O Herdeiro Legitimo

Capitulo 16 : Uma verdade de sangue

Barbara: Do que você esta falando? Que verdade?- Fala assustada pela reação do marido.

Benjamin: Sobre tudo. Sobre Juliana, sobre Adam e principalmente sobre mim.- Fala ofegante e nervoso.

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=Treze anos atrás=

Benjamin não parava de procurar. Todos os dias saia do castelo ao amanhecer do sol e só voltava ao anoitecer. Procurava Juliana, procurava Adam. Muitos diziam que o príncipe estava ficando louco.

Gael e o rei Henrique tentavam ao máximo fazer com que ele esquecesse do que se passou a oito anos atrás. Sim, se passaram oito anos desde que Juliana o abandonou. E fazia oito anos que ele a buscava.

Enquanto caminhava pelos campos de Monttanna, Benjamin teve a ideia de procurar onde ele nem havia se lembrado que existia: o reino de Juliana, o reino de Alustra.

Cavalgou o mais rápido que conseguiu, afinal não era tão longe. Principalmente na velocidade em que estava. Seu coração batia desesperado na esperança de encontra-la e esclarecer tudo o que havia se passado. Mas a visão que teve para ele pelo menos foi a pior possível.

Juliana e Adam brincando com uma criança de aparentemente sete a oito anos de idade. Felizes, eles estavam felizes. Ela estava feliz com Adam.

Adam: Irmão? O que faz aqui?.- Põe o menino atrás de si o protegendo.

Benjamin: Vim buscar Juliana.- Ele ergue a mão para que ela pegue.- Eu sei meu amor que ele a raptou. Você foi obrigada a escrever aquela carta.- Ele se aproxima mais- Eu lhe procurei por todos os lugares meu amor. Venha, volte comigo.

Juliana: Benjamin eu estou casada com Adam. O casamento já foi consumado e este é o fruto deste casamento, não posso abandona-los.- Fala botando a mão sobre o ombro do menino.

Adam: Irmão sei que está nervoso. Mas vamos conversar como dois adultos que somos.- Ele fala puxando o menino para frente.- Veja, este é Lucca. Meu filho e seu sobrinho.

Benjamin olhou a criança com desdém. Um sentimento que ele nunca havia sentido subiu por seu corpo. Raiva, decepção, ódio.
Puxou a espada e foi para cima do irmão. Adam puxou a espada e rapidamente afastou o filho para que nada lhe acontece.
Espadas se chocando. Raiva e ódio sendo travados em um duelo. Faíscas saiam quando as lâminas se encostavam, e cada movimento era cálculado por ambas as partes. Mas Benjamin era mais habilidoso em seus movimentos. Em um giro ele acertou a perna do irmão e o empurrou para o chão. Adam não conseguia levantar pela dor na perna. Sua visão estava turva pois havia batido a cabeça na árvore em que foi empurrado.

Adam: Não faça nada de que possa se arrepender Benjamin.

Benjamin: Você me tirou tudo. O mais justo é que eu tire o que você mais ama não acha?- Rindo ele se vira para onde Lucca e Juliana estavam. Juliana tinha o menino atrás de si, e davam passos para trás a cada tentativa de aproximação do jovem príncipe enfurecido.

Adam: DEIXE ELES. SEU ASSUNTO E COMIGO.- Grita em vão já que Benjamin não dá ouvidos.

Juliana: Não se aproxime. Porfavor nos deixe ir.- Com os olhos marejados a mulher pedia em súplica.

Benjamin a empurra fazendo-a bater a cabeça e ficar atordoada com o impacto. Enquanto se aproximava lentamente do jovem menino assustado. De seus olhos saiam lágrimas compulsivamente, o menino não entendia o do porque o tio que tinha acabado de conhecê-lo, já tinha um ódio tão grande por sua família.

Benjamim: Acho que você é o que eles mas amam.- Em um golpe ele finca a espada no estómago do pequeno menino. Quando a retira Lucca cai ajoelhado e depois se deita desacordado.

Juliana: NÃOOOOO.- Ela dá um grito agoniante e estridente. Juliana corre até o filho que não dava sinais de vida.- Lucca. Meu amor abra os olhos. Abra os olhi..nhos meu príncipe, por...fa..vor abra.- Fala entre soluços sacudindo o menino em vão para que ele acorde.- Porque? Porque fez isso. QUERIA VINGANÇA, PORQUE NÃO SE VINGOU DE MIM.

Benjamin: Eu simplesmente tirei o que vocês mas amavam. TIREI ESSE BASTARDO DO MUNDO.

Juliana: ESSE BASTARDO É SEU FILHO.- Ela fala em alto e bom tom, fazendo Benjamin arregalar os olhos por tal afirmação- A CRIANÇA QUE VOCÊ ACABOU DE MATAR TEM OITO ANOS BENJAMIN. FAÇA AS CONTAS E ENXERGUE QUE VOCÊ MATOU SEU PRÓPRIO FILHO SEU MONSTRO.- Ela abraça o corpo do filho novamente chorando sobre o mesmo.
Benjamin larga sua espada no chão e se ajoelha olhando suas mãos manchadas de sangue. O sangue de uma criança. O sangue do seu filho.
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Barbara estava atônita pelo o que acabara de ouvir. Não pensava que o marido teria coragem de fazer tamanha monstruosidade como matar uma criança.

Barbara: Eu não acredito na monstruosidade que você foi capaz de fazer.- Fala exaltando um pouco a voz.

Benjamin: Eu achava que ele era filho de Adam.- Tenta se aproximar da esposa mas ela se afasta.

Barbara: Não encoste em mim. Isso não justifica você ataca-los como um selvagem e ainda fincar uma espada no corpo de uma criança indefesa.

Benjamin: Eu estava cego pela maldade, pela inveja e pelo ódio. A única coisa que me vinha a mente era a vingança.- Cobre o rosto com as mãos.

Barbara se vira de costas para o rei e começa a pensar. Ela junta as peças até chegar a uma única conclusão. Tudo o que se passou desde a chegada de Juliana. As brigas, os segredos, a queda do cavalo. A gravidez de Juliana.

Benjamim: Sei que está com muita raiva de mim. Mas pelo menos fale algo para que eu possa ter um peso na consciência. Grite, me bata mas FAÇA ALGUMA COISA.- Fala exaltado pela falta de reação da esposa.

Barbara: E seu não é?- Ela se vira lentamente e recebe um olhar confuso do marido que não sabia do que ela estava falando.- O FILHO QUE JULIANA ESPERA É SEU NÃO É BENJAMIN DE FERRAZ.- Agora seu tom de voz era uma afirmação.

Benjamin a olha e logo depois abaixa seu olhar para o piso. Não sabia se teria coragem o suficiente para encarar os olhos da rainha para dar-lhe a resposta que ela já estava certa de qual era. Foi levantando os olhos devagar até ficarem fixos nos de Barbara.

Benjamin: Sim, sim o filho de Juliana é meu.

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