11. A curiosidade matou a babá

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 A casa azul era imensa, cheia de cômodos e recantos e como voltaram das compras carregados e cansados, cada um dos novos amigos foi para seus quartos e ela voltou para o seu encontrando apenas Zelo lá, dormindo.

Ela cuidou por muito tempo de crianças, estava acostumada a agitação, assim não sentia sono, nem cansaço e queria muito menos ficar no quarto olhando paras as paredes, assim pensou, por que não dar uma voltinha e espairecer?

Essa era a ideia original, assim como queria refletir sobre tudo o que tinha ouvido dos amigos. Não ia negar, gostava dos irmãos, e nem o fato de saber que eles já tiveram aquele tipo de relacionamento estranho de daddys e coisas assim iria mudar isso, além do mais queria casar, queria estar perto dos novos amigos também, queria ser uma esposa e ter uma família... A ideia a deixava extasiada, essa era verdade. Tao disse que ia cuidar disso com Channy e garantiu que até semana que vem ela estaria reluzente em um altar linda e maravilhosa. Onde mais no mundo iria encontrar amigos assim? Nunca.

Também queria perguntar mais ao Guk sobre a coisa de dom que ainda estava meio confusa, ela não entendeu bem a coisa do colo e tudo que Channy e Ghan tanto falavam com sorrisos de orelha a orelha... O que tinha demais naquilo? Os Bang viviam pegando ela no colo e não tinha nada demais... Coisa estranha...

Então entrou em mais uma porta e viu uma sala de reunião onde havia uma janela linda que dava para o jardim de fora....

Nossa era como a janela da casa do Min! Devia ser o mesmo tipo de vidro onde se via tudo de dentro para fora e nada de fora para dentro. Ela caminhou até ela sorridente e puxa, gostava daquilo também, era muito legal!

Daí então se voltou para o restante do cômodo e ficou impressionada com o tamanho da mesa, nossa, seria aquela a sala de reuniões do presidente?

— Hora de sair Jess, se alguém te pegar invadindo as salas você pode ser presa!

Disse a si mesma começando a se dar conta da sua intrusão. Contudo ao dar o primeiro passo em direção a porta ouviu passos vindo, muitos passos e tudo em que pensou era que estava ferrada! Ai meu deus! E se fosse o presidente!

— Ai meu deus, Ai meu deus, Ai meu deus...

Ela olhou ao redor, não tinha outra porta, ela seria executada em praça pública se a encontrassem ali? Ainda existia isso na Coréia ou só em Goryeo mesmo?

Então o que lhe restou foi a mesa e Jess correu para ela indo bem para o meio da mesa e se encolhendo lá abraçando os joelhos.

De repente um mar de pés entrava pela porta e ela foi ficando cada vez mais apavorada, não parava de entrar gente e o silêncio parecia ainda mais assustador, ninguém conversava... Como podia tanta gente fazer tanto silêncio? E então ela ouviu uma voz alta dizer:

— Pronto Baek, estamos todos aqui.

Ela quase desmaiou de alívio, era o Baek... Então aqueles deviam ser seus milhares de maridos... Ela começou a se engatinhar para fora quando ouviu uma voz grave e aparentemente muito, muito fria falar quase cortante que a fez congelar no lugar.

— Pode falar, Baekhyun.

Ela sentia a tensão da sala.

A sua frente tinha alguns pés que batiam no chão como quando criança estava louca para sair correndo ou algo assim e outros estavam simplesmente mumificados no chão. Resolveu ficar ali antes que causasse ainda mal-estar e ouviu outros dos homens falar aflito:

— Baek, você poderia fazer o favor de falar logo?

Será que Baek estava bravo com os maridos? Mas o Baek era tão docinho.... Puxa...

— Bom pessoal, é o seguinte. Nosso casamento é baseado em minha convivência com todos vocês e no final escolher uma família, certo? E permanecemos nesses meses oficialmente casados até minha escolha e daí os outros se divorciam, entretanto! – A voz do Baek soou clara antes de algo bater na mesa - Eu não quero mais isso!

— O QUÊ?

