Cap. 18 - Por Kinah

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Eu tenho vivido no piloto automático desde o dia em que vi o Alberto

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Eu tenho vivido no piloto automático desde o dia em que vi o Alberto. Como se minha vida tivesse parado naquele instante em que o vi.

Meu Deus, eu nunca fui assim!

Me pego pelos cantos da casa, pensando, sonhando e imaginando se teremos um novo encontro. Que idiotice...

Nossa história acabou, há muitos anos atrás e eu achei que nunca mais iria me recuperar. Achei que nunca mais conseguiria amar novamente e eu amei. Amei tanto o pai da Johanna quanto ele merecia.

Mesmo sabendo que em alguma parte desse meu velho coração, ainda habitava aquele garoto. E nem mesmo o meu Henrique conseguia ocupar. O conheci numa cafeteria, lugar onde sempre ia com minhas amigas e ele sempre estava lá realizando algum reparo. Sempre que eu me sentava na mesa, a garçonete simplesmente colocava um café exatamente como eu gostava, na minha frente.

Quando eu dizia que não havia feito o pedido ainda, ela simplesmente respondia que o meu admirador secreto havia feito por mim.

Demorou um bom tempo até que eu descobrisse quem era e ele me encantou... Fizemos tudo como "mandava o figurino": namorar, noivar, casar, transar!

Diariamente, ele me fazia a mulher mais especial do mundo. Mas, às vezes, ele me pegava pensativa olhando para o nada e sei que sentia o que se passava dentro de mim. Certo dia, contei toda a verdade e mais uma vez ele me surpreendeu ao pedir que o deixasse tomar meu coração por completo... ele tentou arduamente... mas nunca conseguiu!

Com pouco tempo de casados, nossa Johanna chegou e o que era bom, ficou ainda melhor. Ele trabalhava de tudo o que parecesse para que nunca nos faltasse nada. E foi no seu emprego mais remunerado que ele nos deixou!

Ainda dói como no dia em que me deram a maldita notícia... Ainda tenho o mesmo arrepio que senti quando ele passou por aquela porta pela última vez.

Foram tempos difíceis sem ele, mas sempre fomos mulheres fortes e passamos por cada dificuldade com a cabeça erguida. Infelizmente toda essa minha força, simplesmente me abandonou quando me deparei com o passado.

Não precise procurar mais por ele, como fiz tantas vezes anos atrás. Não precisei rogar aos céus que me trouxessem aquele amor ... Eu estava aqui, nessa mesma cozinha, dentro da minha própria casa quando o passado me encontrou. 

Achei que esse meu velho coração não aguentaria o choque de olhar aquele rosto depois de tanto tempo, mas o que mais me assustou foi ao quanto a minha libido correspondeu àquela proximidade. Aqueles olhos, aquelas mãos, aqueles lábios que tanto me deram prazer outrora... fizeram eu me excitar como uma adolescente a cada instante.

Um barulho ensurdecedor me tira dos pensamentos...

_Droga, está chovendo!!! Minhas roupas... 

Sai feito uma louca para o quintal tentando recolher tudo o que estava estendido. Que chuva é essa? Os pingos grossos até doem quando batem em minhas costas. Estava cheia de roupas nos braços e não aguentava mais tanta água no rosto, já me turvando a visão... Nesse momento decidi correr de volta pra casa e não percebi o piso muito liso quando escorreguei, seria uma queda realmente feia se eu tivesse ido de encontro ao chão, mas antes que isso acontecesse braços realmente fortes e seguros tomaram conta de mim.

(COMPLETO) Mon Amour - A loja dos prazeresOnde histórias criam vida. Descubra agora