Why Did You Leave Me?

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Depois de um tempo, Jae apareceu preocupado por termos demorado demais, ele realmente achou que havia acontecido algo. Quando voltamos ao apartamento, Miranda já havia chegado do trabalho e parecia um tanto abalada enquanto conversava com Miguel.  

O antigo plano era irmos para Pequim amanhã, mas, depois do que aconteceu, quanto mais cedo fossemos embora daqui melhor era. Cumprimentei Miranda com um aceno e segui a garotinha que me puxava para seu quarto.

--Como andam as investigações? -- Sussurrei no telefone, enquanto observava Jane arrumando suas coisas.

--Não evoluímos muito, mas conseguimos impedir alguns sequestros. -- A voz de Alec soou cansada do outro lado. -- O prisioneiro disse que os experimentos são feitos em galpões espalhados por New York, Novo México e Londres. A questão é que ele nunca chegou perto desses galpões.

--Ele era só o capacho daquela gente.  -- Revirei os olhos, ouvindo Alec confirmar.

--Como estão as coisas ?

--Como o esperado, eles vieram logo atrás do Miguel. Estou esperando eles arrumarem as coisas para irmos até a casa da nossa família em Pequim. -- Comentei de forma resumida. -- Lá eu vejo quem vai com a gente para New York e quem fica.

--Boa sorte. -- Ouvi o som de uma porta se abrindo e Alec pedindo para alguém esperar. -- Preciso resolver uns assuntos sobre a transferência dos caçadores daqui.

--Tudo bem...

--Fique viva, Carstairs.

Tendo ordenado isso, Alec encerrou a chamada e eu guardei o celular no bolso, indo até Jane para ajudá-la com as malas.

--Tudo pronto? -- Perguntei, aparecendo na sala com as malas da Jane em mãos. Todos já estavam reunidos ali, Miguel e Miranda ainda parecendo um tanto em choque enquanto Jae girava uma pedra nos dedos. -- Vamos logo.

Jae olhou para mim e arremessou a pedra contra o chão, com força suficiente para ela se espatifar. Uma fumaça colorida começou a sair dos estilhaços, formando um enorme portal bem no meio da sala de estar.

--Que legal... -- Os olhos de Jane brilharam encarando o portal.

Sorri para a garotinha e segurei sua mão enquanto passávamos pelo portal. Logo uma casa enorme se fez presente em nosso campo de visão, ela ficava quase que literalmente no meio do nada. A sua volta só havia árvores de vários tipos e um penhasco não muito longe, de onde estávamos era possível ouvir as ondas se quebrando contra as rochas.

--Woah... Aqui é tão bonito. -- Jane comentou boquiaberta e eu sorri, concordando com ela. -- Meu pai morava aqui?

--Morava sim, filha. -- Miguel respondeu, atrás de nós duas e Jane soltou minha mão indo até o pai. -- Mas já faz um bom tempo que não venho aqui.

--Vamos? -- Jae chamou, olhando rapidamente para mim antes de seguir o caminho pela trilha, que era iluminada apenas pela luz da lua.

Não demorou muito para todos nós o seguirmos. Eu observava cada canto daquele lugar como se fosse tudo novo para mim, mas na verdade tudo estava igual a um ano atrás. Depois de um tempo de caminhada, finalmente chegamos ao jardim da casa onde Mayleen estava deitada na grama, fitando o céu.

Ao ouvir o som de passos se aproximando, se levantou e tirou sua lâmina serafim do suporte, mas logo a guardou novamente ao nos reconhecer.

--Pelo jeito, hoje é dia de recebermos visitas. -- A chinesa sorriu irônica, se aproximando da gente.

Filha do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora