As drogas nem sempre são necessárias, mas a convicção na recuperação sempre é.
Norman Cousins
2 meses depois
Deixei a prataria sobre o balcão vendo Bia fazer o mesmo e passar as costas das mãos sobre a testa, já haviam ido mais de 40 pratos e a pilha ainda não havia acabado, sabia que o trabalho na cozinha era o mais pesado entre as atividades que éramos aconselhadas a fazer, e com o tempo trabalhar nesse lugar passou a ser um bom treino para minha cabeça, aqui eu não pensava em nada mais, as memórias não me afetavam. Olhei as horas e já passava das duas da tarde, Bia logo precisaria ir para mais uma das sessões de pintura dela e eu para a de costura mas antes que pudesse voltar para a pilha de pratos a porta vai e vem se abre e vejo a doutora Larissa passar por ela:
— Por que sempre que venho aqui essa pilha continua a mesma? — Dei um sorriso e olhei para a médica, eu sabia que Larissa não estava aqui para averiguar se os pratos estavam sendo lavados e seu olhar sobre mim me dizia o mesmo: Rachel, podemos conversar?
— Claro — Deixei o pano de prato e segui a médica pelo corredor que eu já conhecia de olhos fechados.
A clínica de recuperação foi uma escolha minha depois de quase duas semanas infernais onde eu não conseguia dormir e nem sair da cama, e quando fechava meus olhos gritava até que minha garganta doesse, Andrew não tinha vida, podia ver isso em seu corpo menos musculoso e com a empresa estava ficando largada porque eu não conseguia me mexer, não conseguia sair da cama, nem mesmo a chuva eu suportava. Era uma tortura tanto para mim quanto para ele. Conheci a clínica em nossas pesquisas logo depois de conversarmos e eu convencê-lo que o melhor para nós dois era que eu precisava de tratamento intensivo e que isso seria bom para ele, pois ele não precisaria ficar preocupado comigo o tempo todo, nos víamos todos os finais de semana eram encontros agradáveis que me ajudaram na recuperação segundo a médica a minha frente.
Andrew mal me tocava, sempre que tentava me dar um abraço ou um beijo na bochecha me pedia permissão, ele também havia procurado ajuda e vazia terapia dois dias na semana, eram um processo lento e doloroso mas que era curativo para nós dois. Nos primeiros dias longe dele eu chorei mais, nos primeiros dias eu estava deplorável, havia emagrecido quase vinte quilos, estava ossuda e com a aparência decrépita, bem diferente de hoje, claro que ainda precisava recuperar mais alguns pesos mas estava sem dúvida muito melhor:
— Entre — Ela deu um passo para o lado e deixou passar para a sala que eu tanto conhecia; me sentei no sofá de couro e esperei a médica sentar na sua poltrona de sempre: Então como estamos hoje?
— Bem — Falei segurando um sorriso para ela, os olhos dela me estudaram como se procurassem uma mentira escrita ali, mas não havia, eu havia sido sincera com ela eu estava realmente bem, finalmente sentia que o medo as lembranças haviam sido apagadas ou guardadas:
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Amor no limite
RomanceEle é um empresário sério, ela é estudante de designer. Andrew Harris dono de uma das maiores grifes do mundo, ele é sério tem seus objetivos em primeiro lugar de tudo. Rachel Scott ela está se formando em designer de moda, ela é jovem e tem...