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-Juan-

Acordo com o barulho de soluços, mas que merda é essa, alguns lapsos de memoria surgem em minha cabeça.

_mierda, o que eu fiz?- Olho para o lado da cama e vejo um pouco de sangue no travesseiro e cobertas. A Lívia vem logo em minha cabeça.

Levanto em um impulso e sento na cama, olho para o banheiro e a vejo olhando no espelho, me levanto e visto uma calça de moletom, e vou ver o que está acontecendo.

Ela percebe minha aproximação e corre pra fechar a porta, mas consigo ver seu rosto de relance. O que foi que eu fiz?

_Lívia? Lívia abre a porta- digo e ela fica calada, por quê ela não responde?

Chamo outra vez e ela grita que até me assusta, ela nunca falou assim.

_ VAI EMBORA, VAI EMBORA, VAI PRO INFERNO, MORRE JUAN.- Fico parado com a mão na maçaneta das porta com a boca aberta.

Digo que vou deixar ela sozinha mais que volto e saio do quarto. Chego na sala e me sento no sofá e olho pra tv desligada.

_ que porra foi que eu fiz, velho?- Passo a mão no meus cabelos e depois olho pra elas, vejo que meu punho esta um pouco avermelhado.

_eu não fiz isso, de novo não, eu bati nela, o que mais será que eu fiz?- pergunto a mim mesmo e olho ao redor, vejo uma garrafa de whisky no cão da sala e trouxas de cocaína em cima da mesa de centro .

"eu vou transar com todo mundo e vou fazer questão que você saiba", me lembro de uma frase bem vagamente, ela me disse isso, fico nervoso e logo aparece outro, " eu vou te comer na porrada vagabunda", não, não eu não fiz isso, " para Juan por favor...

_inferno- digo e puxo meus cabelos, ela precisa me desculpar, a culpa foi dela.

Levanto e vou em direção ao banheiro do quarto onde ela esta e coloco o ouvido na porta, não ouço nada e vou novamente pra sala, entro no banheiro dos fundos e tomo um banho. Volto pro quarto e visto uma calça jeans e um camisa moletom, hoje amanheceu fazendo frio no Rio de Janeiro, por incrível que pareça.

Vou para a cozinha e abro a geladeira vasculho e nada me interessa, volto pro quarto e coloco novamente o ouvido na porta do banheiro, mas ainda continuo sem ouvir nada.

Saio de casa e vou pra boca principal, mas antes digo pros quebrada pra não deixar ela sair antes que eu volte.

Chego na boca principal e vou direto pra minha sala, passo sem falar com ninguém, não to num dia bom, acho que já esta bem claro. Logo o João aparece entrando em minha sala.

_Qual foi Colômbia? passou e não falou com ninguém já sei que n ta num dia bom, desenrola ai.- ele diz todo cheio de humor, mas logo o humor dele acaba quando vê minha cara de enterro.

_ Não foi nada.- digo seco.

_ sei, o Toni tava procurando a Lívia, você viu ela?- ele diz e coça a cabeça e logo depois mexe no celular.

_ela tá lá em casa.- digo e olho meu celular também.

_ eita, voltaram?- ele diz sorrindo pra mim.

_eu não sei o que aconteceu, mas ela não quer olhar na minha cara, eu acho que eu bati nela.

_você sempre faz isso- ele olha pra mim triste._ a baixinha não merece isso, vê se toma jeito.

_ o que você fez com minha irmã?- o Toni entra em minha sala e para na minha frente.

_ele bateu nela- O João fala ates que eu possa falar alguma coisa, esse maldito.

Neste momento só sinto o soco no meu rosto, foi tão inesperado que eu caio o chão com a mão no boca, logo me levanto e vou pra cima dele e  nós entramos e uma briga. Ele me dá dois soco na barriga, e depois soca minha cara, dou um soco na cara dele  e logo ele revida de novo. Sim eu estou apanhando do Toni. Entra dois vapores e separam a gente.

_ME SOLTA CARALHO-  ele grita se debatendo._ TO CANSADO DE VOCE MALTRATANDO MINHA IRMÃ, SE QUISER ME MATAR QUE MATE, MAS DEIXA ELA EM PAZ PORRA.

Eu me calo e me solto dos braços do Calu.

_ me solta- digo, olho pro Toni e ele sai logo em seguida.

_quer que a gente faça alguma coisa chefe?- o Luís pergunta.

_não- eu nego com a cabeça.

Olho meu relógio e são quase 16:30, subo pra minha casa e paro na porta.

_ela saiu?- pergunto a um vapor que faz a segurança da minha casa.

_não senhor, ela não saiu.- assinto e passo por ele..

Entro em casa e vou pra cozinha, pego uma garrafa de agua e bebo. Decido ir vê-la

Sento na cama e olho pra porta do banheiro, será que ela ainda ta ai. Me levanto e vou até a mesa de canto e pego a chave reserva da porta. Paro na frente e coloco meu ouvido nela, não ouço nada.

_Lívia? você está ai?- Ela não responde._ eu vou arrombar essa porta, já são quase 17hrs você tem que comer alguma coisa.

Destranco a porta e abro, vejo ela sentada no chão abraçada nas perna como um cachorrinho toda encolhida com medo. Meu coração se parte. e começo a chorar.











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