Capítulo 4

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Acho que posso dizer que sou uma garota de sorte. Pelo menos por essa semana, ao menos.

Não esbarrei com Nate nem uma vez sequer. Nos primeiros dias tive apenas que ler uma lista interminável com nomes de clientes e pessoas importantes, Logan disse que como sua nova assistente, tenho que conhecer muito bem todos que ajudam a Intelli a ser a grande empresa que é.

Além disso, haverá um evento no fim de semana e eu devo ir como acompanhante de Logan e é bom que eu esteja por dentro dos assuntos da empresa até lá.

Fora isso, basicamente tenho lhe trazido café todas as manhãs e almoço ao meio dia. Depois daquela escapadinha para comer comigo Logan tem estado tão ocupado que almoça no escritório todos os dias.

Atendo e faço ligações, marco e desmarco reuniões e faço qualquer coisa que Logan precise.

Minha mãe me ajudou a escolher o apartamento e apesar dos meus pais não ficarem muito felizes por eu não morar no rancho junto com eles, estão felizes que eu estou bem mais perto do que se continuasse na Califórnia.

Bato na porta de Logan para lembrá-lo que ele me deixou sair mais cedo hoje para arrumar o apartamento.

— Claro, até amanhã, Amélia. — Logan diz.

Pego minhas coisas embaixo da mesa e pressiono o botão do elevador.

Lembra que eu disse que sou uma garota sortuda? Esquece!

Assim que as portas se abrem me deparo com Nate, as mãos para trás e a postura perfeita.

— Descendo? — Ele pergunta e segura a porta do elevador.

— Sim, obrigada. — Entro no elevador e as portas se fecham. — Como vai?

— Bem. E você? Gostando de trabalhar para Logan? — Ele pergunta e é impressão minha ou ouço um pingo de acidez em sua voz?

— Estou amando. — Digo e sorrio, tenho que seguir em frente com meu plano de não demonstrar como fico nervosa ao seu lado.

Mas simplesmente as vezes o Universo não colabora. Nesse instante o elevador para abruptamente e as luzes apagam, apenas para um segundo depois as luzes de emergência se ascenderem.

Jogo meu corpo para trás e espalmo as mãos na parede fria atrás de mim.

— O que foi isso? — Pergunto, assustada.

Ouço Nate soltar um palavrão baixinho e então ele aperta um botão no painel, o que imagino seja um botão para ocasiões como essa.

— O que aconteceu? — Pergunto, dessa vez minha voz mais alta.

— Não sei, mas não deve ser nada. — Ele diz, mas então olha para mim e deve ter visto minha expressão, pois um vinco surge em sua testa e ele pergunta com cautela:

— Você não tem claustrofobia, não é?

— Não. Sim. Um pouquinho.

— Não se preocupe, logo alguém vai chegar e nos tirar daqui.

— Acho que devo ter puxado isso do meu tio Jake. — Digo sem graça e começo a sentir cada vez mais dificuldade para respirar, como se o oxigênio estivesse acabando.

Sei que é coisa da minha cabeça e normalmente eu não tenho problema em entrar em lugares pequenos, mas isso é, se eu puder sair a hora que eu quiser.

O elevador parou e as portas não abrem. Eu não posso sair daqui quando quiser e isso começa a me fazer suar frio.

— Amélia, olhe para mim. — Ouço a voz de Nate e percebo por sua expressão preocupada que eu devo parecer uma louca prestes a ter um ataque de pânico.

Amélia - Filhos da Paixão #1Onde histórias criam vida. Descubra agora