Capítulo VII

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DIEGO BUSTAMANTE

Quem vai? — Giovanni questionou mexendo o em um copo de suco.

Ele mal tirava os olhos das mãos atento demais aos detalhes, afirmando que cada movimento com a colher era minuciosamente calculado. O quanto de açúcar e o tanto de comprimido do sono que tivemos que amassar também entravam na soma.

Naquele momento eu tive lá minhas dúvidas sobre o dinheiro que Giovanni recebia todo final de semana.

Ele parecia a porra de um traficante.

Pardo levantou a mão, inquieta.

— Eu levo.

— Ele vai perceber na hora que tem alguma coisa por trás dessa boa vontade — Giovanni discordou — Tem que ser alguém que o Enrique nunca desconfie. Ele sequer pode pensar na possibilidade de ter sido dopado.

— Então vai a Mia — Sugeri — Em que mundo alguém imaginaria que uma Colucci faria algo desse gênero?

Ela arregalou os olhos levando as mãos a boca.

— Eu não posso fazer isso...

— Cala essa boca, você que deu a ideia de sairmos. Pare de ser tão frouxa. — Roberta retrucou. Ela se debruçou sobre a mesa pra tentar ver o fundo do copo enquanto Giovanni o mexia com uma colher.

Roberta Pardo era sem dúvidas a maior causa dos problemas que o Elite Way School carregava debaixo do braço. Arranjava brigas, xingava Deus e o mundo, não levava desaforos pra casa, batia de frente com os professores, com o diretor, com seus pais ou qualquer um que ousasse interferir no seu caminho.

Mas algo que eu não podia negar era que a garota problema era gostosa como o inferno. A sua astúcia a deixava ainda mais imponente. E só o fato dela nunca ter se insinuado pra mim, me deixava ainda mais irritado.

Ela, então, debruçada sobre a mesa, tinha os joelhos apoiados na cadeira fazendo sua bunda empinar enquanto se posicionava ainda mais pra frente. Os cabelos ruivos se espalhando pela mesa.

Puta que pariu.

Ela estava de quatro, caralho.

Meu membro se animou com as fantasias de algum dia comer Roberta naquela maldita posição. Mas era só a porra de uma fantasia. Uma fantasia que já alimentou várias noites de insônia no banheiro.

Na noite passada eu havia me controlado pra não esmurrar o desgraçado do Joaquim, que, enquanto Roberta rebolava semi pelada sobre a mesa, ele parecia se deliciar com a visão.

Ela estava me provocando. Aquele show era pra mim, não pra qualquer outro babaca.

Joaquim tinha dado o primeiro passo na direção da mesa e eu sabia que se deixasse, Pardo seria dele aquela noite.

Foi então que a tirei dali.

Eu era um hipócrita de bosta mesmo.

Eu não queria que ninguém a olhasse de outra forma, mas eu era o mais que fazia isso, indo na direção contrária de todos meus argumentos de ódio contra Roberta Pardo.

Hormônios. A culpa de todos meus desejos improváveis era somente e unicamente deles.

Tomás cutucou meu ombro.

— Melhor tirar uma foto pra mais tarde — Ele murmurou divertido apontando pra Roberta, que ria alto do que Lupita falava — Você tá quase comendo a menina com os olhos.

InevitávelWhere stories live. Discover now