ROCINHA

*23*

-Juan-

Eu não consigo ver ela assim, meu coração se parte, se afunda, parece que enfiaram uma faca em mim. Por que eu sou assim, eu juro que não faço porque quero eu tento me controlar, eu realmente não lembro o que aconteceu totalmente. Poxa Lívia, porta nega me dói muito. Eu sou um merda.

Ela não olha pra mim, só se encolhe cada vez que me aproximo, agacho um pouco longe dela e tento buscar seu olhar, mas não consigo, seu medo por mim não deixa.

_ amor, fala comigo.- me levanto e me aproximo mais dela, mas ela começa a chorar e eu paro._ eu não vou te machucar Lívia, deixa eu cuidar de você?- ela nega com a cabeça.

_sai daqui- ela diz bem baixo, que quase não ouvi.

_ por favor,deixa eu cuidar de você?- imploro.

_ não, você vai me bater.- ela soluça enquanto pronúncia as palavras.

_eu nunca mais vou fazer isso, eu prometo.- me aproximo mais e ela se encolhe ainda mais e eu paro novamente.

_ não chega perto- ela diz e olha pra mim, nossos olhares se encontram, mas logo ela desvia.

Seu olhar só me transmite dor e sofrimento, o que eu fiz com a vida dessa garota eu mereço o pior desse mundo.

_ perdão Lívia, perdão por ser desse jeito, eu sei que não tem desculpas para o que eu fiz, mas é o que eu posso pedir nesse momento, eu te amo tanto por favor me perdoa.- digo chorando, eu realmente sei agora e sinto tudo o que fiz a ela.

_ me deixa sozinha por favor- ela pedi sem me olhar.

Me levanto e saiu do banheiro, sento na minha cama e fico olhando ela de longe, ela levanta e vem em minha direção, mas ela simplesmente fecha a porta do banheiro, fico olhando a porta por minutos pedindo a Deus pra ela abrir e me perdoar. Sei que vai ser difícil dessa vez.
O que eu fiz, não tem perdão e agora vejo isso.
Me levanto e bato na porta do banheiro.

_ Lívia, abre aqui, eu sei que o que eu fiz não tem desculpas, mas por favor se você me dar outra chance eu prometo pra você que eu vou mudar, eu não vou mais tocar o dedo em você se você não quiser. Eu te amo tanto, preciso de você em minha vida, você é a minha luz, a única coisa que está me fazendo continuar vivendo, então por favor, fala comigo.- eu imploro, eu estou me humilhando pra ela, nunca pensei que um dia chegaria a isso.

Ela não responde e eu sento ao lado da porta, vou esperar ela aqui.
Não sei quanto tempo passou, só sei que ainda estou aqui, e meu celular não para de tocar meu rádio apita mas eu não respondi, ela é mais importante nesse momento, preciso que ela fale comigo só assim vou me sentir melhor, ela precisa comer ela está aí a quase 24h sem comer nem nada.
Meu rádio toca novamente e não respondo novamente,que inferno será que esse povo não cansa.

Ouço o barulho de um estrondo na porta e me levanto, pego minha Glock e aponto pra porta, fico na frente da porta do banheiro, eu preciso protege-la, tudo fica quieto. Ela abre a porta atrás de mim assustada.

_ o que foi isso?- pergunta atrás de mim.

_ você tá bem?- ela assentiu e continua a olhar pra porta.

_ acho que tem alguém aqui Juan.- olho pra porta do quarto e depois pra ela, tenho que proteger ela.

_ se tranca no banheiro, eu vou ver o que é.- ela nega.

_ não pode ser perigoso - sorrio, ainda se preocupar comigo depois de tudo, eu realmente a amo muito.

A porta é escancarada e várias armas são apontadas pra nós dois.

_ coloca a arma no chão.- eu não me mexo e ela começa a chorar.

_calma, fica atrás de mim.- o policial olha pra ela e depois pra mim.

_ coloca a arma no chão, Juan Gimenez você está preso por tráfico internacional de drogas, homicídio, roubo a banco, latrocínio, sequestro, a sua lista não é pequena rapaz. Agora solta a arma e nós não vamos fazer nada com ela.- ele parece ser o capitão, e decido obedecer, ela precisa ficar bem.

Coloco a arma no chão e chuto pra eles, que logo correm até eu colocando minhas mãos na cabeça e me revistando, logo depois algema minhas mãos atrás das costas.

_ não Juan, por favor solta ele, seu policial por favor.- ela implora ao policial, e ele a empurra.

_ sai daqui sua vadia, tão bonita e mulher de bandido, eu devia te dar uma lição pra você procurar alguma coisa pra fazer, vagabunda.- ela dá um tapa nela e eu me debato, mas estou algemado e não posso fazer muita coisa, na verdade não posso fazer nada, eu devia ter matado essas desgraça.

_ deixa ela em paz- digo e ganho um soco na boca.

_ tá achando que tá falando com quem seu moleque?- o policial mais velho me dá outro soco e outro e outro, que perco as contas, não é pela dor que eu estou sentindo, é por ver a Lívia desse jeito. Ela está devastada.

_ por favor para.- ela implora.

_ quer que eu pare? Eu posso começar com você, pode até ser útil pra nós.- ela arregala os olhos e se afasta.

_ não, não por favor, deixa ela em paz- digo com certa dificuldade, e eles sorriem.

_ a sua vadia é até gostosinha.- ele passa a mão no rosto dela, e ela chora mais.

_ desculpas Lívia, não pra você tá passando por isso.- digo triste.

Logo outro policial entra no quarto e olha a situação.

_ vocês são uns idiotas, por que bateram nele? Não sabe que ele é traficante famoso? Imbecis.- ela vem até eu e passa um pano no meu rosto.

_ deixem ela aí, vamos embora.

**Não foi corrigido**