Capítulo XX

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— Qual foi a pior coisa que você já pensou em fazer? Digo, contra mim. — Diego perguntou com o indicador afagando minha mandíbula. Eu tinha os cotovelos apoiados sobre a cama enquanto ao meu lado, Diego recostado no travesseiro, me encarava com aquelas orbes brilhantes, nu, devo ressaltar.

— Eu quis te matar uma vez… — Confessei dando um meio sorriso. — Quando nós brigamos pela primeira vez. Você era um idiota, Bustamante, metido a merda, eu quis arrancar sua traqueia pela garganta.

— Isso é fisicamente possível? 

— Não sei — Dei de ombros — Mas eu queria muito.

Ele parou por um momento.

— Você também não era lá muito propensa em fazer amizade.

— Como se faz amizade quando você chega insultando a mim e a minha mãe? Ah não, meu filho, você pode me hostilizar da pior forma, mas não insulte minha mãe de vedete…

— Ei, ei, calma — Ele tomou meu rosto com as duas mãos incitando-me a diminuir a voz e por fim interromper a minha fala. A bolha poderia explodir a qualquer segundo, só bastava uma faísca pra isso acontecer. Diego selou nossos lábios em um breve selinho e eu me derreti. — Esquece isso, já passou, sua mãe é uma pessoa muito, muito… Muito boa.

Ele ergueu a sobrancelha maliciosamente.

Eu dei-lhe um beliscão no mamilo.

— Outch, isso dói! — Resmungou esfregando o local.

— A intenção era essa mesmo.

— Você por acaso… — Ele tombou a cabeça para o lado — Está com ciúmes da sua mãe?

— Eu não. Sem chances. Jamais. Nenhuma possibilidade disso acontecer. — Continuei reafirmando mentalmente para mim mesma. —  Eu nem gosto de você.

Diego deixou a dor do beliscão de lado e me encarou boquiaberto.

— Você o quê?

— Não se faça de surdo.

— Depois disso tudo você ainda quer dizer que não sente nada?

Neguei com a cabeça.

E de repente eu estava com as costas na cama e tinha um homem sobre mim, nossos lábios quase se encostando.

— Vai dizer que não deixou de me odiar? 

— Esse não é o tipo de sentimento que muda da noite pro dia, Bustamante, você ainda é um grande babaca.

— Mudou pra mim — Ele murmurou — Depois de hoje, eu só penso em te ter assim, nua, entregue e minha.

Um arrepio correu pela minha espinha a ouvir aquelas palavras.

— Talvez você só esteja precisando de um psiquiatra…

— Ou talvez… — Diego beijou minha clavícula fazendo meus seios desnudos se eriçarem com a aproximação — Eu só esteja precisando de você.

Mordi meu lábio inferior.

— O que mudou pra você? — Indaguei deixando a excitação de lado por um segundo, apesar de que, eu não conseguia pensar muito bem com suas mãos na minha cintura e seu membro ereto encostando na minha coxa.  Era bem difícil raciocinar desse jeito.

— Eu não sei — Ele disse — Mas a noite de hoje me fez pensar em algumas coisas.

— Como o quê?

— Como o fato de você ser extremamente fascinante quando se entrega pra mim. — Ele beijou o canto da minha bochecha. E depois o outro. Revezou umas três vez antes dos meus lábios crescerem em um sorriso preguiçoso e roubar os seus em um selinho rápido. — Esse sorriso é a prova que você cedeu as rédeas. Você não é tão insensível quanto parece, Pardo.

InevitávelWhere stories live. Discover now