| Capítulo 10 |

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Acordo com uns pingos de chuva em meu rosto

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Acordo com uns pingos de chuva em meu rosto. Me levanto apressado quando vejo que os raios e trovões estão cada vez mais perto. Caminho pela areia por pelo menos 15 minutos até encontrar um pequeno chalé de cocô. Puxo a pequena porta  e para minha surpresa está aberta, possivelmente o dono esqueceu. 

Sei que é errado invadir a propriedade de outra pessoa, mas não tenho para onde ir e a tempestade está se aproximando. Ouço rajadas de vento e logo a chuva começa. Me sento no chão amadeirado e fico abraçado às minhas próprias pernas. 

Sinto sede então procuro alguma coisa no escuro que possa conter água. Encontro algo que me parece um freezer, abro a tampa e uma pequena luz se acende. Há algumas garrafas de água e cocos. Agradeço a Deus baixinho, pego uma garrafa e bebo.

Ajeito a mochila embaixo da minha cabeça e tento dormir enquanto lá fora venta, troveja e chove forte. Estou com frio, mas tento dizer a mim mesmo que é psicológico. 

Durmo e acordo grande parte da noite assustado com a imagem de Ethan sobre mim cheio de sangue. Só quando já está quase amanhecendo que enfim consigo dormir sem interrupções.

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Acordo com um velho abrindo a porta e gritando assustado ao mesmo tempo que eu. Me levanto apressado e tento me justificar antes que algo ruim aconteça.

- Bom dia senhor, me perdoe pela invasão. Eu estava pela orla durante a noite quando a tempestade começou, foi o único lugar que encontrei para me abrigar. Eu peguei uma de suas garrafas de água, mas está aqui o dinheiro. - afirmo abrindo a mochila.

- Não é necessário meu filho. Leve mais uma para a viagem porque você não está com cara de quem vai voltar para casa. - aceito de bom grado e o agradeço.

Volto a caminhar sem destino pela praia. Talvez eu devesse construir uma cabana entre as rochas e morar ali, mas onde eu arrumaria madeira para construir? Acho que a fome está me afetando.

Algumas pessoas me encara incrédulas, esse é o lado ruim de ser modelo e conhecido. As pessoas me olham como se eu tivesse cometido um crime o que me deixa ainda pior do que me encontro. Ainda bem que não tenho um espelho nesse momento ou me assustaria com meu próprio reflexo.

Meu estômago está doendo, mas preciso aguentar mais um pouco. Ando pelo calçadão e atravesso a rua indo de encontro aos grandes prédios e casas de luxo. Vejo algumas crianças brincando e lembro da minha infância. Sento em um banco e fico admirando a alegria através daqueles olhos. Em pensar que um dia foi eu e Ethan brincando pelo jardim.

 Em pensar que um dia foi eu e Ethan brincando pelo jardim

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Derek  ThorOnde histórias criam vida. Descubra agora