Ela ouviu resmungos, xingo, algumas indignações gerais e pés voltando a bater frenéticos. Baek queria terminar o casamento? POR QUÊ?

Mil e uma dúvidas rolou em sua mente enquanto ficava cada vez mais encolhida ali debaixo da mesa enquanto a conversa acontecia entre eles até que ouviu um som de algo cair sobre a mesa de novo e percebeu que era muito perto dela. Se voltou para o lado e viu duas pernas balançando... Alguém estava sentado na mesa? E depois outras duas entre elas e seus olhos dobraram de tamanho. Ai meu deus! Eles iam...

— Você é um marido mal!

— Espero que seja um mal bom, porque você está na minha listinha negra Wonho!

— Você tem listinha negra, Baek?

E de repente não era mais dois na mesa, eram três, ela ouviu o som de alguém subindo e não sabia se sua boca ou seus olhos estavam mais abertos. E logo mais barulhos de gente subindo na mesa e um gemido pouco discreto.

Não! Eles iam... Ai meu deus, ai meu deus!

Dos gemidos passaram a sussurros e mais gemidos altos, som de corpos sobre a mesa e para seu quase surto ela viu que os muitos que estavam sentados, começaram a fazer algo que ela imaginava que os homens faziam só no chuveiro e desejou muito intensamente que o chão se abrisse e ela se enterrasse lá para sempre, ainda mais quando tentava virar o rosto e dava com outro homem abrindo a calça e fazendo aquilo!

Então ela passou a ouvir claramente os gritos do Baek com os movimentos mais bruscos da mesa - E se a mesa quebrasse? - E ela não sabia de chorava de desespero ou ria histérica. Assim tampou os ouvidos e começou a rezar mentalmente para que eles acabassem e saíssem logo, ia ficar traumatizada? Com certeza!!! Mas até que parecia que o amigo estava curtindo... Será que ela ia gritar assim também? Devia ser bom né...?

Então arregalou os olhos de novo, Jesuís! Jess má, Jess muito má! MUITO, MUITO MÁ!

E porque tudo que estava ruim podia piorar... Ela passou a ouvir outros gemidos, de vários lados e só pensava que estava muito, muito encrencada mesmo! Como ia olhar para aqueles homens de novo? Não ia... Nunca mais, nunquinha ia ter a ideia idiota de se esconder debaixo de uma mesa! Afinal as pessoas usavam mesa para aquilo também...

Será que invés de colo Guk iria querer ela em cima de uma mesa também?

Era possível... Parecia interessante...

— Gente, a Amber vai nos matar!

Disse alguém rindo e Jess ergueu a cabeça pensando na primeira dama, nossa, então eles invadiram a sala também?

— Vão, levem o Baek para o banho, eu arrumo a sala...

— NÃO!

Gritou e quase desfaleceu quando o silêncio geral caiu na sala e ela bateu a cabeça no chão.

Idiota, idiota, idiota...

Todos que estavam sentados empurraram as cadeiras para trás e se levantaram, ela se encolheu mais no centro da mesa e só pensou que um apocalipse zumbi podia acontecer naquele instante, seria menos trágico do que algumas cabeças abaixarem e a encarem ali, espremida como sardinha em lata e congelada em estado catatônico.

— Babá?

Alguém disse, mas ela só abria e fechava a boca chocada. Iam matá-la, iam sim...

— Jess? Jess está debaixo da mesa? TÁ' DE SACANAGEM!

E ela viu o Baek nu se agachar e ela só tampou os olhos com as mãos e tremeu. Meu deus, meu deus...

— Jess? Jess?... Jessyyy...?

Então algo tocou em seu braço e ela gritou em pânico e foi tão alto, tão alto que até seus ouvidos quase estouraram. Sabia que o Baek deu um pulo para trás, mas ela continuou gritando e nem sabia o porquê e então, porque nada poderia ser mais vergonhoso do que ser encontrada debaixo de uma mesa de reuniões usada como cama, ela desmaiou, tipo assim, do nada. Desmaiou em choque batendo a cabeça com tudo no chão frio. 


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