sei como descrever.

-eu também queria te ver mais vou sair hoje.

-ah Chris que pena.

-amanhã eu vou até aí.

Depois de nos despedir eu desliguei o aparelho pensando nela, parece até uma loucura mais não consigo parar e volta e meia me pego pensando em seus lábios macios ou se eu puxar na mente o cheiro da pele eu consigo sentir, sem sombras de dúvida estou me apaixonando por ela.

Me aprontei todo e fui pra cidade, cheguei um pouco atrasado para pegar a balsa e agora vou ficar esperando mais de 15 minutos para ela voltar, o rio que a balsa cruza é de uma largura considerável e contando que cheguei quando estava saindo vai demorar, tá aí uma coisa que eu adoro fazer, esperar.

Assim que encostei onde ficam os manobrista avistei um monte de fotógrafos na porta, vários cliques me cercaram e amanhã terei outra vez meu rosto estampado no jornal e revistas da cidade, aqui eles veem minha família como celebridades por sermos donos de uma das maiores fazendas da região.

Eu nem achei que os fotógrafos fossem ideia do Art e sem dúvida alguma isso vai alavancar ainda mais a boate, quem não gosta de uma propaganda gratuita. Assim que entrei fui direto para o bar onde achei que ele estaria, logo um dos seguranças do lugar me viu e me guiou até o escritório do meu primo.

O ambiente é todo muito bem decorado e o espaço é bem amplo, tem uma adega de vinhos que é a cara do Art, bem no canto e posso dizer que são garrafas caras. Me sentei em um sofá muito confortável e logo em seguida meu primo entrou com uma bela mulata de curvas acentuadas que eu adoraria em outra época deslizar minhas mãos, afastei os pensamentos que se formaram na minha cabeça, mulher gostosa da porra. Ao entrar ele já veio me dando a mão e um tapinha nas costas, coisa que ele faz pra me irritar porque sabe que eu detesto isso.

-fala aí cara?

-aquilo lá fora é ideia sua?

-os fotógrafos?, claro.

-isso foi uma senhora sacada.

Mesmo não sendo noite ainda a boate está cheia de filhinhos do papai.

- os donos super apoiaram e devo agradecer à você e a Sofie por isso.

-posso imaginar.

Falei apontando discretamente para a gata mulata ao lado dele, o que eu não faria com essa mulher, o sacana sorriu com aquele jeito dele todo cheio de si, ainda bem que no fim de tudo ele vai deixar a minha gata fora do seu radar.

-a Sofie gostou daqui?

- cara sem dúvida e eu nunca a vi se divertir tanto quanto naquele dia, ela até me agradeceu pela noite, é um avanço.

- que bom, achei que viria com ela hoje?

-preferi não chama-la, nós dois precisamos deste tempo para a gente.

-esqueci isso primo, são águas passadas.

-ainda bem, já estava com saudade de nós.

- mesmo essa sua frase ter parecido meio gay eu também senti falta de nós. Agora vamos lá pra fora aproveitar as gatas.

-só dispenso as gatas.

-Christofer Rezende negando uma bela gata?, o que você fez com ele?

- cala a boca cara e vamos beber.

Curti um pouco mais como meu primo está sempre correndo de um lado pro outro ou está ocupado enfiando a língua na boca da mulata, fiquei sem companhia. Bebi uma dose de cowboy e observei a muvuca dançar na pista, tem uma gata morena me olhando com lábios carnudos do jeito que eu gosto, ela está usando um batom avermelhado e tem um bunda lindamente empinada e aqui estou eu, sozinho e com ela me dando o maior mole. De repente a criatura vem balançando aquele quadril de um lado pro outro e com um sorriso que fez meu pau pular dentro da calça. Fiz uma promessa e tenho que cumprir ou como ela mesmo me diz, "o que fizer eu farei também" e sendo sincero eu não quero magoa-la de forma alguma e antes que eu perca a cabeça e meu controle com essa diaba deliciosa eu vou embora. Antes de eu sair ela veio e colocou uma de suas mãos em meu ombro e quase jogou os seios na minha cara, pude sentir o seu perfume cítrico e fresco, agora só consigo pensar em uma coisa... saí daqui sua demônia antes que eu beije essa sua boca, caralho.

-me paga um drink gato?

- pede o que quiser.

-me chamo Carmen.

Ela já veio cheia de atitude me dando um beijo no rosto e a energia que vem dela me deixou desconcertado, por um minuto pensei em que merda de promessa foi aquela que eu fiz mais logo ao pensar isso já me veio sua imagem na mente e lembrei o porque fiz.

-nome bonito Carmen, me chamo Christofer.

-dança comigo Chris?

-não posso.

-está acompanhado?

- sim e não mas se eu for dançar com você eu vou querer te beijar e não posso.

-pode sim gato, eu deixo.

-desculpa gata mais tenho compromisso.

-prometo que não conto pra ninguém, ela nem vai ficar sabendo.

-eu vou e não costumo quebrar minhas promessas.

-essa garota é duplamente sortuda já para mim é uma pena, obrigada pela bebida.

Puta merda, quando foi que eu dispensei uma deusa dessas?, deixei ela escapar de mim. Estou vendo que é melhor eu ir embora pra casa de uma vez, paguei minha conta e saí de lá num horário nada comum para mim.

Já havia me esquecido dos fotógrafos lá fora, foi eu colocar a cara pra fora e toma flash, querem me deixar cego com essa merda toda. Entrei no meu carro e fui embora e só espero que ainda possa pegar a balsa ou terei que dormir em um hotel por aqui e pra minha sorte, consegui pegar a última.