Gael aos 30 anos terminou um casamento repleto de traições!
Felícia aos 22 anos descobriu estar grávida de se eu professor, que ela não sabia ser casado!
E se por um acaso esses mundos se chocassem e eles descobrissem que são muito mais parecidos...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
19 semanas
Domingo, 3 de Fevereiro
Alguns momentos marcam a nossa vida. Eu me lembro bem a primeira vez que andei de bicicleta sem rodinhas. Noah me segurava e dizia que iria ficar tudo bem.
Mesmo que ao final daquele dia o meu joelho ralado entregasse um dos diversos tombos que tomei, meu irmão não desistiu enquanto não me viu percorrer nosso quarteirão inteiro em minha bicicleta verde água com pompons brancos.
Eu tinha 6 anos, mas me lembro disso tudo como se fosse ontem, assim como me lembro quando Ryan veio chorando atrás de mim pelo corredor da faculdade dizendo que era tudo mentira. Que ele não tinha transado com Diana no laboratório como todo mundo estava comentando e que eu precisava confiar nele pois um dos pilares do amor é a confiança.
Naquele mesmo dia, poucas horas depois que eu segurei sua mão e nós saímos juntos pelo corredor da faculdade fuzilados pelos olhares julgadores e comentários venenosos, eu recebi o vídeo do sexo explícito em meu celular, sem cortes e com áudio na melhor definição, me fazendo descobrir que infelizmente algumas pessoas possuem a capacidade de mentir olhando nos olhos.
Só que diferente da primeira vez que andei de bicicleta sem rodinhas, eu não tinha o Noah para me dizer que ficaria tudo bem, eu não tinha meus pais para dizer que ficaria tudo bem, mas eu tinha minha melhor amiga que me abraçou e disse incansáveis vezes que iria ficar tudo bem.
Rachel era o meu porto seguro. A pessoa que eu ligaria se precisasse de ajuda para esconder um corpo, roubar um banco ou chorar revendo titanic. E agora era horrível perceber que eu não tinha a minha amiga, assim como não tinha meus pais e meu irmão. Eu estava sozinha, perdida, com medo e precisava dizer a mim mesma que iria ficar tudo bem, mesmo tendo plena certeza que não.
Após nossa discussão no carro, onde o Gael jurava não ter feito nada, mas mal conseguia esboçar palavras que tivessem alguma conexão entre si, eu consegui levá-lo para casa com a ajuda do porteiro. Literalmente carregado.
Eu não tinha ideia do tanto que ele havia misturado aquelas bebidas, mas tudo indicava que seriam horas até recobrar a consciência e finalmente se explicar ou apenas confirmar os fatos inegáveis, pois se aquilo fosse uma armação, Mônica era digna de ganhar um prêmio.
Quando o dia já passava da metade e faziam em torno de 10 horas que ele dormia um sono profundo. A silhueta masculina se dirigiu a sala trajando apenas cueca, me encontrando deitada no sofá enquanto via série na companhia do meu fiel escudeiro.
Gael pegou uma torrada com geleia sobre a mesa de café que eu havia deixado montada e andou até o sofá, aninhando seu corpo ao meu.
- Que dor de cabeça! - Ele depositou um beijo em minha barriga - Se alguém me dissesse que eu assaltei um banco ontem, com toda certeza eu acreditaria, porque não me lembro de absolutamente nada.
