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-Livia-

Me desespero ao ver que ele está com uma pistola apontada para sua própria cabeça.

- ei calma amor. - digo e dou um passo em sua direção.

- não Lívia, eu só faço você sofrer, eu sou um merda igual a ele, não mereço viver.

Seu olhar esta desesperado, triste, solitário são muitas emoções ruins que percebo nele.

Eu sei que é por causa da droga que ele tá fazendo isso, o meu Juan nunca faria isso, é culpa da maldita cocaína.

Sei que e o que ele está passando é em parte culpa minha, eu fiquei pressionando por causa dessa história do seu pai. Eu deveria ser mais compreensiva.

- amor, se você fizer isso eu vou ficar sozinha, nossa filha a Catherine, por favor não faz isso.

- vocês vão ficar melhor sem mim. - ele diz e fecha os olhos.

Vejo que ele não vai ceder então corro até ele, e por um segundo tudo estava em câmera lenta, seu dedo aperta o gatilho, mas bato a mão na arma a tempo antes dela disparar, fazendo um buraco na parede da cozinha.

Seguro seu rosto a procura de ferimentos e graças a Deus não tem, abraço seu corpo e nós dois caímos no chão, eu estava desesperada chorando e abraçando-o. Ele está quieto, ficamos assim durante muito tempo.

Ouço a porta abrir e o Toni aparece com a Clarissa.

- o que aconteceu? Você matou ele? - minha amiga pergunta enquanto se aproximam.

- não, tá tudo bem, não é Juan? - digo e prefiro não entrar em detalhes.

Ele afirma e afunda a cabeça em meu pescoço. Sinto suas lágrimas em meu ombro.

- vocês poderiam deixar nós dois sozinhos, por favor? - pergunto enquanto acaricio seus cabelos.

- qualquer coisa me chama. - Toni me avisa e os dois saem.

Ficamos mais alguns minutos quietos e ouço o choro da Cath.

- vai ver o que ela tem. - olho em seu rosto vermelho pelo choro. - eu tô bem.

Levanto e pego a arma no chão, a travo e coloco na minha cintura. Não vou dar mole.
Chego perto da Cath no bebê conforto e pego ela.

- que foi amor? - pergunto a ela e olho pro Juan sentado no chão.

Ele está  com as pernas perto da barriga e a cabeça entre elas.
Balanço a minha pequena e ela se acalma, sento na cadeira e coloco meu peito em sua boca que suga fortemente.

Ele levanta a cabeça e olha pra mim, seus olhos estão vermelhos assim como todo seu rosto, ele funga e limpa os olhos, mas as lágrimas continuam caindo.

- tá tudo bem? - ele pergunta e eu aceno.

- ela só tá com fome.

- tá.

Ficamos novamente em silêncio e decido falar sobre o que acabou de acontecer.

- amor?

Ele levanta a cabeça novamente.

- por que .... - ele me corta.

- eu estou enlouquecendo Lívia, essa história toda, me trás tantas memórias em minha mente, o meu que não é meu pai, essa vida, tá tudo aqui - ele bate na cabeça dele em um sinal de irritação. - eu não estou suportando.

- eu sei amor, e peço desculpas pelo que eu disse, não poderia ter falado aquelas coisas. - a Cath resmunga e ajeito ela em meu peito.

- você está certa, eu bati em você e tinha prometido não fazer mais isso. Quebrei minha promessa. - ele passa as mãos pelo cabelo.

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