Acordou com a luz queimando seus olhos e os pulos de um galopar. Tentou se mexer, contudo percebeu suas mão e pernas estavam amarradas, o pior era o tecido fedido em sua boca o impedindo de falar. Seus olhos aos poucos foram se acostumando com a luz ao seu redor, ele estava preso em uma garupa de uma cavalo, os homens do rei, conhecido como seu pai, havia o pego. Bufou vendo seu cavalo, ainda não nomeado, galopando de cabeça baixa, olhou com cuidado para o companheiro. Ele tinha cortes e as suas patas estavam amarradas por quatro homens, seu focinho trazia várias cordas e sobre ele um homem com um chicote pequeno o guiava; algo na noite passada deveria ter acontecido. Sentiu algo sobre o rosto e esfregou a bochecha no ombro, o local se manchou de vermelho. A noite passada muito provavelmente deveria ter lutado contra eles. Viu seu arco nas costas do guarda que o levava, estranhou o objeto ali, já que não havia o trazido. Olhou para os guardas a sua volta, eles pareciam cansados e alguns traziam ferimentos no rosto ou braços, fora uma longa noite para todos. Tinha em torno de cinco a seis homens, já que seu campo de visão estava um pouco limitando era difícil dizer exatamente.
Notou pela estrada brilhante, estava na Rota de Ouro, aquele linha única que atravessava todo o Reino Alfa em direção ao castelo. Pelo local que estavam iria demorar um pouco para chegar. Estava em Casm, a zona 'rica' do Reino, algo que os Alfas nunca poderiam negar era o fato que todos ali tinham uma vida boa, a porcentagem de pobres era baixa, então 'zonas ricas' era apenas uma expressão, lá, além das casas um pouco mais sofisticadas que a de outros, estavam pessoas de altos cargos, aqueles que mereciam uma referência de respeito sempre.
Quando era levado como uma animal pelos guardas, com suas armaduras sujas e quase quebradas, uma cena difícil de se ver naquele lugar; as donzelas se assustavam achando que Kagayama poderia ser um assassino, o pensamento fazia o maior rir sozinho; os rapazes da sua idade, riam e até pensavam em tacar pedras, mas nenhum se atreveu quando qualquer um dos guardas os encarava com severidade; os homens mais velhos, entre a vida adulta e a velhice, apenas acenavam a cabeça e falavam algo entre si em desrespeito; as damas de idade fofocavam entre si, nesse momento Tobio sabia que em alguns segundos até um canarinho de penas azuis saberia onde estava; e as crianças, elas o olhavam confuso, aquela não era uma cena normal, elas sempre viam o Reino como uma maravilha imensurável.
Kagayama tentou reconhecer uns dos guardas, contudo nenhum era realmente familiar, lembrava, claro, deles gritando com ele sobre suas fugas do castelo, sem ser isso, nada mais. Encarou seu arco e percebeu que havia um ponta queimada nele, não se lembrava daquilo, voltou a se questionar como o guarda tinha a posse do seu arco, além de tê-lo queimado. Em sua mente haviam muitas perguntas, as quais o irritava ilimitadamente. Voltou ao seu cavalo, ele parecia faminto, não era o único; além do arco havia o cavalo, o que ambos significavam? Um presente do deus da discórdia não era algo 'bom', principalmente quando ele era o culpado pela sua coroa. Quando chegasse ao castelo tentaria correr para a biblioteca, lá havia milhares de livros de deus, aqueles que nunca acreditou agora amaldiçoava sua vida.
Um guarda que estava mais atrás galopou mais para frente e tocou uma corneta deselegantemente, sua respiração estava descontrolada para sair o ruído torto que fora. O portal do castelo foi aberto, e os homens foram para dentro. A entrada de cavalos era proibido dentro do castelo, assim Kagayama foi jogado no chão pelo cavaleiro, viu seu cavalo hesitar em avançar, contudo balançou a cabeça negando. Os homens guardaram os cavalos e faziam piadas, um deles deu um chute no estômago de Tobio:
-Na próxima vez, não te traremos vivo, o princípe Toru seria um rei melhor que você - o cavaleiro disse, obviamente, Tobio concordava plenamente.
-Agora essa porcaria de cavalo fica quieto, é só o dono acena que esse bicho faz.
A pedra do chão que havia sido jogado estava gelada, fazia sua cabeça piorar, de um modo estranho. Gelo, neve e frio, não era impossível viver quando o inverno chegava, contudo era mais desconfortável para ele que para outros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Beta War: O surgimento das asas.
FanfictionHinata Shoyo é um membro da família beta pura, os únicos betas realmente relevantes para o império ABO, contudo depois de um longo tempo, Hinata perde um amigo para os Alfas. Depois desse dia ele percebe coisas nas quais não se importava, a diferenc...