Capítulo 10 - P.O.V Jennifer Scarllet Targane

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Na multimídia podemos ouvir a música tema do rei Maori. Ela inspirou boa parte desse louco.

Leiam ouvindo se quiserem. :)

Esse p.o.v se passa no mesmo momento da linha do tempo que a Ray.

O único P.O.V com diferença de tempo por enquanto é o da Josh
:)
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O Sol se põe no horizonte. O único som que ouço no momento é o respirar contínuo dos guardas.

Desde o dia em que meu objetivo foi completado não consigo parar de pensar no que a garota havia me dito. Ela está morta agora. Mas essa palavra; esse nome...

Jennifer.

Por que essa sensação de que eu já ouvi esse nome antes? Por que a sensação de que ele era... meu?

Um rosto de um homem sorridente com os cabelos grisalhos aparece na minha mente de súbito, junto com um nome: August.

Me apoio na parede para não cair pela fraqueza. Os flashs estão voltando. Pego a seringa na minha jaqueta, olho para ela por alguns instantes, eu disse que usaria quando fosse necessário.

Mas uma parte de mim quer saber, quem eu era antes de Maori? Quem eu era antes do treinamento? E por que não me deixam lembrar?

Me arrasto de volta ao meu quarto, ele era de uma criada, eu mesma a matei. Quando fiz isso me senti fora de mim, como se eu estivesse flutuando sobre o meu corpo e observando tudo, e mesmo que dissesse não, não conseguia parar.

De repente outro flash vem a minha mente, mais real que os outros, muito mais nítido.

Me lembro de gritar com a filha de Alyah e dar um tapa em seu rosto, eu era mais nova,parece ter sido há muito tempo, pareço culpá-la por algo, ela não revida, nem diz nada. Depois saio correndo pela porta sentindo uma dor aguda no peito, não consigo lembrar o porquê. Me escondo atrás de uma árvore e começo a chorar, raiva e angústia me dominando. Então ouço Rayrah sair de dentro da casa, energizada, fora de si, os vidros das casas se quebram e eu ouço gritos, desvio o olhar quando a vejo agarrando um homem pelo pescoço, ponho as mãos na cabeça traumatizada enquanto ouço os gritos, os grunhidos e o seu último suspiro. E ele foi apenas o primeiro.

Arfo saindo da lembrança.

Há quanto tempo isso aconteceu? Levo uma mão ao rosto sem perceber, toco a pele volumosa e distorcida.

Lanço outro olhar para a seringa em minha mão, um simples passo para tudo voltar ao normal, eu não seria mais atormentada por lembranças fantasmas.

Me assusto quando um soldado esmurra a porta:

- Vamos marchar para Mondian! Lhe foi designado o Esquadrão A17! - ele grita.

- Entendido! - grito de volta. Pego minha máscara com as mãos trêmulas e ponho no rosto. Hora de tomarmos o castelo.

- O rei quer te ver antes de ir.

Assinto e vou ao encontro dele para mais uma chuva de intempéries e cobranças.

Lá está ele, sozinho no imenso salão que um dia foi de Alyah, observando a vista do pátio e dos soldados se agrupando através do vidro. Assim que entrei na sala, senti o cheiro de gasolina, é familiar depois de tantos anos. Me ajoelho e me apresento.

- Mandou chamar senhor? - pergunto receosa.

- Ah, aí está você. - com um sorriso macabro ele se vira pra mim, fingindo não ter notado minha presença, mas sempre nota. Ele nunca mais se descuidou desde que foi traído, desde que sua própria irmã tentou matá-lo. - Estive notando algo de estranho em você há alguns dias. E fiquei terrivelmente decepcionado ao perceber que você não cumpriu sua promessa.

As Crônicas de Rayrah Scarlett - Esperança Em Arnlev [RETIRADA EM 25/08/22]Onde histórias criam vida. Descubra agora