Helena
___Me solta, Não por favor pare!
Tento gritar, mas parece ser em vão.
___Moça, calma.
Essa voz, a mesma voz que trouxe aquela paz para o meu coração.
___Moça abre os olhos por favor.
Tento lutar com as lembranças e encontrar aquela voz, meus olhos relutam em abrir com medo de que tudo não seja mais uma ilusão da minha cabeça.
____Eu não irei te machucar moça, só abre os olhos por favor.
E como se meus olhos obedecessem, eu os abro devagar se acostumando com a luz que invade o lugar.
Piscando algumas vezes para se acostumar com a claridade que invade meus olhos a primeira coisa que vejo são os dois pares de olhos mais azuis do que a cor do mar.
Um azul que ao mesmo tempo parece querer tirar toda a dor do meu peito me faz promessas de que tudo será diferente agora.
Não eu não posso confiar.
Demorou um pouco pra entender onde eu estou.
Mas onde eu estou?
Em um pulo, me encosto na cabeceira que parece ser de uma cama. Abraço meus joelhos com medo de que ele seja mais um daqueles que já tentaram abusar de mim.
___Calma moça eu não irei te fazer mal- Diz com sua voz suave - Se eu quisesse fazer mal a você não teria trago pra debaixo do meu teto.
Apesar de sua voz ser grave e suave, seu sotaque é um pouco diferente do que já ouvi. Não que já tenha muito conhecimentos sobre isso, afinal fiquei presa em uma clínica psiquiátrica por 10 anos.
Me esforço pra não sorrir por isso.
___Deixa eu me apresentar, meu nome é Samuel Anderson. Mas todos me chamam de Sam.
Ele diz como uma naturalidade tão incrível que até me causa inveja.
Seus olhos focam em mim como se esperasse alguma coisa.
O que?
Ele quer que eu me apresente.
___Não vai me dizer seu nome?
Não mesmo, não confio nele. Se tem uma coisa que aprendi todos esses anos dentro daquele lugar é que não devemos confiar em ninguém.
Mas porque ele está com essa testa franzida?
Parece que eu o irritei deu pra perceber pelo seu longo suspiro.
Uau!!
Como disse eu não sou louca, e com certeza seria se não observasse a bela aparência que esse homem tem.
Esse seu jeito rústico combina perfeitamente com seus cabelos negros um pouco comprido, sua pele branca feita a neve e um par de olhos que me deixou hipnotizada desde eu os vi a primeira vez, aquela cor de um azul bem profundo que mais se parecem com águas cristalinas.
E seu físico não é tão mal parece ser de um homem que gosta de pegar no pesado.
E que físico!
E a boca tão vermelha que sinto uma vontade enorme de senti lo sobre os meus lábios.
Se controla mulher!
Acho que agora eu realmente estou ficando louca.
__Moça está me ouvindo?
Pisco duas vezes e confirmo com a cabeça positivamente.
Sinto minhas bochechas esquentarem por ter sido pega o analisando.
Pra disfarçar olho para os lado, e percebo que estou em um quarto simples, mas bem aconchegante.
__Esse é o quarto de hóspedes da minha casa.
O olho interrogativa.
__Meu filho a encontrou caída no chão na entrada da minha fazenda - Isso explica aquela voz doce infantil - É a ele que você tem que agradecer por ter salvo a sua vida.
E pela primeira vez desde que saí daquele maldita prisão eu dou um sorriso de verdade, um sorriso cheio de esperanças que talvez meus dias serão melhores.
Uma emoção tão grande percorre meu corpo que sinto que as lágrimas estão prontas para descerem que nem percebo que o homem dos olhos azuis me observa como se estivesse em outro mundo.
Eu não sou louca moço bonito
__Mas como estava dizendo - Ele gagueja um pouco depois de voltar a si - Meu irmão é médico e ontem a noite ele veio até a minha casa, segundo ele a senhorita está em plenas condições físicas e o motivo do desmaio foi exaustão e fraqueza pela fome, mas mesmo assim precisa fazer uns exames.
Eu assinto.
__Poderia dizer que você não quer me falar seu nome por ser muda, mas parece não ser seu caso. Você estava gritando até 5 minutos atrás - Não disse que ele ficou bravo.
Suspira outra vez.
__Mas enfim, provavelmente você não quer dizer por falta de confiança em mim, certo?
Sim!
__Eu não vou obriga - lá a nada senhorita, mas saiba que eu mesmo não conhecendo alguém que vi pela primeira vez e encontrei desmaiada sem nenhum documento em mãos e sabe lá Deus de onde vem ou que fez, eu a trouxe para debaixo do meu teto onde meu bem mais precioso mora que é meu filho. Eu merecia ao menos saber seu nome.
Você estressou o homem Helena.
Eu sei.Mas querendo ou não ele está certo.
__Bom eu vou preparar seu café estarei te esperando na cozinha, e só seguir aquele corredor - Diz me apontando o caminho - Se quiser pode ser lavar naquele banheiro e trocar de roupa.
Porra!
Eu olho pra mim e me pergunto assustada e claro quem trocou minha roupa?, Eu lembro muito bem que não estava com essas roupas ontem.
__Calma moça - Parece que ele entendeu os meus pensamentos - Foi a esposa do meu irmão quem trocou suas roupas, inclusive foi ela quem me arrumou a roupa que você está vestida.
Dou um suspiro tão grande que nem sabia que estava segurando.
Ao ouvir os passos de Samuel saindo do quarto eu só digo uma palavra.
__Helena.
Seus passos congela e sua cabeça vira em minha direção com um sorriso que fez outra vez meu coração palpitar forte em meu peito.
E eu me pego perguntando, será que eu realmente enlouqueci?
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Quando seus olhos me encontraram
عاطفيةHelena Dellamarie teve sua vida paralisada aos 16 anos de idade por uma armação de sua mãe e de seu amante a trancafiando em uma clínica psiquiátrica, 10 anos depois graças a ajuda de uma amiga que se tornou seu anjo da guarda conseguiu se libertar...