Mudo a posição do celular, o colocando em minha orelha esquerda.
— Então você está me dizendo que irá fazer o teste? — Pergunto e me aconchego mais em meu sofá.
— É sim, acho que vou. — Kathleen responde.
— E você já sabe quando vai ser?
— Na segunda semana de Novembro. Devo saber se eu entrei um mês depois disso, eu acho.
— Vai ser incrível ter você por perto, prima. Você sabe que pode ficar comigo, não é? É claro, se quiser ter o seu próprio espaço vou entender.
— Talvez eu nem tenha opção, talvez até lá você já esteja casada e morando com o seu maridinho.
— Cala a boca! — Digo, mas não consigo evitar o sorriso que surge em meus lábios. Kathleen ri.
— Seja honesta, você já fantasiou com isso.
— Talvez, mas...
— Que barulho é esse? — Kathleen pergunta, as batidas em minha porta soando altas o suficiente para que ela escute.
— Alguém na porta. — Respondo, levantando-me.
— Essa hora? Quem será?
— Não sei, vou atender e depois te ligo. Beijos.
— Te amo.
— Também.
Encerro a chamada e deixo o celular no balcão antes de girar a chave e abrir a porta.
No mesmo instante um corpo enorme cai em cima de mim e eu tenho que dar um passo para trás para não cair.
— Nate! — Exclamo, tentando segurar seu peso.
— Amélia! — Meu nome sai de seus lábios de uma forma estranha, enrolada e devagar.
Hoje era o dia em que ele e Abigail iriam encontrar Libby para conversar. Depois de muita tempestade Nate acabou concordando com o encontro, mas apenas para dizer tudo o que estava entalado em sua garganta. Ele não foi ao encontro com intenção de perdoar ninguém, mas algo deve ter acontecido, porque Nate está bêbado como um gambá.
— Amor, o que aconteceu? — Pergunto, tentando arrastá-lo para o sofá.
Nate fala algo, mas soa como outro idioma para mim.
— Não entendi. — Digo e o jogo no sofá, respirando com dificuldade por causa do esforço.
— Ela é louca...nem sequer...e depois ela teve a coragem de...daí eu disse...e minha avó disse que eu...mas eu não vou mesmo...
Franzo a testa e descanso as mãos em minha cintura, tentando montar o quebra-cabeça que é os resmungos bêbados de Nate.
— Por favor, diga que você não veio dirigindo até aqui. — Peço, mas Nate não me responde, então vou até a janela e afasto a cortina.
Ao ver o carro dele parado na rua solto um suspiro chateado. Quer dizer, eu sei que ele deve estar se sentindo muito mal com tudo o que está acontecendo, mas...cara, que irresponsabilidade dirigir em um estado desses. É um milagre que ele não tenha se matado!
— Nate, você nunca mais pode fazer isso! Você poderia ter se machucado ou machucado outra pessoa, meu amor.
— Como você acha que eu me senti? Ela estava lá e...de repente era como se eu estivesse...e eu não sabia como...
Percebo que Nate continua com suas frases desconexas e me aproximo. Ele se cala por um momento e levanta a cabeça, seus olhos encontram os meus.
Ele abre a boca para dizer algo, mas não diz. Seu lábio inferior treme e vejo as lágrimas se acumularem como mágica em seus olhos.
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Amélia - Filhos da Paixão #1
RomanceEsse é o primeiro livro da série Filhos da Paixão, spin-off da Série da Paixão. Amélia é o livro que dá inicio a série e conta a história da única filha do Vince e da Ella (Paixão em Jogo). ESSE LIVRO NÃO É ACONSELHÁVEL PARA MENORES DE 18 ANOS.