[ 3 ] - New York

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"Dying young and I'm playing hard "

"That's the way my father made his life an art "

" Drink all day and we talk 'til dark "

"That's the way the road dogs do it, ride 'til dark"

Lana del Rey - Ride

  

  * Elisabeth *

- Ainda estás aí? - chamo, esperando que esteja.

Apesar deste homem estar bêbado e triste, ele faz-me feliz. Sinto como se estivéssemos a fazer-nos felizes um ao outro.

- Sim, tu apenas disseste uma coisa realmente engraçada. - ele assegura-me.

- O que? - pergunto insegura.

- É que tu disseste que a rapariga com que foste traída parecia que tinha acabado de sair uma sessão fotográfica para a capa da Victoria Secret e no segundo em que vi o homem com que a Taylor me estava a trair eu pensei "Fodasse, ele parece saído da Vogue magazine." Sem brincadeiras! - ele grunhe e ri, fazendo-me rir também.

- Bem, acho que mentes que já foram traídas pensam de forma parecida. - retorço uma frase já conhecida, fazendo ambos rir.

* Harry *

Ela é engraçada e faz-me sentir melhor. Ouviu-me durante imenso tempo e ainda não lhe perguntei nada acerca dela.

- Nunca apanhei o teu nome. - observo, apesar de ser necessário responder-me como se fosse uma pergunta.

Ela fez uma pausa por um momento, provavelmente a debater-se se devia contar-me ou não.

Começo a falar de novo.

- Não tens que mo dizer, se não quiseres. - asseguro-lhe.

Não a quero assustar, como fiz com as mulheres do bar, à pouco tempo atrás.

- Beth. - oiço a sua voz suave a dizer.

Beth. Gosto desse nome.

- Então, conta-me, - a Beth continua. - como conheceste essa adorável Taylor? - brinca ela.

- Através do trabalho. - apesar de estar bêbado, sou inteligente o suficiente para escolher as minhas palavras cuidadosamente.

- Trabalhas em que? - pergunta ela imediatamente.

Fodasse.

- Eu não quero dizer, desculpa. - recuso.

É a primeira vez que lhe digo isto. Apesar de me sentir um pouco mal por não lhe contar, o meu trabalho é o meu trabalho. Também tive que ocultar-lhe o meu último nome e outros detalhes que pudessem, possivelmente, dar-lhe a minha identidade real.

- Não tens que me dizer. - assegura ela calmamente.

Ela nunca me pressionou a dizer nada que eu não quisesse. Quando ia dizer-lhe obrigado por isso quando vejo o Liam, o Lou, o Niall e o Zayn a aproximarem-se de mim. O Liam balança a cabeça em direção à saída, como se dissesse "Horas de ir embora."

- Bem Beth, tenho que ir. Mas, hum, obrigado. Por, tu sabes, deixares-me desabafar. - agradeço-lhe, sabendo que esta pode ser a última vez que falamos.

- O prazer é meu. Adeus e tem uma boa vida, Harry. Desejo-te o melhor. - a simpatia dela não tem limites.

- Adeus, Beth. - sorriu e termino a chamada.

Os rapazes pagam todas as bebidas que consumi. Levanto-me do banco e apercebo-me de que os meus pés estão basicamente mortos do álcool.

Pouco tempo depois estamos no apartamento e vou direito para a cama.

-

Sinto a cabeça a latejar. Abro os olhos e sinto que a luz é suficiente para os queimar.

Sento-me e sinto a cabeça a rodopiar nauseantemente. Fecho novamente os olhos e esfrego-os com as mãos.

- Aqui. - oiço uma voz a dizer.

- Pára de gritar! - grito de volta.

- Eu não estava. - diz a rir disfarçadamente.

Tomo coragem e volto a abrir os olhos.

Oh meus deus, está demasiada luminosidade aqui.

Vejo o Louis a apontar para dois Advil e um copo de água em cima da minha mesa de cabeceira.

- O que aconteceu a noite passada? - pergunto a mim próprio em voz alta, enquanto tento recapitular os acontecimentos.

A Taylor traiu-me. Fui a um bar. Bebi algumas cervejas e shots. Dormi com alguém? Não, ainda estou vestido.

- Bem, nós deixámos-te sozinho a maior parte da noite, mas sempre que eu olhava para ti estavas a chorar o teu pequeno e patético coração a todas as raparigas que se aproximavam de ti. - ele ri enquanto eu tomo a água e os comprimidos.

- Oh, deus. - riu abafadamente em embaraço.

- Mas depois de algum tempo tu começaste a falar com alguém ao telemóvel durante umas duas horas seguidas. E estavas a rir-te muito também. - Lou continua.

Olho para ele durante um segundo, a processar o que ele acabou de dizer.

Ele bate-me nas costas suavemente e sai do meu quarto, deixando-me sozinho.

Oh que inferno! Falei com alguém enquanto estava bêbado.

Quem?

Oh. Meu. Deus. Falei com a Taylor enquanto estava bêbado!!!

Levanto-me sobre os meus pés e procuro o meu telemóvel pelo meu corpo, encontro-o no bolso das minhas calças.

Olho para as últimas chamadas. Telefonei para cinco números desconhecidos. Em quatro deles as conversas duraram menos de trinta segundos, mas com o quinto e último a conversa durou mais de duas horas e meia.

Não reconheço o número da área 917. Pego no meu portátil e procuro de onde é e descubro que é o código da área de New York.

Se calhar telefonei para alguém importante ou assim.

Só há uma maneira de descobrir.

 

DRUNK CALL || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora