Was This Supposed To Be A Mundane?

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     --É isso. Vocês estão seguindo o caminho errado. -- Marcus explicou pela terceira vez hoje. Dessa vez estávamos na sala de reuniões com o quarteto fantástico (Clary, Jace, Alec e Izzy).

     --Faz sentido. -- Diz Izzy parecendo pensativa. -- Da última vez, em Londres, aconteceu do mesmo jeito.

     --Só que naquela época a Clave interferiu a tempo, o experimento não tinha começado, as crianças só foram sequestradas. -- Jace comenta atraindo nossa atenção para ele. -- Se o que o Marcus disse é verdade, os experimentos já começaram e...

     O toque de um celular começou a soar pela sala e todo mundo ficou quieto, provavelmente o celular do Marcus. 

     --Kat, é o Raphael. -- Diz ele com o cenho franzido, olhando a tela do celular. 

     --Atende lá fora. -- Marcus assentiu e deixou a sala de reuniões com passos largos. Têm assuntos entre nós e os filhos da noite que é melhor ninguém aqui saber. Voltei minha atenção para os outros, que estavam me encarando com o cenho franzido. -- Assuntos sigilosos. Agora, Alec, preciso que você converse com sua mãe e os diretores dos Institutos envolvidos.

     --Sobre isso? -- Assenti. -- Vou pedir os arquivos do Black Blood também, se soubermos mais, podemos achar um padrão ou pistas de onde as crianças possam estar.

     --Por isso que eu gosto de trabalhar com você. -- Sorri para Alec e ele sorriu de volta, algo nesse gesto deixou Clary confusa.

     --Kat. -- Marcus coloca a cabeça na fresta da porta e sinaliza para mim.

     --Licença. -- Digo, pouco antes de deixar a sala de reuniões. -- O que foi?

     --Olha isso. -- Marcus mostrou umas imagens no celular e eu arregalei levemente os olhos.

     --Era para isso ser um mundano? -- Pergunto tomando o celular da mão dele. -- Foi o Raphael que mandou?

     --Foi. Esse corpo apareceu perto do DuMort, mas ele disse que os filhos da noite não têm nada a ver com isso. -- Soltei um suspiro. -- Eu vou checar. 

     --Você tem que fazer o relatório da missão, lembra? -- Marcus soltou um grunhido de frustração. -- A propósito, faz um extra para mim.

     --Estou começando a achar que você está querendo roubar o lugar do Alec. -- Revirei os olhos.

     --Deus me livre. -- Digo o fazendo rir alto. -- A gente se vê.
  
     Depois disso eu fui para o meu quarto colocar uma roupa mais apropriada. Peguei algumas adagas nas prateleiras em que ficavam as armas, mas travei ao relar em uma das espadas. Tudo bem, chega de drama. Peguei duas espadas, que já fazia um bom tempo que não usava, e fui em direção á saída do Instituto.

     Estava quase de noite, faltava pouco para eles saírem para caçar. Achei o corpo do que era para ser um mundano perto de uma lixeira, estava horrível, parecia um renegado mas um pouco pior. Peguei uma seringa que estava no meu bolso e colhi uma amostra de sangue, vai saber o que fizeram com esse coitado. Guardei a amostra no bolso interno da jaqueta e me levantei, sentindo alguém se aproximar. Tirei a espada do suporte e me virei rapidamente, a colocando no pescoço da pessoa que estava ali. 

     --Cara, não faz isso! Eu podia ter te matado! -- Digo abaixando a espada e Raphael me lança um sorriso irônico. Eu nem tinha reparado que o sol se pôs. 

     --Marcus me disse que você passou mal de novo. -- Filho da mãe, cagueta. -- Tudo bem? 

     --Tudo. -- Me abaixei de novo para examinar o corpo. -- Foi só um susto. Escuta, você viu quem deixou esse corpo aqui?

     --Não. 

     --Chamo o Luke? -- Pergunto ao ver que não tinha muito a fazer. -- A polícia facilitaria para mim, mas está perto do território de vocês. 

