14. Eu não quero saber do seu passado

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Quarta, 26 de Novembro

Minha função como Chefe de cirurgia do hospital estava durando mais do que eu havia planejado.

Ter tanto trabalho nas costas e as responsabilidades que ele trazia consigo, faziam com que eu não tivesse visto a luz do dia desde o domingo, quando iniciei um plantão infinito.

Eu fugia tanto do Greg, que queria saber do resultado final da noite em que saímos juntos, quanto da Abigail, que tinha voltado do Canadá e insistia que eu não estava bem.

Detesto dizer isso, mas até tenho que concordar com ela, eu estava um lixo.

A insistência da Felícia em me manter longe estava me ferindo. Eu via que no fundo nós queríamos e sentíamos a mesma coisa, mas era como se houvesse uma enorme barreira entre a gente, que eu não fazia ideia de como atravessar.

Sábado passado tivemos algo tão bom, que acabou de um jeito estranho, como todas as vezes que nos encontramos após ela descobrir a gravidez.

Não consigo e nem nunca saberei como é gerar uma vida. Ter um ser dentro de mim, crescendo e virando tudo do avesso, mas convivo todos os dias com mulheres nesta situação e por isso tenho certeza que tudo que ela está sentindo vai além dos hormônios que tanto põe a culpa.

Felícia tem mágoas e é assombrada por um passado de culpas que ela não deveria carregar. Ela é uma mulher de 23 anos, que aos 15 viu sua vida ser destruída, com a morte do irmão que tanto amava e a amargura sem fim dos seus pais.

Eu não podia exigir que ela confiasse cegamente em minhas intenções com o bebê e o relacionamento, afinal ela não se sentia bem para confiar nos próprios pais, que deveriam ter sido o seu apoio após o trágico acontecimento, mas infelizmente se tornaram sua âncora. A afundando para um sofrimento sem fim.

Além de tudo, tinha ainda a situação com o pai do bebê, que era um safado casado que ela nem mesmo queria que assumisse a criança.

Por isso eu estava disposto a dançar conforme sua música, usando seu figurino e aprendendo os passos que ela estivesse disposta a me ensinar.

Eu estava realmente amando essa mulher e esperaria por ela.

— Elliot! — Disse uma voz feminina conhecida.

Só haviam duas pessoas que me chamavam de Elliot, minha mãe e ...

— Chloe? — Eu me virei e tive a visão da silhueta da morena de longos cabelos pretos e olhar expressivo.

Drama Particular #1Onde histórias criam vida. Descubra agora