Capítulo 23- SOFIE

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Cada dia aqui neste hospital ele conseguiu ganhar ainda mais espaço em meu coração, eu nunca amei ninguém e nem sabia como seria quando acontecesse. Eu sabia e acredito que ele também tinha consciência de que nada disso seria fácil e eu confesso, tenho medo.

Quando ele me segura com tanto carinho e desejo, fico enlouquecida e completamente derretida, tudo parece que vai se encaixar, mesmo tudo tendo acontecido deste jeito louco. Se pudéssemos ter nos conhecido melhor e sem tanta pressão, talvez nada disso teria acontecido. Hoje me vejo sem o que poderia ter sido o começo da nossa família e ao lado de um homem que aprendi bem aos poucos a gostar, tá não tão aos poucos, porque quando ele me beijou da primeira vez senti como se asas batessem em minha barriga, foi mágico.

Vamos para a praia por uns longos dias, me senti empolgada, nem acredito que vou finalmente conhecer esta maravilha de lugar, quando a médica adentrou a sala com sua habitual prancheta e jaleco branco tive até um frio na barriga, vontade de sair daqui é o que está tendo.

-olá Sofie, como você está hoje?

-olá Doutora, estou bem.

-isso é um bom sinal.

Ela falou enquanto anotava alguma coisa em uma ficha e tornou a falar.

-agora você terá que descansar bastante por no mínimo sete dias.

Descansar, a palavra ecoou dentro de mim de uma forma muito forte, um arrepio atravessou meu corpo o fazendo sacudir, e meus olhos logo ficaram marejados.

-calma Sofie, isto é uma das coisas que você deve evitar, fortes emoções como o nervoso, sei que o momento é bastante delicado para vocês e eu sinto muito.

-sim eu entendi Doutora, posso ir embora?

-vou assinar sua alta.

O Chris interrompeu nós duas e questionou a médica.

-que tipo de esforço.

-ficar andando, subir escadas, pegar peso, querer limpar a casa e sexo.

-entendi, pode deixar que vou cuidar dela.

Me senti muito amada quando o ouvi dizer que quer cuidar de mim e isso me deixou tão feliz. A médica saiu dizendo que mandaria um enfermeiro para me buscar de cadeiras de rodas, minutos depois ele veio empurrando a cadeira quarto a dentro, super simpático e risonho.

Finalmente estamos indo para a praia e não vai ser como eu imaginava, já que terei de ficar de molho numa cama sem poder me levantar, como posso aproveitar isso assim?

Antes de sairmos do estacionamento, o vi conversar com o enfermeiro e logo estava em uma ligação, pra passar o tempo resolvi ligar pra minha casa e dar um oi.

-alô, oi mãe tudo bem?

-filhinha do meu coração, como você está?, já estava preocupada com você, nós não recebemos nenhuma ligação e eu já ia até a fazenda do seu marido saber se eles tinham notícias.

Esta é minha mãe, sempre tagarela e muito afobada.

-estamos bem sim, agora estamos indo para a praia.

-ai que delícia filha, um dia leve sua mãe tá.

-tudo bem, posso falar com a Jô?

-não, pode deixar que darei a notícia de que tudo está bem com você, agora vai cuidar de seu esposo, beijos e até mais.

Acho que ela se empolgou tanto que nem me esperou dizer adeus, ela desligou na minha cara e ainda nem deixou eu falar com a minha irmã, mas não faz mal, acho que terei tempo suficiente pra fazer isso quando estiver na praia. Minha conversa foi tão rápida que nem a dele acabou, depois de tantos telefonemas lá vem ele e com uma música leve saindo pelos alto-falantes fomos em direção a estrada principal, o Chris mal abre a boca e quando abre é pra xingar alguém que fez algo que ele não gostou. Estranho.

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