     --Alguns mundanos não vão nos afetar. -- Assenti e mandei uma mensagem para o Luke, falando que tinha achado um corpo bem sinistro, que era perto do DuMort, os vampiros não estavam envolvidos e eu precisava de algumas informações sobre a vitima. 

    --Melhor nós sairmos daqui. -- Digo ao receber a confirmação do alfa, ele disse que ia vir com um amigo, que também era lobisomem e lobisomens e vampiros no mesmo lugar não dá muito certo. -- Dois lobos á caminho. 

    Raphael revirou os olhos e nós saímos dali, ele foi se reunir com os outros e eu voltei para o Instituto. Levei a amostra de sangue para analisarem, enquanto checava os dados de desaparecidos mundanos. Meu celular vibrou no bolso, Jay, um lobisomem que acabou de entrar para polícia, havia me mandado um PDF sobre o corpo do mundano que eu havia encontrado perto do DuMort. 

    Enquanto o PDF baixava, resolvi ir para o meu quarto, tomar um banho e mostrar o que havia descoberto para eles depois. Me sentei na cama, secando os cabelos enquanto encarava a caixinha de prata em cima da cômoda, ela é bonita e bem feita, mas eu preferia usá-la para guardar outra coisa que não fosse uma droga. Com preguiça de sair procurando os outros, resolvi mandar uma mensagem para cada um, pedindo para eles me encontrarem na sala de reuniões.   

    --Katrina! -- Ouvi alguém me chamar e parei no meio do corredor, me virando para trás. Era um garoto de mais ou menos 18 anos, ele era novato aqui, veio de Londres se não me engano.

    --Oi, Kevin. -- Sorri enquanto ele se aproximava.

    --Oi, me pediram para te entregar isso. -- O garoto me entregou uma pasta e eu a abri, eram os resultados da análise da amostra de sangue que eu havia pego.

    --Valeu. -- Sorri em forma de agradecimento enquanto fechava a pasta.

    --De nada.

    --Me fala. Tá se adaptando á New York? -- Pergunto enquanto andávamos pelos corredores.

    --Sim. -- Kevin sorri. -- O clima é bem menos cinzento do que o de Londres e o pessoal daqui é bem legal.

    --Bom saber. -- Sorri antes de adentrar a sala de reuniões. -- A gente se fala depois.

     Quando entrei, todos já estavam me esperando então logo comecei a explicar o que havia descoberto.

     --Com aquele mundano, o experimento não funcionou e ele se tornou aquela coisa. -- Digo colocando a pasta que Kevin havia me entregado em cima da mesa. -- Mas pelo menos achamos um padrão.

     --Que seria... -- Jace fez  um sinal para eu continuar.

     --Todas as vitimas encontradas mortas são mundanos que possuíam a Visão ou eram órfãos, particularmente aqui em New York. -- Escorei no ombro de Marcus.

     --O padrão não bate com o do México. -- Alec comentou, parecendo pensativo. -- Lá é de acordo com a lua cheia, as crianças que nasceram em dia de lua cheia ou a meia noite.

     --O de Idris são jovens caçadores de sombras, também órfãos. -- Izzy lembra. -- Cada lugar é um padrão diferente.

     --Por que? -- Clary pergunta e eu solto um suspiro cansado.

     --Possivelmente para ver qual tipo é mais compatível com o experimento. -- Dei de ombros. -- Foi assim que eles fizeram da ultima vez.

     --Nós temos que pegar alguém envolvido nisso para conseguir mais informações, o local onde os experimentos estão acontecendo e coisas do tipo. -- Diz Jace e eu percebi que minha visão estava começando a ficar desfocada, já faz um bom tempo que eu não tenho uma boa noite de sono. 

     Me segurei em Marcus, sentindo minhas pernas fraquejarem por um mísero segundo, por aquele curto período de tempo pareceu que eu estava vendo as coisas pelos olhos de outra pessoa, tudo o que vi foram mãos ensanguentadas. Jian...

      --Kat, Hey! -- Marcus olhou para mim parecendo preocupado enquanto eu me apoiava na mesa. -- O que foi isso?

      --Eu tenho que ir.

Filha do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora