Derek é um homem com um passado cheio de brigas, dor e morte. Por anos teve que conviver com a dor da culpa e hoje se vê obrigado a mais uma vez relembrar de tudo. Quando está prestes a perder sua mente e entrar em um caminho sem volta, conhece a mu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Estou respirando com dificuldade. As palavras do meu pai vêm a minha cabeça e isso só faz eu me sentir pior.
"Não chore, não seja fraco menino. Isso é coisa de mulherzinha."
Eu sempre fui arteiro, porém nunca tive coragem de desacatar meu pai, até porque isso geraria uma surra. A única vez que fiz isso foi quando matei aula e Ethan foi junto, a mulher da secretária ligou para informar nossa ausência e quando cheguei em casa meu pai já estava com o cinto na mão. Foram mais de 10 chicotadas nas pernas. Minha mãe sentiu pena, mas não podia fazer nada.
Ethan sempre foi o favorito do meu pai. Meu pai sempre levou ele para a empresa desde pequeno e até mesmo em algumas reuniões. Fazia questão e dizer aos seus sócios e amigos que ele seria seu sucessor. Eu não me importava com o fato dele ser o braço direito do meu pai, mas confesso que sentia falta de programas de pai e filho.
Agora Ethan se foi e eu me sinto totalmente desnorteado, tanto que até me esqueci da presença de Zoe. Só me dou conta quando ela se aproxima e me abraça.
- Eu sinto muito. Você quer que eu te leve a algum lugar. - a encaro e é visível sua preocupação. Afirmo com a cabeça e recolho minhas coisas pelo quarto. Pego as chaves do carro e entrego a ela, não me sinto bem emocionalmente para dirigir.
Assim que chegamos no hospital eu corro para a recepção. Meu pai está falando com uma enfermeira e minha mãe está sentada na cadeira totalmente desconsolada. Me sento ao seu lado e a abraço, ela retribui.
Não existe palavras que descrevam o tamanho da minha dor, não consigo acreditar que meu irmão, aquele pirralho que eu amo se foi.
Zoe me entrega a chave do carro e pergunta se gostaria que ela ficasse, mas acho melhor que ela vá para casa. Chamo um táxi e fico de mandar o horário do sepultamento, essa garota é um anjo.
Passeio com os olhos por todo o local a procura de meu pai e o encontro radiante vindo em nossa direção. Não consigo entender o motivo da sua alegria, não até ele começar a soltar dezenas de palavras confusas.
- Pai fala com calma. - peço. Ele respira fundo na tentativa de conter sua euforia e volta a falar.
- Depois de 15 minutos desacordado Ethan voltou a respirar sozinho. Seu coração ainda está fraco, mas os médicos disseram que é um milagre ele estar vivo. - Meu coração para de bater por um segundo e então volta a todo vapor. Não consigo acreditar.
- Meu filho? Obrigada meu Deus, meu filhinho está vivo. - minha mãe me abraça e eu rezo baixinho a Deus por ter dado uma chance ao meu irmão.
Nunca fui um homem de muita fé, mas sempre acreditei em Deus e na sua capacidade de fazer milagres. Hoje mais do que nunca eu pude perceber a grandeza da sua força. Ethan está vivo!
Mando uma mensagem para Zoe dando a noticia e agradecendo pelo apoio que ela me deu.
- Senhor Fontes. - um homem gordinho e baixo chama e meu pai se levanta apressadamente, eu e minha mãe vamos juntos. - Seu filho Ethan está instável e sendo monitorado para garantir sua melhora. A visita só será permitida após 24 horas por isso aconselho que vá para casa descansar. Se tivermos novas noticias ligaremos.
