Convés

288 36 18
                                    

Shimizu dormia no barco enquanto ele velejava até Assima. Ela dormia em um canto do navio em sua parte interior, o cheiro de porco e suor dominavam aquele lugar, porém estava cansada fugir do Reino Ômega foi mais difícil do que ela imaginava, e esconder seu cheiro para conseguir um barco para Assima era cansativo.

Após alguns segundos ela sentiu seu rosto ser molhado com água salgada:

-O que? - ela tentou secar o rosto com uma mão enquanto a outra segurava a espada.

-Bom dia tripulante - um homem com uma pequena barba falou alegre - esta na hora de sair esfregar o convés.

-Por quê? - ela o olhou confusa.

-Por quê? Eu, Kazumasa Hanayama, sou o vice-capitão e peço humildemente que vá esfregar o convés, antes que a capitã acorde - ele disse apontando a espada para ela com um sorriso.

-Esta bem- disse se levantando e colocando a espada na bainha.

Subiu as escadas indo até a parte superior do barco e viu as imensas velas voando com o vento. O navio era todo de madeira escura, e a bandeira era um lobo mostrando os dentes. A parte onde ficava o timão tinha pequenas pedras de ouro decorando o local. A sua frente algumas de pessoas esfregavam o espaço a sua volta, outras deveriam estar remando ou polindo os canhões.

Caminhou até a ponta do barco atravessando as pessoas e viu a ponta do navio, era uma sereia com uma espada. Quando se virou para ver o mar Kazumasa quase esfregou o balde de madeira em sua casa:

-Pode apreciar a vista depois de limpar, tripulante - ele falou sorrindo.

Kiyoko acenou com a cabeça e foi para uma parte vazia do convés. Esfregar aquilo parecia tolice, o que exatamente ela estava limpando? Encarou o chão irritada:

-Eu sei - uma garota falou sorrindo -, não há algo para limpar, ele só quer que nós não fiquemos paradas.

-Ah - Shimizu concordou - eu ouvi ele falar capitã, é ela?

-Sim, impressionante, não é? Nunca tinha visto uma mulher no comando de um navio, na verdade nem em um navio sem ser escrava ou mulher de alguém importante.

-Você já a viu? -

-Na verdade não - ela morde o lábio- mas dizem que ela sempre anima os tribulante.

-Do mesmo jeito que ele anima a gente? - apontou para o vice-capitão.

-Não - ela riu - Mai Nametsu - disse estendendo a mão.

-Kiyoko Shimizu - ela sorriu e apertou a mão da outra.

-Deve estar muito fácil polir esse convés se vocês estão até conversando - ele gritou as olhando.

-Hanayama! - uma mulher sentada ao lado do timão berrou - deixas as em paz seu velho barbudo!

-Eu tenho a mesma idade que você, capitã - ele respondeu sorrindo.

-Então pare de parecer um seu porco do mar - ela sorriu - agora venha aqui.

O homem caminhou até a escada preste a subir a parte superior:

-Ela é a capitã? - Shimizu sussurrou, e Mai acenou confusa.

-Aqui pegue sua flauta transversal e me ajude - entregou o objeto para ele - e vocês marujas, acompanhem na batida!

Ela começou com seu alaúde e Hanayama acompanhou com a flauta, uns dos tripulantes da frente reconheceu a música e começou a bater o pé contra a madeira, pouco a pouco todos se juntaram a batida.

Beta War: O surgimento das asas.Onde histórias criam vida. Descubra agora