POV Estela
Há um tempo tenho ficado na casa da tia Mione por conta do meu problema com a minha magia, na verdade porque eu ainda não sei controlar meus poderes.
Todo mundo no início falava que era comum que crianças quando começavam a demonstrar sua magia não soubessem como se controlar, mas eu sei que não é só isso, tem algo de errado comigo.
Tio Draco que é meu médico e também meu amigo diz que é só uma doença e que com tratamento eu posso me curar.
Quando minhas crises acontecem é sempre do mesmo jeito, eu sinto meu corpo todo tremer até apagar, eu simplesmente desmaio e não me lembro de nada.
Não é que eu não me lembre exatamente, eu sinto como se tudo fosse um sonho abstrato, eu sinto outra pessoa no meu corpo e eu simplesmente não consigo controlar o que meu corpo faz, eu vejo borrões escuto vultos, é muito estranho.
Talvez eu realmente deveria ter morrido com a minha mãe, afinal ela morreu por minha causa, talvez se ela não estivesse grávida conseguiria sobreviver aos comensais, quem sabe até fugir.
Eu torcia e pedia a todos os poderes celestiais que eu não tivesse magia, assim em determinado momento quando a coordenadora do orfanato percebesse que eu era uma trouxa ela iria me obliviar e me mandar pra viver com os não-magi.
Seria tudo mais simples, eu seria adotada por uma família que não saberia que eu tinha ajudado comensais da morte a matar minha mãe e viveria feliz sem a magia, simples.
Tudo me fazia me lembrar dos meus pais, talvez se eles tivessem um pouco mais de habilidades mágicas ainda estariam vivos, pra que serve toda essa magia se não podemos nem salvar quem amamos?
Todos esses questionamentos estavam dentro de mim e de alguma forma eu nunca conseguia expressar isso, era como se um ser parasita se alimentasse de mim.
Apesar de tudo eu me sentia melhor ultimamente, quando eu tinha quase sete anos tio Krum e tia Mione foram transferidos para o orfanato que eu ficava, desde então as coisas melhoraram um pouco, eles me davam atenção e eram gentis comigo, os outros supervisores não davam atenção para as crianças, então nunca perceberam como os outros me tratavam.
As outras crianças eram ruins pra mim, não sei porque se todos nós perdemos nossos pais de alguma forma na guerra, mas eles me chamavam de mini assassina e comensalzinha, diziam que meu pai havia matado seus pais, o que não é verdade, uma vez a dona do orfanato me disse que meu pai morreu antes da minha mãe dar a luz e minha mãe morreu no parto.
No início eu chorava muito, mas com o tempo eu não ligava mais pra eles, mesmo sabendo que o que eles falavam não era verdade aquilo me atingia e eu por diversas vezes acreditei.
E na época em que normalmente as crianças começavam a manifestar sua magia, as vezes a partir dos sete ou oito anos, eu comecei com as crises e foi assim que vim parar na casa da tia mi.
Desde que cheguei aqui eu tenho me sentido menos estranha, não sei exatamente, pode ser o efeito do tratamento ou dos bolinhos da Lene, que por sinal são maravilhosos.
Tenho me adaptado bem a casa da tia mi, ela é super atenciosa, sei que essa é a forma dela demonstrar amor, ela me cobra o tempo todo, mas não de uma forma ruim, eu sei disso, já a Lene é carinhosa em excesso o que também é bom e alem do tio krum tem o tio Draco, ele é divertido e gosta muito da tia mi, não entendo o que acontece entre eles, segundo a Lene é papo de adulto, não que eu seja uma criança, já sou uma mocinha.
Enfim, hoje tio draco e tia mione fizeram as pazes e eu estou torcendo pra eles namorarem e como a tia mi não vai comigo conhecer a casa do tio draco e a tal moça que trabalha la, eu me comprometi a não arranjar encrenca para que se eles namorarem a gente possa ir na casa do tio draco mais vezes.
POV Draco Malfoy
- GISELE, CHEGUEI.
- Ora, não precisa gritar, ainda não to surda, você acha...
Gisele veio tagarelando com uma pilha de toalhas lhe tampado o rosto e quando viu a pequena ao meu lado simplesmente travou.
- Ola, você deve ser Gisele, eu sou Estela, o tio draco cuida de mim, ele é meu medico.
- Ah sim, ei, er... bem eu não sabia que teria visita e eu fiz um almoço simples, mas se quiser faço umas batatas fritas, crianças adoram.
-Sim, eu gosto muito, mas é que a tia mi pediu pra que eu não incomodasse ninguém.
-Imagina, não sera incomodo nenhum, vem comigo, acho que ainda tem um pouco de sorvete para sobremesa.
Vi as duas moças sumirem ate a cozinha e respirei aliviado, Gisele realmente tinha um faro para pessoas abandonadas, foi assim comigo também.
Aproveitei que as duas estavam ocupadas na cozinha e fui trocar de roupa e tomar um banho, precisava relaxar um pouco.
Durante o banho percebi que a ultima coisa que faria seria relaxar, eu estava uma pilha, não parava de pensar na Granger e isso já estava me matando, preciso me controlar as coisas irão ser mais lentas que o comum, não posso apressa-la.
Quando estava descendo as escadas ouvi risadas na cozinha, aquilo me tranquilizou, mas só por um momento, assim que tive plena visão no comodo notei que não havia apenas duas pessoas e sim três, isso não deveria me deixar preocupado, contudo fiquei tenso, não soube como reagir e para o meu desgosto El foi mais rápida e assim que se virou e me viu se jogou em meus bracos e grudou seus lábios nos meus e isso gerou um pouco de bagunça.
-Ei Draco, estava com saudades de você.
-Tio Draco, porque essa moça te beijou?
-Porque ele é meu namorado .
-Não exatamente.
- Não complica Draco, ela é uma criança.
- Mas você abracou a tia mi hoje e disse que não eram namorados "AINDA", alem de que eu e a lene ate vimos vocês dormindo juntos no sofá.
-Pera ai, você dormiu com a MI..?
- O nome dela é Hermione Granger, ela é legal, ela e o tio Draco vão namorar um dia, então você não pode ser a namorada dele.
Eu realmente precisava conversar com a El e estava pensando nisso, mas acho que Estela adiantou o processo, só preciso pensar em uma maneira de explicar toda essa confusão sem ferir a El.
- Gisele, você pode levar a Estela pra conhecer o resto da casa.
- Deixa comigo.
Assim que as duas sumiram da cozinha me virei para El, tentei me aproximar, mas ela recuou.
-Olha El, eu ia te contar.
-Ah jura? Quando?
-Eu tava pensando em como te contar.
- Tava pensando enquanto abracava a tal de mim? Ah não, era enquanto dormia com ela no sofá.
-El para de ironia, você nem é assim, me deixe falar.
- Eu não sou assim? como sabe? você sequer me conhece draco, você é um mistério, eu me abro com você e você é sempre imparcial, ai quando começa demonstrar um pouco de sentimento vem essa criança e solta essa bomba, você estava me fazendo de trouxa todo esse tempo Draco?
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Cave Inimicum II
FanfictionDez anos, já haviam se passados dez anos da formatura de Hermione Granger. Ela agora vivia como queria, sem toda aquela atenção que recebia logo após o fim da guerra. Era parte da suprema corte como chefe do departamento de execução das leis mágica...