ROCINHA

*25*

-Juan-

Vai fazer 2 meses que eu estou aqui, eu estou enlouquecendo. Meu advogado veio aqui e me disse que era pra eu ficar preso por um tempo, que era melhor deixar a poeira abaixar entes de fugir, mas confesso que estou quase pirando neste lugar, nunca fui preso antes e não sabia o que iria enfrentar, mas até agora só briguei 3 vezes, briguei porque eles estavam de onda com minha cara, fiquei 2 dias na solitária.

Quando chego naquela sala, onde sempre me encontro com o Jonas, meu advogado e para minha surpresa quem está lá é a Lívia, eu achei que ela nunca iria vir aqui, na verdade eu não quero que ela pode os pés neste lugar.

Me sento na sua frente e a olho, mas ela fica de cabeça baixa. Ficamos nisso por quase 10 minutos.

_ o que tá fazendo aqui?- digo quebrando o silêncio, que já estava me irritando.

_seu advogado foi até nossa casa e me disse que você estava muito triste e abatido, eu queria ver como você estava.- ela me responde de cabeça baixa, e isso está me incomodando.

_olha pra mim Lívia, não gosto quando não me olha nos olhos- ela levanta a cabeça e me olha.

_ eu tenho que te contar uma coisa, quanto tempo você vai ficar aqui?

_ o Jonas pediu para eu ficar aqui até abaixar a poeira- digo me ajeitando na cadeira de ferro._ o que você quer me dizer?

_ você está bem Juan, seu olho está roxo e sua boca está cortada.- ela diz olhando meus machucados.

_ isso não importa, o que você quer me contar Lívia?- passo a mão pelo meu cabelo, sinal que minha paciência já está no fim.

_ eu estou grávida.- paro de respirar e e meu mundo para.

_como assim?

_ ah Juan, sério?- ela revira os olhos e eu dou um soco na mesa, eu simplesmente odeio quando ela faz isso, ela se assusta e arregala os olhos. Mas logo retruca.

_ se você for começar eu vou embora, eu nem sei o que estou fazendo aqui, você não merece nada de mim, fez coisas comi.....

_ não não desculpa- digo desesperado._ grávida? Sério amor?

Ela sorrir e afirma.
_sim, estou de 8 semanas.

_eu sou o pai?

_ como é? Claro que sim Juan, você acha que eu sou o quê?- ela diz e fecha logo uma carranca.

_sei la, é que eu fui um idiota com você, poderia muito bem arrumar outra pessoa.- digo isso, mas estou morrendo por dentro, não suportaria ela com outra pessoa.

_ eu sei que você foi um idiota, mas eu sou uma trouxa e eu te amo, no começo logo quando foi preso eu não queria saber de você, me obrigou a transar e eu pensei que estavamos bem, eu sei que provoquei mas mesmo assim você não tinha o direito de fazer aquilo, mas meu amor por você é tão grande e pensei que essa poderia ser a última chance que vou dar a você, pelo nosso filho e por nós. Espero que dessa vez você saiba aproveitar.- ela diz de uma só vez e no final respira fundo, eu seguro suas mãos e as beijo.

_ e eu vou Lívia, você e esse bebê é tudo o que eu tenho.- ela sorrir e me inclino para beija-la.

Ahh! Esse beijo, quanta saudades senti.

_ eu tenho que ir, tenho uma consulta hoje com um obstetra.- ela diz enquanto ajeita seu cabelo.

_ eu queria poder ir com você.- uma tristeza me invade ao pronunciar essas palavras.

_ quando você pretende sair?

_ logo, não quero ficar mais aqui.

Ela se levanta e vem me abraçar, quando a abraço logo relaxo e me sinto no paraíso, é incrível em como tornei a vida dela um inferno e ela ainda está aqui, eu realmente não a mereço.

_ok, espero que não demore, eu estou com saudades de você.

_ eu também estou morrendo de saudades de você, do seu corpo, da sua boca, eu quero te beijar de novo.

Taco minha boca na sua novamente, mas não demoro muito porque o agente penitenciário logo vem buscar ela e a leva para longe de mim, mas não antes de dizer pra ela falar pro Toni agilizar minha saída.

Volto pra aquela cela apertada onde divido com mais 20 pessoas, só os bacanas de ensino superior fica em cela vazia, queria que eles ficassem aqui como todo mundo apertado e dormi no chão pra aprender.

_ e aí Colômbia, vai sair quando?- o Júnior pergunta enquanto senta na minha frente.

_ não é da sua conta.- digo sem paciência.

_ qual é, podia me levar junto, somos parceiros.

_ parceiro de cu é rola, vai tomar no cu seu arrombado.- me levanto indo em sua direção e ele se afasta.

_ calma cara, não tá mais aqui quem falou.

Me afasto dele e sento em minha cama, aqui eu que mando, pelo menos na maioria dos presos, quem é louco de ficar contra o famoso Colômbia? Acho que ninguém.

Como os biscoitos que a Lívia me trouxe, são meus preferidos, os de leite, e ela lembrou, sorrio enquanto pego mais um. Grávida, um bebê, eu vou ser pai, tô muito feliz com essa notícia, é a única coisa em que consigo pensar desde que ela foi embora, queria acompanhar sua gravidez. Não posso perder isso, o nascimento do meu filho ou filha, seja lá o que for. Eu já amo muito. Nosso eu tô muito mulherzinha mesmo. Deito e acabo pegando no sono.

Sem correção.
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