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-Livia-

5 meses depois.

Minha vida mudou muito,pra pior, eu estou morando com o Juan, isso mesmo meu povo ele me obrigou a vir morar com ele, disse que eu sou a mulher dele agora.
Já faz uns 3 meses que eu moro com ele, ele também me obrigou a parar de ensinar na escolinha do morro, disse que "os cara" ficava em cima de mim.
Bom neste momento eu estou levando uma surra dele, por responder um bom dia a um rapaz que passou perto de mim.

_PARA JUAN, PARAA.-grito tentando fugir do seu punho forte.

_QUEM É AQUELE CARA LÍVIA?

_eu não conheço, eu juro.

Ele agarra em meus cabelos e bate minha cabeça na parede, depois me joga no chão, me sinto tonta.

_mierda, mierda, sai da minha frente.

Continuo deitada no chão e ele me chuta duas vezes.

_LEVANTA PORRA.

eu grito de dor, grito pela humilhação, grito por ama-lo, grito por estar cansada dessa vida.

_levanta, agora.-ele diz mais calmo.

Tento me levantar mais eu não consigo, eu não sinto minhas pernas, EU NÃO SINTO MINHAS PERNAS.

_levanta Livia, eu nao vou repetir.

Começo a gritar, porque eu não consigo levantar.

_ARRRGHHHH EU NÃO CONSIGO, EU NÃO SINTO MINHAS PERNAS JUAN ME AJUDA.

Sua feição muda pra assustado e ele corre até mim.

_como assí? Me diz.

_eu não consigo mexer as pernas, meu Deus.

_calma.

_isso é culpa sua, ISSO É CULPA SUA.

Ele balança a cabeça negando.

_não, não amor eu...eu não vem eu vou te levar no hospital.

_não,não me toca, eu te odeio.

_amor, não eu te amo, não faz isso calma eu..eu vou..vou levar você no hospital.

_não me toca, você só me machuca.

Ele me pega no colo, mesmo contra minha vontade, e me coloca dentro do seu carro.
Ele acelera até o hospital do asfalto e para na frente.

_você não pode ficar aqui Juan.

_não importa.

Ele me pega no colo e me leva pra dentro do hospital.

_alguém aqui? Ajuda.

Um enfermeiro vem e me ajuda a sentar numa cadeira de rodas.

_o que aconteceu senhora?
Olho para Juan, que me olha arrependido.

_eu caí da escada.

_ta bom.-ele olha pra o Juan e me leva para o quarto
Logo um medico me atende.

Acabei de acordar e o vejo sentado na poltrona me olhando, seus olhos estão vermelhos e seu nariz também. Ele estava chorando.

_oi.-eu digo sem olhar pra ele.

_hola amor.

_amor.-sorrio irônica

_você sabe que eu te amo Livia.

_ama? Sério? Não parecia quando você estava quase me matando.

_desculpa, desculpa amor, eu..eu tava nervoso.

_eu to cansada Juan, to cansada disso eu não aguento mais você me maltratando me batendo,me humilhando eu..eu..eu queria..eu quero que você fique longe de mim.

Ele arregala os olhos e anda ate mim.

_não você é minha, só minha.-ele segura meu rosto._só minha Livia e você não vai embora nunca.

_Juan por favor, eu só não quero mais isso pra minha vida.

_mas eu te dou tudo amor, o que mais quer?

_paz, você só me maltrata não me deixa ensinar mais na escolinha me bate não me deixa ir no baile não me deixa ver minha mãe nem minjas amigas nem meu irmão eu vejo, só fico presa dentro daquela casa...-ele me corta

_você não entende, todo mundo quer tirar você de mim, quierem o que é meu e eu não quiero perder você pra nenhum cara, pra ninguém.

_o quê?

_você é tudo que eu tenho Lívia, tudo eu não tenho mais nada.

Apesar de tudo, eu sinto que ele precisa de mim ele pode mudar ele pode mudar por mim, talvez ele só precise de ajuda.

_você ligou pra alguem?

_não.

_mas..

_eu não quiero que ninguém saiba o que aconteceu.-ele parece envergonhado.

_com licença.-o medico disse ao entrar no quarto.

_doutor eu vou voltar a andar.

Ele sorrir_claro, foi uma dormência momentânea que você sentiu quando caiu da escada.-ele olha pro Juan.

_então ela pode ir pra casa?

_ela vai ficar mais algumas horas em observação mas hoje ainda eu assino a alta dela, com licença.
Ele diz e sai.

Respiro aliviada.

_graças a Deus.-ele diz e senta na beira da cama._desculpa Livia.

_ta.-não olho pra ele.

_olha pra mim.

_eu só quero descansar um pouco.

_ta, eu..eu vou estar aqui quando você acordar.

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