Prólogo

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Meu coração começa a bater mais forte assim que o vejo pela janela.

É sempre assim com ele. Basta Nate estar no mesmo cômodo que eu e meu coração começa a querer sair do peito. Quando ele me olha, às vezes acho que vou desmaiar, nem consigo respirar direito.

Ele é tão lindo, tão alto, tão forte, tão seguro de si e infelizmente, tão idiota.

Eu sei que ele me vê apenas como a irmãzinha do seu melhor amigo, ou pior, ele me vê como a sua irmãzinha. Sei que deve ter algum motivo para ele me tratar com rispidez quando estamos sozinhos, mas hoje é a minha última chance de confessar tudo.

Minha última chance de confessar que eu o amo.

Talvez ele sinta o mesmo, talvez ele me peça para ficar aqui...com ele.

— O que você está fazendo aqui fora, Nate? — Pergunto ao sair para a varanda.

— Procurando um lugar para ficar sozinho. — Ele responde imediatamente, naquele seu tom rude que ele sempre usa quando somos só eu e ele.

— Você está estranho desde que chegou. Aconteceu alguma coisa? — Paro ao seu lado e me sentindo corajosa, repouso minha mão em seu braço.

— Nada que seja da sua conta. — Ele se afasta do meu toque e se vira em minha direção.

Nate sempre foi assim, meio brusco, meio mau humorado. Quando perguntei aos meus pais certa vez sobre isso, eles me disseram que Nate teve uma vida difícil e que eu nunca deveria tocar no assunto. E eu nunca toquei. Mas é difícil pra mim imaginar uma vida tão difícil que o tenha tornado tão duro.

Só que hoje ele parece especialmente mau humorado.

— Nunca entendi o porquê você me trata assim, sabia? Eu achava que era porque você me via como uma criança chata, mas eu não sou mais uma criança, Nate.

— Você tem 17 anos, Amélia, ainda é uma criança. — Ele diz e eu cruzo os braços, fazendo cara feia.

— Vou fazer 18 logo. — Digo e ele solta um grunhido.

— Muita diferença.

— Estou me mudando para outro estado. Sozinha. — Digo, ainda sem desistir da luta.

— Isso dificilmente faz de você uma adulta. — Ele diz e eu desisto de manter a calma, jogo os braços pra cima e solto um gemido de frustração.

— Você consegue ser tão irritante! Não consigo te entender, juro. Você sempre se comporta como se fosse melhor do que eu, melhor do que todo mundo. Você sempre me tratou como se eu fosse uma criança idiota e eu estou farta disso.

— Você é uma criança e consegue ser muito idiota às vezes. — Ele dispara e suas palavras me cortam como lâminas afiadas. Sinto a raiva crescendo dentro de mim.

Eu não deveria ter vindo aqui. Não acredito que pensei mesmo em lhe contar sobre meus sentimentos. Nate é um idiota e isso nunca vai mudar.

Só que ele é um idiota lindo e eu o amo tanto.

— Não acredito que estava mesmo pensando em te contar...— Resmungo e ele me olha curioso.

Droga, falei mesmo isso em voz alta?

— Me contar o que?

— Nada, esquece. — Digo e me viro com a intenção de voltar para minha festa de despedida, mas Nate segura meu braço e por mais que eu odeie admitir, sentir sua pele na minha me lança imediatamente em uma espiral de sensações e sentimentos e minha raiva diminui.

Amélia - Filhos da Paixão #1Onde histórias criam vida. Descubra agora